Datos del trabajo

Título

SABERES DE HOMENS SOBRE SAÚDE SEXUAL E SAÚDE REPRODUTIVA

Introdução

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) foi criada com o objetivo de nortear as ações de saúde e estimular o autocuidado masculino, além de reconhecer a saúde como um direito social básico e de cidadania de todos os homens brasileiros. Esta política reconhece a saúde sexual e reprodutiva como um direito em diversas fases etárias do ciclo vital do homem, assim como de adolescentes, adultos jovens e homens na terceira idade1. É fundamental que haja principalmente a reflexão das distintas masculinidades existentes, além da inclusão dos profissionais de saúde durante essa reflexão2,3. Historicamente, o homem não buscam os serviços de saúde, Alguns autores referem que os homens morrem mais que as mulheres devido a duas questões: (a) os modelos de masculinidade hegemônica podem acarretar comprometimentos para a saúde; (b) os homens são os principais atores de violência, inclusive contra eles mesmos, o que se confirma mediante um estudo de gênero quando se verificou que a construção social acerca da masculinidade, apresenta uma relação direta com as formas de perceber e de viver o adoecer, e também do cuidado com o corpo4.

Objetivos

Conhecer os saberes de homens usuários de uma unidade da Estratégia de Saúde da Família (ESF) sobre saúde sexual e saúde reprodutiva

Método

Estudo descritivo com abordagem qualitativa, desenvolvido em uma Unidade ESF, localizada na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, tendo como participantes 10 homens heterossexuais, com faixa etária entre 25 e 59 anos. O número de participantes foi definido pela técnica de saturação teórica5. Para a produção de dados, utilizou-se como base um roteiro de entrevista semiestruturada. Para analisar foi utilizada a técnica sistematizada da análise de conteúdo temático-categorial6, foram encontradas 155 Unidades de Registro, que foram organizadas em 15 Unidades de Significação e originaram quatro categorias, porém neste trabalho apresentaremos apenas uma: Saberes dos homens sobre saúde sexual e saúde reprodutiva, pois este é um recorte de dados parciais de uma dissertação de mestrado em Enfermagem. A pesquisa foi aprovada pelos Comitês de Ética em Pesquisa da UNIRIO e da SMS/RJ com Pareceres nº 541.462 e nº 527.958.

Resultados

Para os homens saúde sexual é ausência e/ou prevenção e tratamento de infecções sexuais transmissíveis, uma visão reduzida se basearmos por autores7 quando referem que "(...) a saúde sexual possibilita experimentar uma vida sexual informada, agradável e segura, baseada na autoestima, que implica abordagem positiva da sexualidade humana e respeito mútuo nas relações sexuais". O entendimento dos homens sobre saúde reprodutiva não obteve variação como o da saúde sexual, sendo unânime a menção da palavra filho, que apareceu nas dez entrevistas realizadas. Os participantes fizeram a citação ao casal precisar ser saudável para gerar uma criança, indo ao encontro de pesquisa realizada sobre Saberes e práticas de homens perante o planejamento reprodutivo8.No entanto saúde reprodutiva é um conceito mais amplo "O direito das pessoas decidirem, de forma livre e responsável, se quer ou não ter filhos, quantos filhos desejam ter e em que momento de suas vidas. O direito de acesso a informações, meios, métodos e técnicas para ter ou não ter filhos. O direito de exercer a sexualidade e a reprodução livre de discriminação, imposição e violência"9

Considerações Finais

Os homens deste estudo apresentam conhecimento parcial sobre saúde sexual e reprodutiva e nos mostra a necessidade das práticas de atenção à saúde do homem estarem voltadas também para ações educativas que levem em consideração as questões de gênero, masculinidades e saúde sexual e reprodutiva em sua forma integral. Este é um desafio posto para o saber e fazer da enfermagem.
REFERÊNCIAS: BRASIL. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: Princípios e Diretrizes. Brasília (DF) Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília, 2008. TONELI, M.J.F. Direitos sexuais e reprodutivos: Algumas considerações para auxiliar a pensar o lugar da psicologia e sua produção teórica sobre a adolescência. Psicologia & Sociedade, v. 16, n.1, Número Especial, p. 151-160, 2004. GOMES, R.; MOREIRA, M.C.N.; NASCIMENTO, E.F.; REBELLO, L.E.F.S.; COUTO, M.T.; SCHRAIBER, L.B. Os homens não vêm! Ausência e/ou invisibilidade masculina na atenção primária. Ciência & Saúde Coletiva, v.16, n.1, p.983-992, 2011. GOMES, R.; NASCIMENTO, E. F. Produção do conhecimento sobre a relação homem-saúde. Cad. Saúde Publica, v. 22, n. 5, p. 901-11, jan-mai, 2006. FONTANELLA, B.J.B.; RICAS, J.; TURANO, E.R. Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: contribuições teóricas. Cad Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 17-27, 2008. OLIVEIRA, D.C. Análise de conteúdo temático categorial: uma proposta de sistematização. Revista Enf UERJ, Rio de Janeiro, v. 16, n. 4, p. 569-76, 2008. CORRÊA, S.; ALVES, J.E.D.; JANNUZZI, P.M. Direito e saúde sexual e reprodutiva: marco teórico-conceitual e sistema de indicadores. En: CAVENAGHI, S. (org). Indicadores municipais de saúde sexual e reprodutiva. Rio de Janeiro, ABEP, 2006. p. 27-62. COELHO, A.C.S.; PEREIRA, A.L.; NEPOMUCENO, C.C.; Saberes e práticas de homens perante o planejamento reprodutivo. R. Enferm. Cent. O. Min. v.6, p. 2398-2409, set/dez, 2016. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Normas e Manuais Técnicos Cadernos de Atenção Básica. Brasília (DF), 2010.

Palavras Chave

Saúde do homem; saúde sexual e reprodutiva; saúde coletiva; enfermagem

Area

Saúde do Homem