Datos del trabajo


Título

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM JOGO EDUCATIVO PARA ADOLESCENTES

Introdução

Na adolescência, a sexualidade tem uma dimensão especial, que é o aparecimento da capacidade reprodutiva no ser humano, que acontece ao mesmo tempo em que estão ocorrendo profundas transformações biológicas, psicológicas e sociais. O acelerado crescimento físico dessa fase é acompanhado pela maturação sexual. A capacidade de abstração e o pensamento crítico se desenvolvem, juntamente com um maior senso de independência emocional e de autoconhecimento. Formula-se, gradualmente, o código pessoal de valores éticos e morais. O desenvolvimento e validação de tecnologias educativas envolvem o processo de reconhecimento das necessidades de saúde da população a que se destina à tecnologia e o julgamento da adequação dessa ferramenta à população-alvo. Nesse sentido, a adolescência representa fase de mudança em que assuntos relativos à sexualidade e à saúde sexual e reprodutiva ganham evidência e a anticoncepção precisa ser trabalhada com os adolescentes de maneira adequada, por meio de tecnologias educativas, que estimulem a participação dos adolescentes. Nesse cenário, insere-se o jogo educativo como uma ferramenta de educação em saúde possível de ser trabalhada junto aos adolescentes. Este estudo é relevante ao vislumbrar a utilização de um jogo educativo com evidências de validade em que se possa configurar como uma estratégia de aproximação e interesse dos adolescentes com a temática, de modo a trazer reflexão e ação para a anticoncepção.

Objetivos

Desenvolver um jogo educativo para adolescentes com enfoque na anticoncepção.

Método

Trata-se de um estudo metodológico, do tipo de desenvolvimento, que aconteceu mediante a realização de três etapas: identificação do conhecimento acerca da anticoncepção junto a adolescentes; elaboração de um jogo educativo sobre anticoncepção na adolescência; e validação do jogo educativo com os juízes-especialistas, no período de dezembro de 2014 a setembro de 2015. Na primeira etapa, foi realizada a aplicação de questionários a adolescentes de uma Escola de Ensino Fundamental de um Município do estado do Ceará, selecionada por ser local de ação de um projeto de extensão à saúde do adolescente. A composição amostral foi do tipo não probabilística por conveniência, pois se abordou todos os presentes na sala de aula, obedecendo os seguintes critérios: ambos os sexos, pertencentes as turmas de 8º e 9º ano do ensino fundamental, devidamente matriculados no ano letivo de 2014. A coleta de dados desta etapa, realizada nos meses de novembro e dezembro de 2014, utilizou um questionário semiestruturado. A análise dos dados foi baseada em estatística descritiva a partir da organização e análise no software Statistical Package for Social Sciences 20.0, com a apresentação de forma descritiva e análise dos dados a partir de parâmetros estatísticos, seguindo-se a discussão com suporte na literatura pertencente às temáticas. A segunda etapa ocorreu pela identificação e organização dos principais pontos levantados pelos adolescentes, a partir da fase anterior; definição do layout do tabuleiro; elaboração das perguntas e informações utilizadas ao longo do jogo; e definição das instruções de como jogar. A terceira etapa foi realizada com juízes (profissionais da saúde) selecionados de acordo com os critérios de Ferhing. O instrumento de coleta de dados dos juízes foi um questionário, com perguntas referentes à avaliação do material quanto à estrutura, apresentação e relevância. O material foi analisado com o auxílio do SPSS 20.0 e os itens da validação foram analisados pelo Índice de Validade de Conteúdo (IVC). Os itens com concordância menor que 0,78 foram corrigidos. O projeto de pesquisa estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual do Ceará sob o parecer 984.440 de 27/01/2015.

Resultados

Na primeira etapa, com a aproximação realizada com 55 adolescentes, verificou-se que os métodos contraceptivos mais conhecidos entre os adolescentes foram o preservativo masculino e o feminino, protetores reconhecidos por eles contra Infecções Sexualmente Transmissíveis e a pílula anticoncepcional. Identificaram-se dúvidas sobre o implante subdérmico, o coito interrompido e o Dispositivo Intra-uterino. Após essa etapa, seguiu-se a construção de um jogo de tabuleiro sobre “Anticoncepção na Adolescência”, avaliado por treze juízes/especialistas, enfermeiros, a maior parte com mais de dez anos de formação e doutores nas áreas de enfermagem, saúde coletiva, farmacologia ou educação em ciências. O jogo foi avaliado quanto aos objetivos (IVC>0,78), estrutura e apresentação e relevância do jogo (IVC>0,78). Alguns itens da estrutura e apresentação do jogo tiveram o IVC < 0,78 e foram revistos. A tecnologia foi considerada pelos juízes como instrutiva, informativa e fácil de aplicar, favorecendo a educação e a promoção da saúde sexual do adolescente. Além disso, o jogo contribui para a discussão e aprendizado sobre métodos contraceptivos, com possibilidades de utilização em ambientes de educação hebiátrica. Uma lacuna identificada nesse estudo foi à necessidade de elaboração de folder explicativo sobre os métodos contraceptivos abordados no jogo, com o objetivo de subsidiar os profissionais de saúde e educação na aplicação do jogo. Porém, os resultados da validação com os especialistas já pode ser utilizados.

Considerações Finais

Trata-se de uma tecnologia educativa simples, mas que proporciona interação, construção de conhecimentos e o despertar de novas opiniões e atitudes a respeito da contracepção. Sugere-se que a discussão dessa temática e a busca de produção de estratégias sejam estimuladas a fim de facilitar o aprendizado no meio acadêmico e na prática profissional, pois o jogo educativo sobre anticoncepção pode ser uma tecnologia viável na formação desses jovens.

Palavras Chave

Adolescência. Anticoncepção. Tecnologia em saúde.

Area

Outros

Instituciones

Faculdade Vale do Salgado - Ceará - Brasil, Universidade Estadual do Ceará - Ceará - Brasil, Universidade Regional do Cariri-URCA - Ceará - Brasil

Autores

Antonia Jussara Olinda Oliveira, Ygor Cleiton de Oliveira Sampaio, Roberta Peixoto Vieira, Francisca Juliana Grangeiro Martins, Maria Veraci Oliveira Queiroz, Rosely Leyliane dos Santos