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Título

AS METODOLOGIAS ATIVAS SOB A EGIDE DA INOVAÇAO NAS CAPACITAÇOES EM SAUDE

Introdução

Na área da saúde, Sistema Único de Saúde, a educação ainda tem se baseado em metodologias conservadoras (tradicionais) como proposta educacional reproduz a crítica da estrutura social, em detrimento do perfil epidemiológico regional. Impactos dessas capacitações na qualificação dos serviços tem sido pauta de debates atuais. Assim, surge a pedagogia crítica, em que o papel do docente é de ser um mediador/facilitador para conduzir o conhecimento diante da realidade, visando à transformação social e política de uma população. Entram nesse debate as metodologias ativas que tem seu foco na aprendizagem significativa, considerando o estagio do desenvolvimento do profissional no que concerne o conhecimento adquirido e a apropriação do tema e a atividade educacional deve ser apreciada pelos participantes. A aprendizagem torna-se mais duradoura e sólida quando envolve a auto iniciativa, alcançando as dimensões afetivas e intelectuais. A educação deve ser capaz de desencadear uma visão do todo além de possibilitar a construção de redes de mudanças sociais e da consciência individual e coletiva. O significado para o adulto é construído em função de sua motivação para aprender e do valor que os novos saberes têm em sua vida pessoal e profissional. Métodos educacionais inovadores na saúde primam pela prática pedagógica ética, crítica, reflexiva e transformadora, ultrapassando limites do treinamento puramente técnico, para alcançar a formação do homem como um ser histórico, dialético da ação-reflexão-ação. O processo de ensino-aprendizagem na perspectiva das metodologias ativas está respaldado nas teorias interacionistas, na metodologia científica, na aprendizagem significativa, na reflexão sobre a prática, na dialogia e em estratégias educacionais apropriadas a cada conteúdo. Seu processamento ocorre por meio de situações-problema, narrativas, aprendizagem baseada em equipes, oficinas de trabalho, plenárias, portfólio reflexivo, viagens, dentre outras. Essas são indispensáveis ao desenvolvimento da consciência crítica para transformar a realidade. Desse modo, a motivação do participante é o ponto chave da relação discente/aprendizagem. Nela o docente/mediador revela-se parceiro, motivador e catalisador desse processo. Portanto, as metodologias ativas têm como premissa o desenvolvimento do perfil de competências, ou seja, agregar conhecimento, habilidades e atitudes. Elas concebem a educação como forma de apontar caminhos para a autonomia, a autodeterminação pessoal e social.

Objetivos

Discutir as metodologias ativas sob a égide da inovação nas capacitações em saúde.

Desenvolvimento

O desenvolvimento de um processo de aprendizagem baseado em metodologias ativas deve estimular aproximações sucessivas e reflexões sobre a prática. Dentre as metodologias ativas, pode-se utilizar: a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e a problematização, que apesar de distintas, ambas trabalham com problemas proporcionando a aprendizagem. As bases teóricas da ABP se fundamentam na Teoria da Indagação de John Dewey, parte de problemas ou situações que possam gerar dúvidas e proporcionar a descoberta, a reflexão e que permitam aos docentes a apresentação de conteúdos pragmáticos por meio de problemas ou questionamentos. Por outro lado, a problematização tem como eixo básico a ação-reflexão-ação que conduz o processo e tem sua origem nos estudos de Paulo Freire. Os problemas a ser estudados partem de um cenário real e têm seu trabalho político-pedagógico marcado por uma postura crítica educacional. A representação do processo ensino e aprendizagem segue a forma de espiral – Espiral Construtivista (EC) - traduz a relevância das diferentes e crescentes etapas educacionais desse processo como movimentos articulados e que se retroalimentam. Em relação aos movimentos da espiral, quais sejam: a identificação de problemas, formulação de explicações e elaboração de questões de aprendizagem denomina-se “síntese provisória”. A busca por novas informações, a construção de novos significados e a avaliação constituem uma “nova síntese”., a saber: 1) Identificar problema: consta do um estímulo educacional. Permite a participação, fase em que a experiência do participante é explicitada, trazendo à tona os fenômenos e as evidências que já conhecem e que podem ser utilizados para melhor explicar uma determinada situação. 2) Formular explicações: os repertórios construídos nas experiências de cada participante devem ser considerados, respeitando-se. O reconhecimento de imprecisões, incompletudes, incongruências, ambiguidades e outros desafios devem resultar na elaboração de questões de aprendizagem. 3) Elaborar questões de aprendizagem: As questões formuladas representam as necessidades de aprendizagem e orientam a busca de novas informações, assim como seleção e suas pactuações, no coletivo, as tornam mais potentes e significativas para o atendimento dessas necessidades. Com isso, a ampliação das capacidades de enfrentamento do problema identificado se dão com objetividade e foco para o estudo individual dos participantes. 4) Buscar novas informações: A busca por novas informações deve ser realizada pelos participantes. Escolhe-se a forma considerada mais adequada e estimula-se a sua ampliação. Ressalta-se que, embora haja total liberdade para a seleção das fontes de informação, mas deve-se utilizar a metodologia científica. 5) Construindo novos significados: trata-se do produto do confronto entre os saberes prévios e os novos conteúdos, do compartilhamento de novas informações e para além disso, de interação que produza mais descobertas ou um novo sentido, de análise e crítica quer em relação às fontes como à própria informação em questão, devendo-se considerar as evidências científicas. 6) Avaliando o processo: a avaliação é permanente é formativa. Realizada verbalmente ao final de cada atividade, visa melhoria em processo. Envolve auto avaliação focalizando seu processo individual de aprendizagem e também avaliar a construção coletiva do conhecimento e a atuação dos mediadores e dos pares nesse processo.

Considerações Finais

Considerações Finais: As metodologias ativas apontam para o processo de trabalho, ou seja, nova forma de trabalho em equipe, de reorganização da teoria, da prática e das relações solidárias, respeitosas e éticas, com liberdade de expressão e corresponsabilização pelo trabalho. Mas apenas a EC não garante a transformação da realidade. Portanto, as metodologias ativas em seu conjunto, se potencializam e se mostram inovadoras nas capacitações em saúde, uma vez que estimulam a autonomia, auto aprendizado e protagonismo multiprofissional, uma possibilidade de transformação da realidade e dos sujeitos.
Referências pesquisadas:
Lima, VV. Constructivist spiral: an active learning methodology. Interface (Botucatu). 2017; 21(61):421-34.
Mitre, SM et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. Ciência & Saúde Coletiva, 13(Sup 2):2133-2144, 2008.

Palavras Chave

Educação em Saúde, Autonomia Profissional, Inovação

Area

Políticas e processos de formação de profissionais e pesquisadores

Instituciones

Secretaria Municipal de Saúde - Minas Gerais - Brasil

Autores

MARIA TERESINHA DE OLIVEIRA FERNANDES, Fernanda Azevedo Chaves