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Título

REFLEXAO TEORICO METODOLOGICA SOBRE EDUCAÇAO PERMANENTE EM SAUDE NO PROCESSO FORMATIVO DOS GRADUANDOS DO CURSO DE ENFERMAGEM

Introdução

A Educação Permanente surgiu na década de 50 em território Francês, a partir do movimento de extensão do ensino primário obrigatório e da reforma do ensino público e gratuito amplamente protagonizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A educação em saúde tem como premissa instigar nos indivíduos formas de transformarem-se enquanto sujeitos pensantes e com consciência das suas responsabilidades enquanto indivíduos e partícipes da coletividade, trazendo à tona as relações e trocas de interesse entre o homem e a sociedade. Nessa nova roupagem da educação em saúde, surge outro modo de educar e aprender, com mudanças reais dentro do ambiente laboral, a qual ultrapassa as capacitações em formato passivo e depositário, neste sentido a Educação Permanente em Saúde traz no seu ápice o protagonismo do trabalhador dentro do seu processo de trabalho, atuando ora como educador e em outro momento como educando, sendo mais resolutivo nos problemas apresentados em seu ambiente laboral, transformando a sociedade, a si e seus pares, em um círculo permanente de (re) construção, coletivização do conhecimento e novos significados.

Objetivos

Contextualizar com o auxílio da literatura e da Diretriz Curricular para o Curso de Graduação em Enfermagem sobre Educação Permanente em Saúde no processo formativo discente.

Desenvolvimento

Esta reflexão baseia-se em um recorte a partir de uma revisão integrativa que faz parte de um dos capítulos do projeto de tese em andamento de uma das autoras, intitulado: Educação Permanente em Saúde na formação do ensino superior da enfermagem. Na referida revisão identificou-se que a implementação da Educação Permanente em Saúde atua como um disparador, capaz de gerar modificações na gestão, atenção, formação e participação popular em saúde, com o intuito de (re) avaliar os processos de trabalho no Sistema Único de Saúde, buscando integrar em uma dimensão multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial os trabalhadores e Redes de Atenção à Saúde. Literários enfatizam que através da Educação Permanente em Saúde é possível identificar as carências relacionadas ao processo formativo discente e, também no desenvolvimento dos trabalhadores da área da saúde e assim elaborar estratégias e processos que visem a qualificação da atenção, da gestão em saúde, unificadas ao controle social, potencializando assim uma produção impactante a saúde do indivíduo e também da coletividade. A instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para as Instituições de Ensino Superior trouxe um norte para os cursos de graduação no que se refere a implantar e implementar seus Projetos Pedagógicos de Cursos, os quais pontuam a importância da Educação Permanente em Saúde na sua grade curricular. Estas diretrizes também descrevem um perfil profissional necessário para os formandos e egressos do curso em estudo, o qual deverá possuir formação generalista e humanista que abranja todos os ciclos vitais, apresentando um pensamento crítico e reflexivo, baseado em evidências científicas e nos princípios da bioética, com visão ampliada do processo saúde- doença do indivíduo, família e coletividade, tendo como foco a manutenção de um ser integralmente saudável. Através da lente dos teóricos, investigar esta temática traz inúmeros desafios, não só relacionados a parte teórico- metodológica, mas também a científica e tecnológica, pois a educação permanente atua com grande ênfase nas relações e processos de trabalho das equipes de saúde, assim como coloca em questionamento os organismos e as instituições promotoras de saúde em diferentes instâncias governamentais, trazendo também inquietações sobre o processo formativo das instituições de ensino superior em enfermagem, além de fomentar a reflexão sobre as políticas públicas deste setor impostas a sociedade.

Considerações Finais

A estrutura curricular do curso pesquisado oportuniza o desenvolvimento de determinadas habilidades para o trabalho em equipe, desde os primeiros semestres, e estes são de extrema importância na formação da identidade profissional do enfermeiro. Pontua-se também sobre a necessidade constante da interface entre o mundo do trabalho e os conteúdos ministrados, na perspectiva do desenvolvimento de novas competências, sinalizando assim, a importância da Educação Permanente em Saúde, a qual vai ao encontro das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Enfermagem. Encontram-se algumas Instituições de Ensino Superior ainda semeando um processo de ensino aprendizagem mais ativo e menos centrado no docente, vislumbrando diversificar suas estratégicas metodológicas e instrumentalizar seus futuros egressos para o trabalho além das técnicas. Percebe-se como vital o compartilhamento da proposta pedagógica com os serviços e os discentes; o desenvolvimento das competências gerenciais e de liderança; o reconhecimento dos perfis epidemiológicos das populações atendidas pelos discentes; a formação na lógica multiprofissional e interdisciplinar, pois, são mudanças pautadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para este curso, mas que ainda são complexas devido ao caminho percorrido pela enfermagem ter sido pautado no modelo biomédico, curativista e tecnicista, os quais fortalecem a fragmentação de saberes e práticas, favorecendo os atravessamentos na implementação de novas perspectivas voltadas a uma formação ampliada, crítica, reflexiva, centrada no compromisso ético e direcionada a política do Sistema Único de Saúde. Grandes avanços já foram conquistados, porém ainda há inúmeros desafios a serem identificados, trabalhados, reorganizados e avaliados pelo curso de graduação em enfermagem em relação ao propósito da educação permanente em saúde no processo formativo.

Palavras Chave

Educação Permanente em Saúde; Currículo; Ensino Superior; Enfermagem; Diretriz Curricular para Enfermagem

Area

Políticas e processos de formação de profissionais e pesquisadores

Autores

Carla Luciane dos Santos Borges, Gabriela Botelho Pereira, Michele Mandagará de Oliveira