Datos del trabajo


Título

OBSERVAÇAO SISTEMATICA NA INVESTIGAÇAO DO DESENVOLVIMENTO DE PROCESSOS GRUPAIS RELACIONADOS AO AUTOCUIDADO E HANSENIASE

Introdução

Os grupos de apoio ao autocuidado em hanseníase (GAC) são fundamentais na prevenção de incapacidades, como também a problematização de ações relacionadas à qualidade de vida, que envolvem, por exemplo, aspectos emocionais e a participação social. Em Pernambuco, existem atualmente sete GACs em atividade, realizados em unidades de referência para o tratamento da doença. A implantação de GACs é uma das estratégias da Política Nacional de Atenção Integral à Pessoa com Hanseníase, e analisar as experiências que vêm ocorrendo, podem contribuir para a discussão e reorganização de processos de trabalho. Objetivo: Analisar os indicadores do processo grupal dos GACs em Hanseníase.

Objetivos

Analisar os indicadores do processo grupal dos GACs em Hanseníase.

Método

Trata-se de um estudo qualitativo. Realizado em 07 unidades de saúde de referência para o tratamento da hanseníase em Pernambuco, e que possuíam GACS em funcionamento há mais de um ano. Participaram do estudo os Profissionais da área de saúde que coordenam os grupos de autocuidado em hanseníase (enfermeiro, terapeuta ocupacional, médico e fisioterapeuta) e os participantes dos grupos (média de 10 a 15 participantes por grupo). Os dados foram coletados através da observação sistemática. A observação ocorreu nos dias de reunião dos grupos de autocuidado, que ocorriam quinzenalmente ou mensalmente. Ocorreram a observação de no mínimo 05 reuniões de cada grupo, no período de março a dezembro de 2017. O roteiro da observação foi fundamentado nos indicadores do processo grupal desenvolvidos por Pichon Rivière, que possibilita a análise das formas de interação que são geradas no grupo e revelam vivências sociais internalizadas. Os indicadores utilizados foram: afiliação/pertença, comunicação, cooperação, tele, aprendizagem e pertinência. Os dados foram registrados em diários de campo, onde após a leitura inicial, foram categorizados em um quadro apresentando os indicadores de Pichon Riviére, e assim analisados por meio da análise de conteúdo. O estudo foi submetido a Plataforma Brasil e aprovado por comitê de ética.

Resultados

A observação ocorreu nos dias das reuniões dos grupos, no período pré-reunião (ou seja, no momento da chegada dos participantes ao local, a interação entre eles, a receptividade dos coordenadores); período da reunião (foram observadas as atividades realizadas e interação entre os participantes); e o período pós-reunião (as conversas, as demandas que surgiam individualmente para os coordenadores, a interação entre os participantes). Em cada reunião existiam dois pesquisadores que utilizavam o roteiro para as observações e os registros no diário de campo. A observação permitiu analisar o desenvolvimento do processo grupal, considerando os indicadores propostos pelo o autor de referência. Assim, quanto ao indicador “Tarefa”, destaca-se que os encontros realizados pelos grupos eram periódicos, e os participantes tinham a compreensão da tarefa estabelecida. Eles têm como característica comum: a troca de experiencias, esclarecimentos de dúvidas, prática de exercícios para a prevenção de incapacidades e atividades sócio-culturais. A “afiliação e pertença” diz sobre o grau de identificação dos membros do grupo entre si e com a tarefa. Destaca-se que em 04 GACs há assiduidade dos seus participantes, entretanto em 03 GACs há um número expressivo de faltas dos participantes. Existe bom relacionamento entre os membros, demonstrado por meio do respeito entre escuta e falas durante as atividades, ao acolhimento entre eles, e entre eles e coordenadores. Há afinidade, confiança mútua e identificação presentes nos relatos das histórias de vida. Há “cooperação” entre os presentes durante as atividades propostas, inclusive quando há a presença de novos integrantes. A “comunicação” é fluida na maior parte dos GACs, percebe-se entraves nos grupos onde a postura do coordenador é menos dialógica, e quando a programação de atividades é repleta de palestras. Com relação a “aprendizagem”, apenas 01 dos GAC tem o potencial de inovação e de se reinventar diante das demandas novas que surgem nas reuniões, devido ao empoderamento e liderança que os participantes demonstram. Quanto a tele, que é a disposição de um indivíduo para trabalhar em grupo e relaciona-se ao clima grupal, nota-se que o clima grupal é influenciado diretamente pela atuação dos coordenadores dos grupos. Quanto maior a utilização de estratégias pronlematizadoras e dialógicas, melhor é a interação entre os participantes. Nos GACs propõe-se a humanização do cuidado e uma relação entre a rede de saúde e os usuários na perspectiva de uma atenção integral. Os grupos são fundamentais para orientar o paciente como ele pode evitar e identificar possíveis agravos com a realização de exercícios e a observação do seu corpo. A vantagem de dividir experiências, socializar conhecimentos e lidar com problemas e dificuldades pessoais, visando sua superação. Estes procuram estimular a formação da consciência de riscos para a integridade física, a mudança de atitudes para a realização do autocuidado e o fortalecimento da autonomia dos participantes.

Considerações Finais

Neste sentido, a observação sistemática possibilitou direcionar o olhar para a analise e compreensão do desenvolvimento dos grupos. É uma técnica que permitiu coletar os dados de modo organizado e com categorias pré-definidas para o registro das informações, principalmente em pesquisas com múltiplos locais de coleta e com equipe composta por diversos pesquisadores. Destaca-se no estudo, que à medida que se conhece e se consegue identificar os principais indicadores presentes no processo grupal, contribui-se para a análise do processo organizativo dos grupos, o que pode levar ao fortalecimento ou reorganização das práticas estabelecidas.

Palavras Chave

Grupos; Autocuidado; Observação

Area

Doenças Transmissíveis

Instituciones

Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

Danielle Christine Moura dos Santos, Raphaela Delmondes do Nascimento, Marize Conceição Ventin, Stephanie Steremberg Pires Azevedo, Niedja Madelon Nascimento Souza, Marielle de lima Belmonte, Maria Georgia Torres Alves, Geoclebson da Silva Pereira