Datos del trabajo


Título

O PROGRAMA SAUDE NA ESCOLA: POTENCIAS E LIMITES NO COTIDIANO DA ATENÇÃO PRIMARIA E DA EDUCAÇÃO

Introdução

As intervenções públicas centralizadas, verticais, fragmentadas e divididas por setor já não são mais suficientes para solucionar as exigências de saúde da população. A intersetorialidade precisa acontecer de forma articulada. Seu adequado funcionamento permite atender o sujeito de forma integral garantido o direito à saúde e à vida com mais qualidade. Como estratégia intersetorial, foi instituído o Programa Saúde na Escola (PSE) em 2007, no Brasil, com a efetivação de trabalhos simultâneos para a obtenção de resultados impactantes sobre os determinantes, os condicionantes do processo saúde-doença e a promoção de vida com mais qualidade. Esse programa proporciona, aos alunos da rede pública de ensino, um acesso maior às intervenções de saúde por meio das atividades de promoção à saúde, prevenção de riscos e agravos, enfrentamento das vulnerabilidades sociais e dos problemas associados ao processo de aprendizagem.

Objetivos

Compreender o contexto do Programa Saúde na Escola (PSE), as potências e limites no cotidiano da Atenção Primária à Saúde, da Educação e comunidade escolar.

Método

Estudo de casos múltiplos holístico-qualitativo, fundamentado na Sociologia Compreensiva do Cotidiano, com 91 participantes: 38 da Saúde e 53 da Educação. Teve-se como fontes de evidências a entrevista aberta individual, as visitas às escolas e unidades da APS para entrada no campo da pesquisa, e notas de campo. Os dados foram analisados segundo a técnica de Análise de Conteúdo Temática.

Resultados

Apontam a potência do PSE para a promoção da saúde e prevenção de riscos e agravos dos escolares. Foram identificadas, nos três municípios, ações de saúde desenvolvidas no espaço escolar, direcionadas para a saúde sexual, saúde bucal, prevenção de doenças imunopreveníveis e combate à dengue. Contudo notou-se um baixo envolvimento entre os setores, levando a prática de ações descontínuas e pontuais, além de haver uma escassez de recursos humanos e desconhecimento do Programa por profissionais. No âmbito da educação especial foi questionada a presença da saúde. Os resultados relacionam a falta de cobertura de todos os alunos nas ações desenvolvidas, implicando na baixa melhoria dos hábitos de saúde dos estudantes. A necessidade da participação das famílias é indicada, ao mesmo tempo, evidencia-se que há delegação das responsabilidades dos pais para a escola. Uma agenda para a Educação e a Saúde foi apresentada, tendo como referência a realidade vivida pelos alunos, familiares e comunidade, pela escola e a Estratégia Saúde da Família, demonstrando róis para o Programa Saúde na Escola. Embora a escola seja reconhecida como um cenário adequado para se promover empoderamento para produção da saúde e do autocuidado, diversos aspectos ainda precisam ser viabilizados. Os profissionais dos setores Saúde e Educação apontam limitações para ações integradas referenciadas à escassez de recursos financeiros, à falta de recursos humanos e de tempo, como barreiras para a realização das ações de promoção da saúde. Na Educação, apontaram a necessidade de melhorias como retratação de um problema que é nacional. Na Saúde, foi explícito que deixa a desejar pela cultura médica vivenciada, pela necessidade de infraestrutura e de humanização na atenção à saúde. Apontam a escola como um espaço para atuar sobre os determinantes sociais da saúde, intersetorialidade, equidade, justiça social, empoderamento individual e coletivo.

Considerações Finais

O avanço na construção de parcerias intersetoriais efetivas ainda é considerado um grande desafio, já que as ações são descontínuas e pontuais. A parceria entre as equipes de saúde, a comunidade escolar e os gestores para conhecimento da realidade cotidiana, como fonte de planejamento e intervenções, podem modificar uma realidade escolar e a comunidade envolvida. Para modificar a realidade e alcançar melhores condições de saúde, a continuidade das ações deve ser assegurada, além de garantir o envolvimento de todos os atores, como Saúde e Educação, os próprios escolares, a comunidade, pais, gestores e demais funcionários desses serviços.

Palavras Chave

Saúde escolar; Educação; Estratégia Saúde da Família; Ação intersetorial; Promoção da Saúde; Atividades cotidianas.

Area

Saúde Coletiva

Instituciones

Universidade Federal de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil, Universidade Federal de São João del Rei - Minas Gerais - Brasil

Autores

Paula Luciana Gonçalves Pereira, Selma Maria da Fonseca Viegas , Myriam Dantas Pereira , Darilene Rocha Cordeiro, Rafaela das Graças Santiago Faria , Daniela Priscila Oliveira do Vale Tafner, Rosane Gonçalves Nitschke