Datos del trabajo

Título

SITUAÇOES DE RISCO A SAUDE MATERNA E O OBITO INFANTIL E FETAL EVITAVEL

Introdução

Em resposta à preocupação global, a redução dos óbitos neonatais de crianças se tornou um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas onde visa reduzir a taxa de mortalidade materno-fetal para menos de 70 mortes por 100.000 nascidos vivos no mundo até o ano de 2030. O indicador de mortalidade infantil representa as condições de vida de uma determinada população, demonstrando aspectos do processo saúde-doença, como os fatores ambientais, biológicos, socioeconômicos e serviços de saúde. Sendo assim, estimativas presumem que a combinação entre esses elementos podem reduzir os óbitos de crianças e também das gestantes, uma vez que esses não ocorreriam se houvesse intervenção nas causas predominantes identificadas e com elaboração de estratégias de evitabilidade. O conhecimento dos múltiplos fatores relacionados aos óbitos infantis e fetais é uma necessidade de gestão e, por isso, com intenção de monitorar esses casos, os Comitês de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal brasileiros executam a vigilância dos óbitos de gestantes e crianças. O processo de vigilância avalia os principais fatores que interferem no óbito, sendo estes denominados de situações de risco á saúde. Em Florianópolis, a equipe multidisciplinar que compõe o Comitê de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal elenca as principais situações de risco á saúde e elaboram recomendações para a gestão dos serviços de saúde, possibilitando arevisão de condutas, a fim de evitar a ocorrência de desfechos semelhantes. Ao elencar as situações que influenciaram no desfecho do óbito, o Comitê reconstrói a rede de acontecimentos que suscitaram no óbito, que não podem ser ignorados e, principalmente, devem ser, a medida que possível, evitados. As situações de risco à saúde podem ser referentes aos serviços de saúde do atendimento pré-natal, do atendimento neonatal, da assistência dos serviços pré-hospitalares e de urgência, das condições familiares, questões próprias ao feto, recém-nascido e/ou hábitos e condições maternas. As situações de risco à saúde relacionado aos hábitos e condições maternas envolvem questões comportamentais e de escolha da mulher, interação social e suas condições sócio-econômicas.

Objetivos

Descrever as situações de risco à saúde relacionadas aos hábitos e condições maternas nos óbitos infantis e fetais analisados pelo Comitê de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal do município de Florianópolis.

Método

Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa, exploratória e descritiva. Fundamentou-se nas atas descritas, nos anos de 2007 a 2016, pelo Comitê de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal de Florianópolis. A coleta de dados deu-seentre os meses de setembro de 2016 a fevereiro de 2017, utilizando-se doscritérios de inclusão: atas que relatavam a análise dos óbitosinfantis e fetais evitáveis e que continham situações de risco à saúde relacionadas aos hábitos e condições materna. Por sua vez, os critérios de exclusão foram as atas s óbitos maternos, inevitáveis, pendentes ou inconclusivos, e aquelas quenão continham o registro das situações das situações de risco á saúde, objetivo desta pesquisa. Foram avaliadas 122 atas, totalizando 60 óbitos infantis e fetais evitáveis analisados. Para realizar a análise, duas etapas foram realizadas, sendo elas: a sistematização de documentos e a síntese de informações. A primeira consiste na organização dos dados em uma tabela, com suporte do Microsoft Word. Enquanto que, a segunda etapa, foi realizada a síntese das situações maternas levantadas, obtendo o conteúdo almejado. Assim, foram criadas as seguintes categorias: condições biológicas naturais, condições biológicas adquiridas e influências sociais e hábitos materno.

Resultados

Na primeira categoria, condições biológicas naturais, estão inclusas situações de risco à saúde que referiram à questão da gestação na adolescência, cuja idade materna varia entre 16 e 19 anos, e a com relação à obesidade materna. Por sua vez, a segunda categoria – condições biológicas adquiridas– compreende questões como o uso de substâncias ilícitas como álcool, drogas e tabaco; e a condição de não realização do tratamento para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). A última categoria, relativa às influências sociais e hábitos maternos, predominando as situações de falta de adesão ao pré-natal, falta de acompanhamento e/ou acompanhamento parcial do pré-natal, gestação não planejada pelo casal, moradia em locais de risco, situação socioeconômica desfavorável impactando nas demais situações citadas; não adesão ao tratamento de infecções do trato urinário durante o pré-natal, evasão das consultas de puericultura, violência doméstica, parceiro preso, e envolvimento com tráfico de drogas.

Considerações Finais

As situações de risco à saúde relacionadas às influencias socias e hábitos maternos que influenciaram nos óbitos infantil e fetal do município de Florianópolis retratam o cenário de vulnerabilidade da gestante. A influência do meio social é irrefutável, sendo as mães com condições socioeconômicas críticas as mais atingidas, destacando o envolvimento em tráfico de drogas e a violência doméstica. Os hábitos maternos são, também, muito evidenciado, onde a escolha da mulher na realização de um acompanhamento pré-natal com profissionais influencia, de maneira direta, na probabilidade da ocorrência de óbitos. A análise destas informações se faz necessária para o planejamento de ações dos serviços de saúde, que necessitam compreender a realidade da população atendida para produzir cuidados condizentes às carências sociais, desenvolvimento de políticas publicas que dão suporte na condução e direcionamento das necessidades desta população.

Palavras Chave

Mortalidade infantil; Redução da mortalidade infantil, materna e neonatal; Situação de Saúde.

Area

Gestão de Serviços de Saúde