Datos del trabajo


Título

ESPMT COMO CENARIO DE PRATICAS: ESTRATEGIA DE FORMAÇAO PROFISSIONAL VOLTADA PARA O SUS EM MT

Introdução

Um dos papéis do SUS, diz respeito a promover a relação entre ensino, serviço e comunidade como forma de problematizar, mobilizar atores e promover sentido no agir em saúde1, de maneira a favorecer a consolidação dos princípios e diretrizes do Sus. Essa integração promove, também, a relação e a construção coletiva entre acadêmicos, professores e profissionais da saúde2,3. Contribui para a democratização das relações e dos saberes, à medida que tem por premissa a Educação Permanente em Saúde (EPS), compreendida como a estratégia que agrega as dimensões técnicas e políticas capazes de produzir mudanças no processo de trabalho, por meio da reflexão acerca do fazer e do pensar em saúde. O estágio como ato educativo está legalmente previsto4. No SUS, se apresenta como uma das formas para que a relação entre ensino, serviço e comunidade ocorra de maneira integrada e possibilite a construção de saberes e práticas que se complementam para favorecer, de um lado, as mudanças curriculares necessárias quanto a formação de um profissional crítico e atento às demandas e necessidades dos modelos de atenção à saúde que respondam as necessidades de saúde da população5 e de outro, que propicie as mudanças necessárias nos serviços, dialogicamente e reflexivamente, como preconiza a EPS. A Escola de Saúde Pública (ESPMT), é uma Unidade Descentralizada da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso SESMT, e integra a Rede de Escolas de Saúde do SUS (RETSUS), e tem como função precípua coordenar a Política de Educação Permanente em Saúde (PEPS), no estado. Em 2017, se constituiu como campo de estágio e concomitantemente conduziu o processo de reorganização do Estágio e/ou Prática Curricular, no âmbito da SESMT.

Objetivos

Nesse trabalho pretende-se apresentar os desafios, os ganhos e as possibilidades que a experiência de abertura de campo de estágio produziu para as instituições e atores envolvidos sob a perspectiva da ESPMT.

Desenvolvimento

A abertura de campo de estágio, na ESPMT, ocorreu por meio da procura de uma Faculdade Particular, para que os alunos do curso de Psicologia pudessem estagiar, com o propósito de desenvolver ações de promoção da saúde, nas instituições adscritas ao Bairro Cooophema, localizado em Cuiabá-MT. Como a ESPMT está inserida geograficamente nesse Bairro, se constituiu como campo de estágio Básico em Psicologia II. Com efeito, foi elaborado um Plano de Atividades entre a professora supervisora e as preceptoras. A primeira turma, composta por oito estagiários, tinha por objetivo observar as ações realizadas pela ESPMT. Para tanto, observaram as ações das Coordenadorias Pedagógica, Administrativa Escolar, Ensino Pesquisa e Extensão e Formação Técnica. Foi identificada a necessidade de instrumentalizar os estagiários no que diz respeito a conceituação de EPS. Por isso, foi ofertada aos mesmos uma capacitação na modalidade de Ensino à Distância para que eles pudessem compreender o processo metodológico que fundamenta o processo de trabalho na Escola. Ao final do semestre, os alunos apresentaram a percepção dos mesmos acerca da observação e concluíram que há um distanciamento entre a Escola e a comunidade local, uma vez que essa desconhece a missão da ESPMT, e, por sua vez, a ESPMT não tem qualquer atuação junto a população e instituições do Bairro. Como produto dessa experiência, foi proposta a realização de ações de extensão, conduzidas pela ESPMT, enquanto Prática de Ensino e Estágio Básico em Psicologia III, junto as Instituições locais e demais espaços: Conselho Tutelar e Escola Estadual de Ensino Fundamental. A abertura de campo de estágio tendo o Estágio Básico em Psicologia II e III, realizado na ESPMT possibilitou à mesma: envolver seus técnicos e gestores no processo de construção de um Plano de Atividades; discutir a preceptoria como uma das responsabilidades técnicas da e na saúde pública; conduzir o processo de reorganização de Estágio e/ou Prática Curricular, no âmbito da SESMT, a partir de sua própria experiência, logo, do resultado reflexivo coletivo sobre as limitações e possibilidades técnicas, administrativas, pedagógicas e éticas, traduzidas em um instrumento orientador publicado no formato de Portaria e seus anexos; desenvolver ações de extensão junto às instituições locais para atender suas necessidades de promoção da saúde; favorecer a vivência aos estagiários em um processo de EPS em todas as suas etapas: planejamento, execução, monitoramento e avaliação, por meio da ação de extensão, e, sobretudo intervir no processo de formação com vistas a reforçar a necessidade da formação de trabalhadores da saúde voltada para o SUS. Os ganhos para as Instituições envolvidas ocorreram no sentido de terem o apoio para o desenvolvimento de projetos de Promoção da Saúde que atendeu suas necessidades e envolveu os trabalhadores, estagiários e alunos de ensino médio. Quanto aos estagiários, a vivência no desenvolvimento da extensão oportunizou experimentar e construir um processo de EPS, junto as instituições locais, de maneira a desenvolver competências e adquirir habilidades para o trabalho de Promoção da Saúde, por meio da EPS, de forma que os mesmos puderam conhecer, reconhecer e vivenciar algumas das diretrizes do SUS no cotidiano de uma Escola de Saúde Pública. Os desafios são inúmeros. Dentre eles percebeu-se: a necessidade de criar um ambiente favorável a aproximação política e técnica dos ideais do SUS e assim avançar no sentido de propiciar um alinhamento entre as áreas de conhecimento, as Instituições de Ensino e de Saúde voltado para os objetivos institucionais, legais, técnicos, políticos e ideológicos do SUS no que trata do exercício da sua função social.

Considerações Finais

Apesar das dificuldades inerentes a experiência de abertura de campo de estágio, de maneira inaugural, essa vivência de integração ensino, serviço e comunidade, por meio de estágio curricular, propiciou aos envolvidos abrir um campo de diálogo entre o trabalho, a academia e outras instituições locais de maneira horizontalizada e de fato promover a integração entre instituições de naturezas distintas: Escola de Saúde, Escola de Ensino Fundamental, Conselho Tutelar e Instituição de Ensino Superior, de maneira que na confluência de conhecimentos foram construídos saberes e reforçados os princípios e diretrizes do SUS por meio da EPS.

Palavras Chave

Educação permanente em saúde, cenários de prática, saúde pública, SUS

Area

Processo de trabalho e profissionalização

Autores

Marta Ester Conciani, Carmen Silvia Campos Machado, Noemi Silva, Solanyara Maria da Silva