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Título

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE HOMENS SOBRE AÇÕES EDUCATIVAS OFERTADAS PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Introdução

A Atenção Primária em Saúde (APS) caracteriza-se como a porta de acesso da comunidade à rede de saúde. Nesse sentido, têm-se a Estratégia Saúde da Família (ESF) como modelo de reorganização dos serviços de saúde e consolidação da APS, especialmente como proposta norteadora do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse cenário, encontra-se a saúde da população masculina que parece apresentar dificuldades relacionadas à temática no que se refere a adesão dos mesmos a estes serviços de saúde, que pode estar relacionados aos fatores econômicos e sociais.Para minorar tal situação, uma das medidas adotadas para atrair esse público a esses serviços de saúde, é realização de ações como a educação em saúde, que objetiva capacitar e tornar o indivíduo, autônomo no seu processo de saúde-doença. Desse modo, as ações educativas em saúde, ofertadas pela ESF, podem romper com os empecilhos sociais e culturais que dificultam a adesão da população masculina à ESF e favorecer à atenção integral. O referencial teórico, da Teoria das Representações Sociais (TRS), pode ser utilizado para compreender a realidade social, na perspectiva das representações sociais, expressa por um grupo de sujeitos; de forma que o conhecimento social que é socialmente elaborado, possibilite a construção de uma realidade comum. Portanto, a TRS é útil para se compreender como os homens percebem as ações educativas ofertadas pela ESF. O objeto desta investigação é relevante por perceber que é necessário ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde, sobretudo à ESF. Neste sentido, esse estudo justifica-se pela necessidade de discussão sobre a temática ao se compreender as representações sociais de homens acerca de como percebem as ações educativas ofertadas pela ESF.

Objetivos

Compreender as representações sociais de homens acerca de ações educativas ofertadas pela ESF.

Método

Tratou-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa. A coleta ocorreu em uma ESF de um município do estado do Ceará, entre os meses de outubro a novembro de 2016. A escolha da ESF foi feita mediante a seleção da micro-área que apresentasse o maior contingente de homens cadastrados. O critério de inclusão utilizado foi ser homem na faixa etária entre25 e 59 anos, pois é a faixa etária alvo da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. O critério de exclusão empregado foi ausência do participante, durante o período de coleta de dados, sendo que cada participante foi procurado por até duas vezes. O instrumento de coleta de dados foi à entrevista semiestruturada com questionamentos referentes à temática deste estudo e características socioeconômicas. Para análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise temática, alicerçada à TRS, e discutidos à luz da literatura pertinente. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com parecer de número 1.940.063.

Resultados

Participaram do estudo 22 homens, com média de idade de 42 anos, com maior prevalência entre 25 e 39 anos. Apresentou o maior percentual do grau de escolaridade, ensino fundamental incompleto com 54,54%. A renda familiar total dos participantes dessa pesquisa se deu entre um e dois salários mínimos. Da ocupação, houve predominância da profissão de moto-taxista. Acerca da temática, percebeu-se que representações sociais dos homens sobre as ações educativas, ofertadas pela ESF, estavam alicerçadas em dois aspectos distintos: repasse de informação de forma passiva e autonomia. O primeiro aspecto estava associado a compreensão dos entrevistados que alegaram que as ações educativas, ofertadas pela ESF, era o repasse de informação por meio da distribuição de folhetos informativos acerca de determinada temática e relacionaram a alguns determinantes do processo saúde-doença. Destacaram que ações ocorriam de forma pontual. O outro aspecto estava relacionado ao entendimento dos participantes, que as ações educativas, ofertadas pela ESF; proporcionava compreensão em relação ao autocuidado especialmente sobre as concepções socioculturais e transpassavam a visão biológica do cuidado. Enfocaram que ações educativas, ofertadas pela ESF, forneciam capacitação aos mesmos acerca do cuidado em saúde e conduzia à autonomia no gerenciamento e na manutenção do próprio bem-estar. A equipe de saúde trabalhava as educativas com foco na promoção de saúde e prevenção de patologias. Evidencia-se a necessidade de estimular esse público à participação ativa em metodologias educativas que proporcionem mudança de concepções atreladas ao modelo hegemônico de saúde.Nesse aspecto, a equipe de saúde, especialmente o enfermeiro, deve ser capaz de fornecer apoio necessário para que cada membro possa lidar, de maneira adequada, com os entraves existentes. Tal fator pode contribuir para aprimorar o vínculo entre os usuários e o serviço de saúde, além de propiciar efetividade à assistência em saúde. Nesse aspecto, ofertar espaço para que os homens possam discutir livremente, acerca de temáticas relevantes aos mesmos, pode refletir positivamente no alcance dessa meta. Aos profissionais de saúde, cabem dispor de condutas diferenciadas para a condução dos discursos dos homens, promovendo autonomia e efetividade no despertar da discussão perante à saúde dessa população.A limitação desse estudo deve ao fato de ter sido realizado somente em uma ESF, embora, apresenta contribuições às políticas de saúde e à enfermagem por retratar como os homens percebem as ações educativas ofertadas pela ESF.

Considerações Finais

As representações sociais dos homens sobre as ações educativas, ofertadas pela ESF, estavam alicerçadas em dois aspectos distintos. Desse modo, sugere-se que as ações educativas possam ser exploradas na perspectiva de atrair esse público aos serviços de saúde para que esses usuários compreendam que as ações educativas objetivam sua autonomia no cuidado em saúde.

Palavras Chave

Area

Saúde do Homem

Instituciones

Universidade Regional do Cariri- URCA - Ceará - Brasil

Autores

Ygor Cleiton de Oliveira Sampaio, Antonia Jussara Olinda Oliveira, Carlos Welmer Bezerra Holanda, Jacielton Martins Teles da Silva Morais, Silvânia Miranda da Silva, Roberta Peixoto Vieira, Rosely Leyliane dos Santos, Alex Porfirio dos Santos