Datos del trabajo


Título

Lacunas do conhecimento no processo de Reabilitação de sobreviventes ao acidente vascular cerebral e seus cuidadores familiares

Introdução

Na classificação mundial, o Brasil está entre os dez primeiros com os maiores índices de mortalidade por AVC, apontado como a maior causa de incapacidade na faixa etária acima de 50 anos, sendo responsável por 10% do total de óbitos, 32,6% das mortes com causas vasculares e 40% das aposentadorias precoces no Brasil (1,2). A pessoa que sobrevive ao AVC e seus familiares poderão necessitar de demandas de cuidados complexos após o evento cerebral, do período de hospitalização até o domicílio. Com isso, observa-se um amplo debate acadêmico internacional e nacional sobre os avanços necessários para promover estratégias eficazes para o processo de reabilitação, por meio de ações que tenham como principal objetivo, o autogerenciamento, o autocuidado e a contínua monitorização dessas pessoas nos serviços de saúde, principalmente na atenção primária e no contexto domiciliar para a promoção da saúde e melhor qualidade de vida deste grupo de pessoas(3). Após a alta hospitalar, o sobrevivente apresenta uma série de limitações físicas e emocionais. No retorno para casa, a perspectiva do cuidado difere do hospital, é nesse momento que há a transição do curar para o cuidar em domicílio(4). Participaram 16 sobreviventes e 16 cuidadores familiares, atendidos em um hospital do município de Goiânia-Goiás.

Objetivos

Descrever a experiência do processo de reabilitação vivenciada, por pessoas que sobreviveram ao acidente vascular cerebral (AVC) e seus cuidadores familiares.

Método

Pesquisa do tipo estudo de caso qualitativo. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada e a análise interpretativa foi conduzida para a construção do núcleo temático: Lacunas do conhecimento relacionados à enfermidade.

Resultados

No momento da alta hospitalar, a maioria dos participantes descreveu que não foram devidamente orientados pela equipe. Para alguns a alta não foi programada, para a maioria não foi feita as orientações quanto à terapia medicamentosa, quanto ao real diagnóstico, e as demais etapas do processo de tratamento, gerando assim, dúvidas tanto por parte dos sobreviventes quanto de seus cuidadores.
[...] No dia da alta ninguém me orientou nada não!!! Não me explicaram sobre os remédios nem o tipo de AVC que tive!!! Ninguém me explicou nada!!! Numa segunda feira a doutora disse que podia ir embora, então eu vim embora!!! Eu tenho dúvidas!!! (P9, 81 anos)
[...] No dia da alta nem o médico eu vi!!! Não fiquei sabendo nem o tipo de AVC que ela teve!!! [...] No dia da alta não me explicaram que ela precisava de retorno, não me deram nenhum papel de retorno!!! (C10, 62 anos).
Ficou evidenciado pela maioria dos participantes a falta de conhecimento sobre o tipo de AVC que tiveram bem como o entendimento da fisiopatologia da doença, a indicação de cada medicação que fazem uso, mas principalmente o exercício do cuidado empírico, pois a maioria relatou não terem sido treinados ou ensinados a prestarem o cuidado a esses sobreviventes no período de pós-alta.
[...] Nunca ninguém me ensinou como cuidar da minha mãe!!! Eu procuro fazer o que os médicos mandam!!![...]Tenho dúvida para que serve alguns medicamentos que ela usa!!! (C12, 28 anos).[...] Eu não sei para quê serve cada medicação que tomo!!! Só sei que tem que tomar!!!(P12, 54 anos).
[...] Senti, isso eu senti!!! Senti falta de informação sim!!! Nas três internações não me explicaram quase nada!!! Senti falta de informação e explicação!!! [...] Quem nos ensinou a cuidar do meu pai foi a necessidade!!! (C15, 46 anos).

Considerações Finais

Ficou evidente a necessidade de modelos de cuidado que tenham como foco central as pessoas, a continuidade dos cuidados, para que o processo de transição do cuidado seja vivenciado de modo seguro e eficaz.

Palavras Chave

Acidente Vascular Cerebral, Reabilitação, Cuidador Familiar.

Area

Doenças crônicas/condições crônicas

Instituciones

Universidade Federal de Goiás (UFG) - Goiás - Brasil

Autores

Ana Cláudia Jaime de Paiva, Vanessa da Silva Carvalho Vila, Maria Alves Barbosa, Jamile Carvalho Rodrigues