Datos del trabajo


Título

BRINCADEIRA NO HOSPITAL: RELATO DE EXPERIENCIA SOBRE AS CONTRIBUIÇÕES DE UMA BRINQUEDOTECA

Introdução

A doença e a hospitalização para a criança, o adolescente e sua família pode tornar-se uma experiência traumatizante, visto que sofrem diversas mudanças no seu cotidiano, como do ambiente familiar, da escola e dos amigos, sofrem restrições, são alvos de procedimentos invasivos e dolorosos e são confrontados a vivenciar experiências novas e desconhecidas que geram sentimentos de diferentes ordens, como medo, raiva, insegurança e incertezas 1. Desta forma, o cuidado de enfermagem prestado à criança e adolescente e a sua família é complexo, pois além da execução adequada da técnica e o domínio do conhecimento clinico, a criança/adolescente e sua família devem ser assistidos como um todo, considerando a fase de crescimento e desenvolvimento, a relação com a família, as necessidades biopsicossociais, além de estabelecer vínculos e compreendê-la 2. O brincar faz parte do contexto infantil e através da brincadeira a criança/adolescente expressa a sua realidade, constrói um mundo próprio, desenvolvendo uma atividade espontânea e agradável. O processo de brincar quando incorporado no cuidado de enfermagem passa a ser um destaque no âmbito da promoção da saúde, originando um atendimento integral à criança e ao adolescente e podendo contribuir na diminuição dos aspectos traumáticos que podem ser gerados pela hospitalização 3. Assim, o lúdico é um instrumento importante para o cuidado de enfermagem, possibilitando um ambiente mais favorável para a criança, o adolescente, a família e os profissionais 3,4. Ainda ao ser utilizado na prática diária vem ao encontro de uma abordagem integral no cuidado da criança/adolescente, com ênfase na humanização da assistência.

Objetivos

Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem enquanto bolsistas do projeto de extensão intitulado: “Brincar, brincando: contribuição para o crescimento e desenvolvimento saudável durante a hospitalização pediátrica”.

Desenvolvimento

Desenvolvido na Brinquedoteca de uma Unidade de Internação Pediátrica em um Hospital Universitário do Sul do Brasil, de segunda a sexta-feira, no período vespertino. Rotineiramente foi observado o censo diário de pacientes internados para planejar as atividades e brincadeiras de acordo com a faixa etária das crianças e adolescentes internados, bem como o preparo e limpeza do espaço físico e dos brinquedos para as atividades lúdicas diárias. As atividades são realizadas na brinquedoteca e/ou no quarto, a beira do leito. As crianças e adolescentes que conseguem ir até a brinquedoteca são convidadas a conhecer o local e escolher o brinquedo de sua preferência. São utilizados brinquedos como móbiles, chocalhos, mordedores, argolas empilháveis, carros, cavalinho de balanço, casas de bonecas, jogos em geral, quebra-cabeças, lego, bonecas, louças, robôs, bolas, instrumentos musicais, livros ilustrativos, lápis de cor e papel para desenhar, dentre outros. Também é estimulado a participação do familiar nas atividades, com intuito de buscar uma abordagem centrada na criança e família. De uma maneira geral, as crianças e adolescentes que tinham possibilidade de ir à brinquedoteca usufruíam do local, com seus jogos e brincadeiras. A brinquedoteca é um lugar diferente do leito, onde há enfeites e cores, minimizando os efeitos que a hospitalização traz para estes. Além disso, o processo de hospitalização retira as crianças e adolescentes do seu cotidiano, de suas atividades habituais e a brinquedoteca proporciona esse local a possibilidade de brincar, desenhar, jogar, assistir desenhos e até mesmo realizar as atividades escolares. Na brinquedoteca, as crianças/adolescentes puderam expressar através do brinquedo os seus sentimentos em relação a internação, principalmente em relação aos procedimentos realizados. Através de bonecos com materiais hospitalares (cateter de oxigênio, acesso venoso periférico, seringa, termômetro, estetoscópio) elas puderam representar como se sentiam em relação a esses procedimentos, simulando a si próprias, equipe hospitalar e familiares. Ainda neste espaço há brinquedos que as crianças/adolescentes podem livremente brincar, além de que o local possui mesas, sofá, tatame e computador que também são utilizados pelos pacientes da unidade, possibilitando também a promoção do crescimento e desenvolvimento saudável. Já as crianças e adolescentes que não tinham a possibilidade de ir até a brinquedoteca eram atendidas nos leitos, no qual os bolsistas levavam brinquedos de acordo à sua vontade e dos acompanhantes, como bonecas, materiais hospitalares, carrinhos, casinhas, desenhos para colorir, narração de histórias, construindo assim um local mais colorido e divertido para eles. Também foram desenvolvidas atividades educativas com a criança, o adolescente e seus familiares.

Considerações Finais

As atividades realizadas oportunizam ao acadêmico de graduação a aquisição de competências relacionais com a criança e ao adolescente hospitalizados mediados pela brincadeira. No transcorrer das atividades foi possível vivenciar a importância da brinquedoteca para o cuidado da criança, do adolescente e sua família durante a hospitalização, uma vez que este é um espaço importante para a enfermagem desenvolver atividades lúdicas mediadas pelo brincar e pela brincadeira no espaço hospitalar. Também possibilita promover o crescimento e desenvolvimento saudável da criança e do adolescente hospitalizado e minimizar os efeitos adversos decorrentes do adoecimento e da hospitalização, permitindo a expressão de sentimentos e o alívio de ansiedades, além de possibilitar a integração de ambos com a equipe de saúde da unidade de internação pediátrica.

REFERÊNCIAS:
1. Souza GKO, Martins MMB. A Brinquedoteca hospitalar e a recuperação de crianças internadas: uma revisão bibliográfica. Revista Saud Pesq. [periódico na internet]. 2013 jan/abr; [citado 2018 abril 14] 6(1):123-30. Disponível em: http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/ saudpesq/article/view/2430/1854.
2. Depianti JRB, Silva LF, Carvalho AS, Monteiro ACM. Benefícios do lúdico no cuidado à criança com câncer na percepção da enfermagem: estudo descritivo. Online braz j nurs [online]. 2014; 13(2): 158-165. Disponível em: https://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/download/4314/pdf_121.
3. Marques EP, Garcia TMB, Anders JC, Luz JH, Rocha PK, Souza S. Lúdico no cuidado à criança e ao adolescente com câncer: perspectivas da equipe de de enfermagem. Esc. Anna Nery. [periódico na internet]. 2016 jun; 20(3): 327-345. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452016000300218&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 28 maio 2018.
4. Sousa LC, De Vitta A, Lima JM, De Vitta FCF. O brincar no contexto hospitalar na visão dos acompanhantes de crianças internadas. Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. [periódico na internet]. 2015 abr; 25(1):41-49. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0104-12822015000100005&script=sci_arttext&tlng=pt.

Palavras Chave

Enfermagem Pediátrica; Hospitalização; Criança; Adolescente; Jogos e Brinquedos.

Area

Saúde da Criança

Autores

Luana Marques Silva, Morgana Pereira Rocha , Jane Cristina Anders , Ana Izabel Jatobá Souza, Patrícia Kuerten Rocha, Michelini Fátima Silva, Nolly Joner Neto, Evandra Castro Donatti