Datos del trabajo


Título

Grupo focal como instrumento de coleta de dados: experiência com enfermeiros

Introdução

Grupos Focais(GF) como estratégia para coleta de dados tem sido cada vez mais empregados como espaços privilegiados no alcance de concepções grupais acerca de determinada temática(1). Podem envolver crianças capazes de relatar a experiência, adultos e profissionais de saúde para explorar e conhecer suas percepções, necessidades, buscar consensos e direcionar intervenções de cunho assistencial, educativo, gerencial(2-4), bem como contribuir na construção do conhecimento(5).

Objetivos

relatar a experiência do GF para identificar as necessidades de aprendizagem de enfermeiros, a respeito dos conhecimentos, habilidades e atitudes fundamentais sobre o Brinquedo Terapêutico (BT) na assistência à criança, as quais embasarão a construção de um curso online nesta temática.

Desenvolvimento

trata-se de um relato de experiência derivado de uma pesquisa de abordagem metodológica desenvolvida em três etapas. Neste relato, será apresentado a etapa 1 que utilizou o GF para dar voz aos enfermeiros que atuam em cenários de cuidado à criança. O tema BT na assistência à criança é de interesse comum da área e, portanto, os enfermeiros são considerados detentores dos atributos que se deseja conhecer. Os cenários foram sete instituições hospitalares, com atendimento pediátrico, localizados nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte do país. Descrição da experiência: planejamento: após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa das instituições participantes, procedeu-se o contato com os Diretores de Enfermagem, para a indicação de enfermeiros para a composição dos grupos. O contato deu-se via correio eletrônico, sendo apresentado os objetivos da pesquisa, a garantia de anonimato, a participação voluntária e a agenda de reuniões preferencialmente fora do horário de trabalho. Recrutamento: de posse da lista dos potenciais participantes, procedeu-se o primeiro contato para a formalização do convite, individualmente, com envio online da carta convite, destacando informações a respeito dos objetivos, estratégia de coleta de dados, riscos e benefícios, sugestão de dia, horário, local e o retorno para a confirmação da presença, ressaltando a liberdade de participação. Após o aceite, como sugestão de leitura prévia foi enviado um texto de sensibilização a respeito do BT. Participaram 46 enfermeiros, compondo sete grupos, com a participação de 4 a 9 enfermeiros por grupos, provenientes das sete instituições, que atenderam aos critérios de inclusão: ser profissional atuante nas unidades pediátricas, há mais de um ano, com exclusão dos enfermeiros que atuavam no cuidado ao neonato. Formou-se uma amostra intencional(6), homogênea, porém com enfermeiros atuando em diferentes cenários da pediatria, o que gerou riqueza nas trocas de experiências. Ambientação: os hospitais disponibilizaram salas localizadas próximas ao setor de pediatria, refrigeradas, com tamanho adequado contendo lugares que acomodavam os participantes confortavelmente, sentados em círculo, em uma área que garantiu a privacidade do grupo. Operacionalização da coleta de dados: as sessões seguiram as etapas de acolhimento e abertura, leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), entrega do instrumento de caracterização dos participantes, esclarecimento da dinâmica de participação em grupos focais, dinâmica de apresentação dos participantes com o resgate das brincadeiras da infância, apresentação da pergunta focal, discussão e encerramento. Os encontros foram conduzidos pela pesquisadora, como moderadora e por um observador. Após a constituição do grupo, foram reforçados os objetivos do estudo, com explanação sobre a proposta do encontro, o agradecimento pela participação, a necessidade de se utilizar o gravador para registro das falas, o papel do moderador e observador e o horário de término. Esclareceu-se sobre as questões éticas e após a assinatura do TCLE, foi aplicado o instrumento de caracterização dos participantes com preenchimento individual. Ao final, iniciou-se a atividade de integração sendo solicitado aos enfermeiros para que escrevessem o nome em um papel, setor de trabalho e o tempo de atuação no local. Para aquecimento grupal, os participantes foram orientados a fecharem os olhos e buscassem rememorar as brincadeiras preferidas, escolhendo a mais significativa, anotando-a no papel de identificação. A seguir, o papel era colocado em um recipiente, que era passado de mão em mão, para que cada um retirasse um papel e apresentasse o colega aos demais. Logo depois, a sessão era iniciada, seguindo um modelo semiestruturado de entrevista com perguntas: Como foi para vocês a escolha da brincadeira? Que habilidades o grupo reconhece ter desenvolvido com a atividade do brincar? E assim foi encaminhando a discussão para a reflexão a respeito das habilidades desenvolvidas com o brincar e a importância delas na construção da pessoa, quer seja sadia ou doente. A seguir, que ideia construíram por meio da leitura prévia do texto enviado sobre o Brinquedo Terapêutico? Assim, o tema da pesquisa foi inserido na discussão, com livre debate entre os participantes. Na sequencia, direciona para a pergunta focal: Que conhecimentos, habilidades e atitudes os enfermeiros consideram fundamentais à construção de um curso online sobre o brinquedo terapêutico na assistência à criança? Foram realizados dez encontros e o tempo destinado para cada grupo variou entre 2h e 2h40 minutos, preservando os 15 minutos finais para que a moderadora apresentasse a síntese do encontro e validasse as ideias centrais. A princípio foi planejado um único encontro com os sete grupos, com a possibilidade de um segundo momento, caso o grupo identificasse a necessidade de densificar os conceitos ou buscar novas ideias, o que ocorreu com três grupos. Após cada encontro, a mediadora e observadora se reuniam para discutir o conteúdo exposto e organizar os relatórios e, posteriormente, os dados foram transcritos na íntegra e analisadas à luz da Análise Qualitativa de Conteúdo Convencional. Avaliação dos encontros: a possibilidade de discutir pela primeira vez o tema proposto, gerou curiosidade, interesse e inquietação dos enfermeiros sobre suas próprias atitudes em relação a utilização do brinquedo/BT na assistência. A técnica do GF mostrou-se como um meio efetivo para aproximar, sensibilizar os enfermeiros ao tema e gerar discussões pertinentes cumprindo o objetivo proposto e oportunizando o repensar coletivo sobre seu uso na prática clínica.

Considerações Finais

destaca-se a importância do planejamento rigoroso e o domínio do pesquisador sobre o processo de coleta de dados, para que dessa forma, atinja a fidedignidade e confiabilidade, contribuindo para a pesquisa e a evolução do conhecimento em enfermagem.

Palavras Chave

Grupos Focais; Pesquisa Qualitativa; Enfermagem Pediátrica; Ensino; Jogos e brinquedos.

Area

Outros

Autores

Edmara Bazoni Soares Maia, Estela Duarte Pontes , Regina Aparecida Garcia de Lima