Datos del trabajo


Título

A participação da equipe de saúde para o protagonismo paterno nos cuidados ao seu filho internado na Unidade Neonatal

Introdução

No Brasil, a presença da família no processo de internação é um direito assegurado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)1. Também é direito da criança hospitalizada que seus pais ou responsáveis participem ativamente do seu diagnóstico, tratamento e prognóstico, recebendo informações sobre os procedimentos a que será submetida1. A participação da família de forma ativa nos cuidados com o filho durante a internação hospitalar tem como objetivos favorecer a criação do vínculo afetivo, diminuir o estresse da família, adquirir conhecimento e capacitar para o cuidado no domicílio, devendo ser estimulada pela equipe de saúde independente da complexidade clínica do paciente. Mesmo com a elaboração, implantação e atuação do Ministério da Saúde através de programas e políticas públicas direcionadas para o fortalecimento do vínculo familiar e inclusão paterna nos cuidados, ainda consiste em um desafio, necessitando de incentivo, conhecimento e ensinamentos da equipe de saúde. Diante deste contexto, emerge a seguinte questão de pesquisa: Qual é a influência da equipe de saúde na participação e inclusão do pai no cuidado ao do seu filho pré-termo internado na Unidade Neonatal?

Objetivos

Descrever de que forma a equipe de saúde influencia na participação e inclusão do pai no cuidado ao do seu filho pré-termo internado na Unidade Neonatal?

Método

Pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, realizada em uma maternidade pública do norte do Estado de Santa Catarina, referência estadual para o Método Canguru desde 2013. Participaram do estudo 11 homens-pais de bebês pré-termos internados na Unidade Neonatal da referida maternidade, no período de junho a agosto de 2017, que estavam acompanhando seu filho durante a internação, sendo estes os critérios de inclusão. Foram adotados como critérios de exclusão pai com idade inferior a 18 anos e com filho com síndromes, malformações congênitas e outras doenças genéticas. A coleta dos dados foi a partir de entrevistas semiestruturadas, com perguntas abertas e fechadas, gravadas e posteriormente transcritas na íntegra. Os dados foram analisados a partir da análise temática proposta por Minayo2 seguindo as etapas: pré-análise, exploração do material e tratamento-interpretação. A pesquisa atendeu aos preceitos éticos, sendo aprovada sob número de protocolo 2.071.706.

Resultados

A faixa etária dos 11 pais entrevistados variou entre 19 e 36 anos, com predomínio de: Escolaridade Ensino Médio Completo (quatro); Estado civil casados (oito); Residentes em Joinville-SC (oito); Religião Evangélica (sete); E que vivenciavam pela primeira vez o nascimento do seu primeiro filho (sete). Quanto a ocupação profissional dos pais variou nas mais diversas áreas de atuação, sendo elas da área da indústria, comércio, construção civil, empresarial ou autônomo e com renda familiar de um a cinco salários mínimos. O peso do nascimento dos RN’s variou entre 590g e 1985g e a idade gestacional, de 25 a 35 semanas. É necessário que a equipe de saúde conheça e identifique os fatores que interferem na relação e construção afetiva pai e filho. Durante o estudo identificou-se que os pais mais proativos ou que receberam auxílio e intervenções da equipe de saúde para realizar os cuidados com o seu filho perceberam a equipe como aliadas durante a internação. No entanto, percebe-se que os pais que não foram preparados e incluídos pela equipe de saúde para realização dos cuidados com o filho sentem-se inseguros, e não se sentem adequadamente acolhidos pela equipe “Tem aquela (técnica) que vem conversar, pergunta as coisas, ela te explica, tem vontade de explicar alguma coisa, a gente é curioso, a gente não tem noção. Ela incentiva: “olha pai, tem que acordar ela, para ela ficar ativa pra mamar bem”. E tem aquela que chega de manhã cedo e diz: “nem toca! Não tira o pano porque não pode pegar luz!”. A gente se sente impotente, não sabe o que fazer” (P2). É crucial que a equipe de saúde acolha os pais de modo que eles possam receber as informações pertinentes de seu filho e que lhe disponibilizem a oportunidade de aproximação com o bebê “Foi muito bom, eles falaram o que tinha pra falar, mas de uma forma pra não assustar a gente, mas falaram tudo, todos os riscos” (P7). É preciso recriar o modelo assistencial prestado na Unidade Neonatal a partir da ótica do cuidado centrado na família, vislumbrando o acolhimento destes pais e sua inclusão nos cuidados.

Considerações Finais

Os profissionais da saúde precisam favorecer a participação do pai nos cuidados com o seu filho, contribuindo para benefícios imediatos e futuros tanto para a díade. São relevantes as reflexões sobre a temática, de modo que a equipe de enfermagem identifique fatores preditores para a construção da relação afetiva pai e filho. As limitações deste estudo remetem à necessidade de investigar também as percepções dos profissionais de saúde da Unidade Neonatal sobre a importância da participação do pai nestes cuidados. Talvez, respondendo a esta lacuna, seja possível traçar estratégias para que a ampliação da inclusão e atuação paterna nos cuidados com seu filho internado na unidade neonatal.

Palavras Chave

Pai, Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Enfermagem, Pessoal de saúde

REFERÊNCIAS
1 Brasil. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e dá outras providências. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. [internet] 1990 [aceso em 2018 Mai 11]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L8069.htm

2 Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo (SP): Hucitec; 2013.

Area

Saúde da Criança

Instituciones

Faculdade IELUSC - Santa Catarina - Brasil

Autores

Eilaine Carvalho, Patrícia de Oliveira Cercal Mafra, Lidiane Ferreira Schultz, Luana Claúdia dos Passos Aires