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Título

ANALISE ESPACIAL COMO FERRAMENTA PARA DIRECIONAR AÇOES DE CONTROLE DA COINFECÇAO TB/HIV-AIDS - MANAUS, BRASIL

Introdução

No Brasil a tuberculose é ainda considerada um grande problema de saúde pública. Anualmente são notificados mais de 70 mil casos segundo o Ministério da Saúde destas cerca de 4,5 mil mortes são registradas em consequência da tuberculose. Mundialmente diz a Organização Mundial de Saúde (OMS) a tuberculose supera o HIV em óbitos. Mais de 10 milhões de pessoas adoeceram de tuberculose em 2016 no mundo e 1,3 milhões morreram. Manaus tem uma incidência alta para tuberculose, de 68,2 casos por 100.000 habitantes. Tal indicador está muito acima da média do Brasil, que é de 33,7 casos por 100.000 habitantes, ocupando o primeiro lugar entre as capitais. O encerramento por cura apresenta um percentual abaixo do preconizado, é de apenas 73,2%, sendo que o esperado é de 85% ou mais. O Tratamento Diretamente Observado (TDO) foi de apenas 14,6%, muito abaixo da média do Brasil, que é de 31,8%. Foram testados para HIV apenas 75,2% dos casos novos de tuberculose, enquanto o recomendado é 100% (dados 2016 cedidos pela coordenação Programa Nacional de Controle da Tuberculose – PNCT. A principal dificuldade para diminuir a incidência de tuberculose em Manaus é a vulnerabilidade social (SEMSA-2012), apontando que 80% dos pacientes com tuberculose são usuários de droga ou alcoólatras, o que aumenta muito o abandono do tratamento, consequentemente mantendo a cadeia de transmissão da doença, além de favorecer o desenvolvimento da resistência a drogas. As estratégias de controle da tuberculose e do HIV-AIDS dispõem no Sistema Único de Saúde de recursos terapêuticos e profiláticos com grande potencial de eficácia. Manaus tem uma rede estruturada para atendimento em agenda aberta para sintomático respiratório em toda a rede básica, e 4 Serviços de Atendimento Especializado (SAE) para atendimento das pessoas vivendo com HIV, distribuídos pelos quatro Distritos de Saúde da área urbana, além do apoio dos serviços secundário e terciário do estado. A oferta de teste rápido para HIV está disponível em 107 unidades de saúde, entre as Unidades de Estratégia Saúde da Família, Unidades de Saúde tradicionais, SAEs, Maternidade e Policlínica.

Objetivos

Com o intuito de entender o que favorece a alta incidência de tuberculose e quais determinantes socioeconômicos favorecem a coinfecção TB/HIV-AIDS em Manaus, este estudo se propõe a analisar a incidência de tuberculose e a proporção de coinfecção TB/HIV-AIDS na área urbana de Manaus no período de 2013 a 2016, correlacionando a incidência de coinfecção TB/HIV-AIDS com as vulnerabilidades sociais, bem como sugerir possíveis intervenções direcionadas à população identificadas como de maior risco. Com a execução desse projeto os resultados possam direcionar os gestores responsáveis pelo monitoramento da tuberculose para ações mais direcionadas a população vulnerável para minimizar novos adoecimentos. A vulnerabilidade para TB ou HIV-AIDS é um conceito complexo que envolve susceptibilidade de indivíduos e grupos, sociedade e instituições. A migração de pessoas para os grandes centros urbanos, associada às condições precárias de moradia, situação de pobreza, desemprego, dificuldades de acesso ao serviço de saúde, contribuem significativamente para o surgimento de áreas de vulnerabilidade para o desenvolvimento de doenças como a tuberculose e o HIV-AIDS, resultando na marginalização das pessoas. Muitos fatores influenciam a alta incidência da tuberculose e o risco (individual, social e econômico) de morte. O uso da análise espacial evidencia-se como ferramenta pode subsidiar gestores no planejamento das ações, para uma utilização mais precisa de recursos, efetiva vigilância em saúde, melhor direcionamento na prevenção e educação em saúde na prestação do serviço público.

Desenvolvimento

Situações de vulnerabilidade no território são favorecidas com a exposição a situações que afetam a saúde como saneamento básico precário, água sem a devida qualidade para consumo, alimentos, solo e ar contaminados, conflitos interpessoais, e falta de recursos econômicos, marcada pelo desemprego ou subemprego, que dificulta o acesso ao consumo de bens e serviços (Brasil, 2006). Uma nota publicada pela Secretaria Municipal de Saúde afirma que a principal dificuldade para diminuir a incidência de tuberculose na capital é a vulnerabilidade social (SEMSA-2012), apontando que 80% dos pacientes com tuberculose são usuários de droga ou alcoólatras, o que aumenta muito o abandono do tratamento, consequentemente mantendo a cadeia de transmissão da doença, além de favorecer o desenvolvimento da resistência a drogas. A grande vantagem da análise espacial é o estudo da relação entre o espaço e tempo, permitindo organizar os dados, transformando-os em informações e a criação de indicadores por determinantes, seja ambiental, biológico, comportamental ou produção de serviço. Muitos pesquisadores da academia já usam a análise espacial como forma de estudo para a distribuição de diversas situações de saúde; porém, a gestão dos serviços de saúde ainda não utiliza esta ferramenta como embasamento para o planejamento de ações que favoreçam os seus territórios.

Considerações Finais

Considerando que as situações de vulnerabilidade no território são favorecidas com a exposição a situações que afetam a saúde e envolve susceptibilidades de indivíduos e grupos, sociedade e instituições. A migração de pessoas para os grandes centros urbanos, associada às condições precárias de moradia, situação de pobreza, desemprego, dificuldades de acesso ao serviço de saúde, contribuem significativamente para o surgimento de áreas de vulnerabilidade para o desenvolvimento de doenças como a tuberculose e o HIV-AIDS, resultando na marginalização das pessoas. Muitos fatores influenciam a alta incidência da tuberculose e o risco de morte. Esses riscos são identificados como riscos individuais, sociais e econômicos. O uso da análise espacial evidencia-se como ferramenta pode subsidiar gestores no planejamento das ações, para uma utilização mais precisa de recursos, uma efetiva vigilância em saúde, e um melhor direcionamento de como intervir na prevenção e educação em saúde na prestação do serviço público.

Palavras Chave

análise espacial, vulnerabilidade para Tuberculose, coinfecçao Tuberculose/HIV

Area

Saúde e populações vulneráveis

Autores

ELIANE NOGUEIRA CAMPOS, MAISA ELAINE ARRUDA FERNANDES