Datos del trabajo


Título

GESTÃO DO CUIDADO DE ENFERMAGEM DURANTE O TRABALHO DE PARTO VISANDO AS BOAS PRÁTICAS DE CUIDADO À PARTURIENTE

Introdução

As boas práticas de cuidado prestadas às parturientes durante o trabalho de parto tem como finalidade proporcionar alívio da dor de forma não invasiva, respeitando a autonomia e a qualidade da assistência. Deve acontecer em todo o trabalho de parto, sendo que o momento mais oportuno é na fase de dilatação, devido ao manejo da dor. Com isso, é fundamental identificar as boas práticas que estão sendo (ou não) realizadas, bem como a visão dos profissionais que as realizam. A enfermagem possui atuação fundamental como facilitadores neste processo, logo, é aconselhado que eles desempenhem esta atuação, proporcionando à parturiente uma assistência humanizada em conjunto com a equipe multiprofissional1.

Objetivos

Compreender o significado que técnicas de enfermagem atuantes no Centro Obstétrico atribuem às boas práticas de cuidado baseadas em evidências científicas aplicadas às parturientes durante a fase de dilatação do trabalho de parto.

Método

O estudo está baseado nos resultados de um Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina concluído em 2017. Este estudo de abordagem qualitativa integra também o macroprojeto intitulado “Gestão do cuidado de enfermagem para a qualidade da atenção obstétrica e neonatal”. O método utilizado foi a Grounded Theory ou Teoria Fundamentada nos Dados, na versão de Strauss e Corbin2. A pesquisa foi desenvolvida em duas maternidades públicas localizadas no município de Florianópolis/SC: Maternidade do Hospital Polydoro Ernani de São Thiago (Maternidade A) e Maternidade Carmela Dutra (Maternidade B), no período de agosto de 2016 a março de 2017. O Centro Obstétrico da Maternidade A atende em torno de 250 partos mensais e contava com 22 técnicos de enfermagem, 13 auxiliares de enfermagem, dos quais sete (técnicos e/ou auxiliares) encontravam-se afastados. O Centro Obstétrico da Maternidade B atende cerca de 365 partos mensais e contava com 25 técnicos de enfermagem, dois auxiliares de enfermagem, sendo que oito (técnicos e/ou auxiliares) estavam afastados no momento da pesquisa. A coleta dos dados foi realizada através de um instrumento semi-estruturado com perguntas norteadoras, e a análise aconteceu por meio da codificação aberta e axial. Na codificação aberta os principais conceitos foram identificados e suas propriedades e dimensões descobertas, a partir da análise palavra por palavra, e linha por linha. Neste momento, aconteceu o agrupamento dos fenômenos, formando as categorias. Na codificação axial, as categorias foram relacionadas às suas respectivas subcategorias, com o objetivo de obter uma explicação mais completa sobre os fenômenos, suas propriedades e dimensões2. Inicialmente, foram realizadas entrevistas com seis técnicas de enfermagem do Centro Obstétrico da Maternidade A. Na sequência, foram entrevistadas mais seis técnicas de enfermagem do Centro Obstétrico da Maternidade B. A inclusão destas participantes foi realizada aleatoriamente e justifica-se pela atuação de forma ativa e rotineira na assistência à parturiente na fase de dilatação do trabalho de parto. Também foi considerado o fato das profissionais se encontrarem nos locais de trabalho nos dias da coleta, bem como a disponibilidade das mesmas e o fato de aceitarem participar. A coleta e análise dos dados aconteceu concomitantemente até o momento de saturação dos dados, sendo que, as entrevistas foram gravadas em áudio. A presente pesquisa considerou as determinações da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisas envolvendo seres humanos3. Foi considerada também a aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa das instituições onde o estudo foi realizado sob os pareceres nº 1.148.080 e nº 1.158.569. As entrevistas foram realizadas mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi mantido o sigilo das participantes sendo identificadas por codinomes, como: TE1, TE2, TE3...TE12.

Resultados

Com base nas 12 entrevistas, a pesquisa resultou em cinco categorias: Cuidando da parturiente no Centro Obstétrico, Valorizando a presença do acompanhante, Desempenho pessoal e coletivo, Gestão do cuidado de enfermagem realizada pela enfermeira e Educação permanente. Todavia, este trabalho tem seu enfoque na categoria Gestão do cuidado de enfermagem realizada pela enfermeira, que compreende as subcategorias: Percepção sobre a atuação da enfermeira e Atuação do enfermeiro na assistência à parturiente. De acordo com a primeira subcategoria, a pesquisa mostrou que a gestão das boas práticas assistenciais é variável. No entanto, as entrevistadas consideram que a maioria das enfermeiras do Centro Obstétrico é a favor da humanização e, principalmente, do parto normal. Com isso, as enfermeiras incentivam, sugerem e orientam a aplicação dos métodos não farmacológicos para alívio da dor. Foi mencionado que as enfermeiras são receptivas e esclarecem as dúvidas das técnicas de enfermagem e sempre coordenam, organizam e supervisionam os trabalhos dentro do Centro Obstétrico. Quanto à segunda subcategoria: Atuação do enfermeiro na assistência à parturiente, as entrevistadas relataram que apesar das enfermeiras preocuparem-se com o bem estar das parturientes, algumas delas deveriam se envolver mais com a assistência, visto que possuem mais conhecimento para a realização das boas práticas.

Considerações Finais

O posicionamento e a responsabilidade da enfermeira interfere na realização das boas práticas por parte das técnicas de enfermagem com as parturientes no Centro Obstétrico. Este fato corrobora com os resultados da pesquisa onde evidenciou-se que maior envolvimento da enfermeira na assistência às parturientes incentiva as técnicas de enfermagem na realização das boas práticas assistenciais.

Referências
1. Pieszak GM, Terra MG, Nevez ET, Pimenta LF, Padoin SMM, Ressel LB. Perceção dos profissionais de enfermagem acerca do cuidar em centro obstétrico. Revista RENE. Santiago, v.14, n.3, p.568-578, 2013.

2. Strauss A, Corbin J. Pesquisa qualitativa: técnicas e procedimentos para o desenvolvimento de teoria fundamentada. (Tradução Luciane de oliveira da Rocha). 2. ed., Porto Alegre: Artmed, 2008. 288p.

3. Ministério da Saúde (BR). Gabinete do Ministro. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012.Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos Brasília, DF: MS, 2012.

Palavras Chave

Centros de assistência à gravidez e ao parto. Dor do parto. Enfermagem obstétrica. Trabalho de parto. Parto humanizado.

Area

Saúde da Mulher

Autores

Bianca da Costa Vieira, Marli Terezinha Stein Backes, Débora Batista Rodrigues, Vanessa Martinhago Borges Fernandes, Ana Carolina Custódio, Heloísa Helena Zimmer Ribas Dias, Dirce Stein Backes