Datos del trabajo


Título

A VISAO DOS ENFERMEIROS SOBRE AS RELAÇOES DE TRABALHO A PARTIR DA TEORIA DOS VINCULOS PROFISSIONAIS

Introdução

A partir da necessidade de se construir um modelo de gestão para a equipe de enfermagem, a fim de produzir um trabalho com menos sofrimento e monotonia, instigando o desenvolvimento de ações cooperativas e coletivas, surgiu a Teoria dos Vínculos Profissionais. Nesta, o processo de trabalho em enfermagem é permeado pela dimensão subjetiva dos trabalhadores, e se propõe o fortalecimento das relações saudáveis de trabalho nas equipes de enfermagem.1 As relações interpessoais no trabalho em enfermagem, sejam elas positivas ou negativas, são apontadas pelos enfermeiros como aspecto importante a ser considerado ao avaliarem seu processo de trabalho. O trabalho em saúde e enfermagem é mediado pela interação e comunicação em seu exercício cotidiano, constituindo-se como processo humano essencialmente intersubjetivo. Trabalhar é engajar sua subjetividade num mundo hierarquizado, ordenado e coercitivo que visa à dominação. E é no exercício do trabalho, ao fazer a experiência da resistência ao mundo social, que o trabalhador desenvolve a inteligência e a subjetividade.2 Assim, uma nova significação é o resultado da significação anterior dada pelo contato prévio com a realidade internalizada por cada indivíduo.3 Além disso, espera-se que o enfermeiro vincule a equipe de enfermagem no desenvolvimento do trabalho em saúde, pois é confeccionada uma rede de cuidado, mesmo que de forma parcelar, por isso é preciso ter claro que o objeto de trabalho, o ser humano, é comum a todos. Dessa maneira, a postura adotada pelo enfermeiro reflete no todo do processo de trabalho da equipe de enfermagem, implicando na qualidade das relações humanas para a prestação de cuidado com excelência.4

Objetivos

Construir, a partir da Teoria dos Vínculos, a visão dos enfermeiros acerca das relações de trabalho.

Método

Pesquisa qualitativa, realizada em um Hospital Filantrópico de uma cidade situada no sul do estado do Rio Grande do Sul. Os participantes do estudo foram oito enfermeiros. As informações foram coletadas a partir dos grupos focais que possibilitaram a observação de semelhanças entre participantes da pesquisa nos relatos de experiências, necessidades, valores e crenças e contou com a presença da pesquisadora como mediadora. Foram cinco encontros, semanais, no período de agosto a setembro de 2015, com duração de uma hora e meia. A análise dos dados se deu a partir da proposta operativa de Minayo.5 Os aspectos éticos foram assegurados e o estudo foi aprovado sob Certificado de Apresentação para Apreciação Ética de número 45134815.0.0000.5316.

Resultados

Evidenciaram-se dificuldades no ambiente de trabalho hospitalar, no qual regras e normas fazem parte do cotidiano dos profissionais, colaborando para os processos de trabalho, ou até mesmo sendo barreiras para as relações, portanto houve unanimidade ao relatar que as relações no trabalho necessitam se humanizar e que faltam instrumentos gerenciais a fim de auxiliar essa humanização. Destacou-se nas falas dos participantes, a existência de conflitos que se externalizam, por vezes, nas relações com os outros, desencadeados por uma liderança grupal negativa exercida por alguns membros da equipe de enfermagem. Entre as estratégias apontadas para a resolução de conflitos identificaram-se: o diálogo, a empatia e o respeito. As relações de trabalho em enfermagem são pautadas pelo comportamento de cada profissional em seu setor e numa busca pelo respeito, pela postura e pelo amadurecimento de cada integrante da equipe dentro do seu ambiente de trabalho. Alguns depoimentos indicam a formação de uma rede de relações entre as diferentes profissões dentro de uma organização de saúde, pautada pela formação de vínculos afetivos e sociais. Identificou-se nestes depoimentos a integração entre os profissionais enfermeiros e suas equipes, daí a importância dos que muitas vezes se mantêm isolados do grupo, desestabilizando as relações interpessoais. Outro ponto assinalado foram as questões organizacionais, características da profissão como a rotatividade de pessoas no ambiente de trabalho e a preocupação dos enfermeiros em como gerenciar essa rotatividade. Quanto ao trabalho em grupo, os participantes colocaram que é necessário conviver com as diferenças e ao mesmo tempo instigar os membros do grupo a refletir sobre suas qualidades.

Considerações Finais

O desenvolvimento potencial dessas visões é constituído a partir do compartilhamento coletivo dos entendimentos sobre as questões relacionais em grupo. Somente após o conhecimento acerca dos conceitos da Teoria dos Vínculos Profissionais, os participantes iniciaram o processo de reflexão interna sobre a realidade vivenciada no processo de trabalho, expressando de modo mais profundo e crítico suas compreensões acerca das relações, que se estabelece no interior das equipes de enfermagem.

Palavras Chave

teoria dos vínculos profissionais, enfermeiro, administração hospitalar

Area

Comunicação e Saúde

Instituciones

UFPel - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Lisa Antunes Carvalho, Edison Luiz Devos Barlem, Maira Buss Thofehrn, Camilla Benigno Biana, Neyla Cristina Carvalló Viana, Aline Kohler Geppert , Pedro Márlon Martter Moura, Adrize Rutz Porto, Diana Cecagno