Datos del trabajo


Título

SOBRECARGA FÍSICA DE ACOMPANHANTES DE CRIANÇAS HOSPITALIZADAS EM UMA ENFERMARIA PEDIÁTRICA

Introdução

A hospitalização infantil é um fator estressante e traumatizante na vida de uma criança, junto com os impasses físicos em que a mesma se encontra, é necessário que ela e toda sua família se adaptem ao novo ambiente. Durante a internação da criança, o acompanhante também se encontra hospitalizado, fato estressante que o expõe a problemas físicos e emocionais1. O acompanhante também passa pelos processos de adaptação em conjunto com a criança, permeando a exaustão física correspondente principalmente das condições físicas do hospital2. Comumente, um membro da família acaba assumindo o papel de cuidador principal se tornando acompanhante e responsável pelos cuidados da criança, necessitando abandonar seus afazeres e seus hábitos cotidianos, se esgotando fisicamente3. A equipe de enfermagem é muito próxima a este universo, tratando diariamente com estas pessoas, e assim, também compartilha das angústias apresentadas pelas famílias. Depois da criação das políticas que permitem a presença do acompanhante pediátrico em período integral, surgiu também a necessidade da inclusão da família no plano de cuidados do enfermeiro, desenvolvendo interação harmoniosa com esta família e incluindo-os nos cuidados da criança conforme suas possibilidades. A equipe é responsável por fornecer o suporte adequado4. Dessa forma, questionou-se: Quais fatores podem desencadear a sobrecarga física no acompanhante da criança hospitalizada?

Objetivos

Descrever os fatores que desencadeiam a sobrecarga física enfrentada pelos acompanhantes das crianças hospitalizadas.

Desenvolvimento

Trata-se de um estudo qualitativo descritivo5. O estudo foi realizado com acompanhantes de crianças internadas, no período de julho a dezembro de 2017, em uma enfermaria pediátrica de um hospital público de Campo Grande – MS, As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra, posteriormente, analisadas conforme a Análise de Conteúdo de Morse e Field6. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul com parecer nº 2.095.643. Foram entrevistadas sete mães que acompanhavam seus filhos. A média do tempo de internação das entrevistadas foi de 45 dias e cinco delas não realizavam o revezamento com outra pessoa. Quatro das sete famílias entrevistadas não moravam em Campo Grande–MS. Após a análise dos dados, foi encontrada a categoria “Fatores que desencadeiam a sobrecarga”, que descreve os fatores que foram citados pelas acompanhantes como incômodos e inclui as subcategorias: “Espaço físico” e “Permanência no ambiente hospitalar”, também foram citados o cansaço e a aflição de voltar para casa. Durante a internação elas relataram obstáculos no sono e repouso e dificuldade em ter uma pessoa de confiança para realizar o revezamento durante a internação da criança, fazendo com que elas fiquem em tempo integral no ambiente hospitalar. Além disso, o espaço físico inadequado, a permanência tempo integral no hospital sem revezamento e devido o cansaço extremo, referem a vontade de voltar para suas casas o mais rápido possível, porém, entendem que a hospitalização é necessária para a recuperação e reabilitação da saúde da criança. Dessa forma, evitam pensar em si mesmas, focando apenas na restauração da saúde da criança. Estes foram alguns dos fatores identificados como desencadeantes da sobrecarga. A subcategoria espaço físico permeou principalmente o local de descanso, onde os entrevistados relataram que as poltronas eram velhas e pequenas, causando dores no corpo e repouso inadequado. Na subcategoria sobre a permanência em tempo integral no ambiente hospitalar incluiu o cansaço físico, pois, não tinham tempo para obterem uma higiene satisfatória e nem cuidados pessoais, pois, todo momento tinha algum procedimento ou visita dos profissionais. A falta de luz solar e de um ambiente aberto também foi citado pelas acompanhantes, pois, sentem falta de “ar puro”, causando o cansaço físico e mental. Todas as acompanhantes entrevistadas eram mães e relataram não revezar com outra pessoa pelo fato de não terem outra pessoa de confiança ou por conta da faixa etária da criança, necessitando do aleitamento materno. Ademais, também acreditam que faz parte do seu papel de mãe acompanhar o filho em tempo integral.

Considerações Finais

O estudo demonstrou que as acompanhantes enfrentam uma situação de agitação devido à hospitalização da criança. O fato do ambiente hospitalar não ser considerado por elas adequado para a recepção dos acompanhantes, causa um desgaste ainda maior, diminuindo assim, a qualidade de vida durante o período da internação. Além disso, existem os fatores emocionais que também contribuem para a sobrecarga física. As mães acreditam que é seu papel ficar o tempo inteiro com a criança, assim, esquecem-se de seu bem estar e saúde, dedicando-se apenas ao cuidado da criança. A partir dos resultados encontrados, é possível perceber que acompanhantes se sentem sobrecarregadas fisicamente durante a internação da criança. Portanto, sabemos que a atribuição dos profissionais de saúde também é possuírem um olhar holístico ao ser humano, entendendo suas dificuldades, medos e anseios, atuando assim, para uma melhor qualidade de vida das pessoas. As repercussões desse estudo apontam para o planejamento de futuras ações que melhorem a qualidade de vida dos acompanhantes das crianças hospitalizadas.

Palavras Chave

Acompanhantes de pacientes; Criança; Hospitalização.

Area

Saúde da Família

Instituciones

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Mato Grosso do Sul - Brasil

Autores

Amanda Marques Bezerra, Francisneide Gomes Pego do Nascimento, Iven Giovanna Trindade Lino, Maria Angélica Marcheti, Marisa Rufino Ferreira Luizari, Fernanda Ribeiro Baptista Marques