Datos del trabajo


Título

SITUAÇOES DE RISCO A SAUDE NO PARTO E POS-PARTO EM OBITOS INFANTIS E FETAIS POTENCIALMENTE EVITAVEIS

Introdução

O óbito infantil é considerado um evento sentinela, devido ao seu grande potencial de prevenção. Fragilidades que ocorrem na atenção à gestante, durante o pré-natal, o parto e ao recém-nascido são fatores que levam à ocorrência dos óbitos, principalmente, entre o primeiro dia de vida até o primeiro ano de idade, caracterizando o óbito infantil. A taxa de mortalidade infantil reflete a eficácia e resolubilidade dos serviços de saúde, em todos os níveis de atenção à saúde, auxiliando a levantar conjecturas que concedem o rastreamento sobre a atuação desses serviços em uma determinada região. Devido à implementação de políticas públicas, a taxa de mortalidade infantil nacional, em 2015, alcançou o percentual de 13,8 óbitos a cada mil nascidos vivos. No âmbito estadual, essa taxa foi de 9,2 óbitos a cada mil nascidos vivos, promovendo o Estado de Santa Catarina ao mérito de registrar a menor taxa de mortalidade infantil no Brasil. Nesse mesmo ano, a região de Florianópolis apresentou taxa de mortalidade infantil de 11,0 óbitos a cada mil nascidos vivos. Esse valores identificam a necessidade de atuação dos segmentos políticos e assistenciais na redução e evitabilidade de mortes maternas e infantis, uma vez que esse é considerado um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização Mundial de Saúde.ndo. Nesse sentido, o Comitê de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal de Florianópolis traz visibilidade para que os óbitos infantis e fetais possam ser monitorados e acompanhados, objetivando a realização da análise dos casos e elaboração de recomendações e intervenções para reduzir a mortalidade infantil no município. Para a análise dos óbitos evitáveis, o Comitê busca compreender as situações de risco à saúde que a mulher e/ou criança estiveram expostas durante atendimento na rede de atenção ä saúde, possibilitando uma visão ampla sobre as condições vida e saúde da população, o que permite que as intervenções sejam direcionadas de acordo com as necessidades do usuário e/ou serviços de saúde.

Objetivos

Identificar as situações de risco à saúde referentes ao parto e pós-parto nos óbitos infantis e fetais analisados pelo Comitê de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal do município de Florianópolis.

Método

Esta pesquisa é de cunho qualitativa, exploratória e descritiva. Foi realizada a partir da base de conteúdo sobre óbitos infantis e fetais descrito nas atas do Comitê de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal de Florianópolis, ocorridos no período de 2007 a 2016. Neste estudo, a coleta de dados ocorreu entre os meses de setembro de 2016 a fevereiro de 2017, de acordo com os seguintes critérios de inclusão: atas que apresentavam a análise dos óbitos evitáveis infantis e fetais e as situações de risco á saúde referentes ao parto e ao pós-parto. Os critérios de exclusão abrangeram as atas de óbito materno, inevitável, pendente, inconclusivo, bem como as que não descreveram as situações de risco à saúde referente ao parto e pós-parto. Assim, 122 atas foram incluídas na análise, em um total de 60 óbitos infantis e fetais. A análise foi efetuada em duas etapas, compreendidas em sistematização de documentos e na síntese de informações, onde a primeira etapa se dá com a organização dos dados no Microsoft Word, e a segunda etapa ocorre com a síntese das situações de risco à saúde relacionadas ao parto e ao pós-parto. Da análise emergiram duas categorias, sendo elas: situações de risco á saúde referentes ao parto e ao pós-parto relativas à equipe de saúde;, e situações de risco á saúde referentes ao parto e ao pós-parto relacionadas à mãe e/ou feto e/ou criança.

Resultados

Os resultados encontrados foram divididos em duas categorias. A primeira categoria abrange as situações de risco à saúde referentes ao parto e ao pós-parto relativas à equipe de saúde, segundo evidenciou o Comitê. Nesta categoria, as situações de risco à saúde compreendem a assistência e atuação prestada à gestante e feto pelos membros da equipe, como falta de instalação e realização de cardiotocografia, indução do parto medicamentoso com uso de ocitocina, a falta de acompanhamento e de avaliação da gestante e bebe durante o trabalho de parto, rigor mortis causado por demora no trabalho de parto e a evasão das consultas do primeiro ano de vida da criança. Na segunda categoria, apresentam-se situações de risco à saúde referentes ao parto e ao pós-parto relacionadas à mãe e/ou feto e/ou criança, como eventos de tocotraumatismo, taquicardia fetal durante o trabalho parto, disfunção respiratória e asfixia grave. Também estão ligadas nessa categoria situações de sangramento materno, prolapso de cordão e sepse.

Considerações Finais

A avaliação dos resultados demonstra fragilidade na atenção ao parto e ao pós-parto pelos serviços de saúde, sendo necessário a reflexão sobre as condutas e a assistência prestada no pré-natal, parto, pós-parto e no atendimento á criança nos primeiros dias de vida. Em relação à redução do quantitativo de óbitos infantis e fetais, a revisão dos processos de trabalho é substancial, por estarem atreladas aos óbitos considerados passíveis de redução. As questões biológicas maternas e/ou do feto e/ou criança são abordagens que merecem atenção e acompanhamento no pré-natal, parto e pós-parto, visando à prevenção de complicações e através de uma assistência qualificada e resolutiva prestada pela equipe de saúde.

Palavras Chave

Mortalidade infantil; Mortalidade fetal; Gestão em Saúde; Comitê de profissionais;

Area

Gestão de Serviços de Saúde

Instituciones

Universidade Regional de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

Viviana Mariá Draeger, Selma Regina Andrade, Alexandra Ferreira, Andriela Backes Ruoff, Talita Piccoli Sevegnani, Monique Helen Faria, Susana Cararo Confortin