Datos del trabajo


Título

A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO PROCESSO DE PARIR: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Introdução

A violência caracteriza-se como um grave fenômeno social que está em expansão e de modo especial, contra a mulher. Neste contexto uma das formas de violência contra a mulher é a chamada violência obstétrica, que ocorre no cenário institucional em maternidades públicas e privadas, geralmente, perpetrada por parte dos profissionais da área da saúde e tem sido objeto recente de estudos em diversos países do mundo1. Nesta perspectiva, com o intuito de subsidiar o aprofundamento e a reflexão sobre a violência obstétrica, emerge a seguinte questão: Qual a contribuição das pesquisas desenvolvidas no âmbito nacional e internacional acerca da violência obstétrica no processo de parir?

Objetivos

Identificar a contribuição das pesquisas desenvolvidas, em âmbito nacional e internacional, acerca da violência obstétrica no processo de parir.

Método

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Para a realização deste estudo, seis etapas foram percorridas: estabelecimento do problema de revisão; seleção da amostra a ser estudada; categorização dos estudos; análise dos estudos incluídos na pesquisa; discussão dos resultados; e por fim, a apresentação da revisão2-3. Para compor o corpus da pesquisa, buscou-se no período de janeiro a março do ano de 2015 artigos nas bases de dados: LILACS, MEDLINE e CINAHL e na biblioteca eletrônica SciELO, nos idiomas em inglês, espanhol e português. Verificou-se o título, o resumo e/ou o assunto. Nessa busca de artigos nas bases de dados utilizou-se os descritores: violência, parto e enfermagem obstétrica, e a palavra mulher, nos idiomas inglês, espanhol ou português, a depender da base de dados. Após a identificação, realizou-se a seleção da amostra, de acordo com a questão norteadora e os critérios de inclusão definidos. Os critérios de inclusão foram artigos que abordassem a violência obstétrica no processo de parir envolvendo o trabalho de parto e parto indexados nas bases de dados e publicados entre os anos de 2007 a 2017. Como critérios de exclusão foram considerados: todos os estudos que abordassem a violência não relacionada à questão obstétrica, documentos técnicos; resumos de congressos, anais, teses, dissertações, editoriais, comentários, opiniões, artigos de reflexão e artigos não encontrados na íntegra. Após a avaliação dos estudos, o conteúdo foi analisado por estatística descritiva simples e sintetizado em forma de texto.

Resultados

Os estudos selecionados expressam diversos tipos de violência obstétrica. Entre os tipos mais frequentes destacam-se: ausência de informações sobre os procedimentos obstétricos, violência física, verbal e outros tipos de violência relacionados aos procedimentos desnecessários no trabalho de parto e parto, sendo os principais perpetradores da violência o pessoal médico e da enfermagem. Foram identificados 1.269 estudos nas bases de dados selecionadas. Os artigos duplicados foram computados apenas uma vez. Nessa primeira etapa foram excluídas 680 publicações que não respondiam à questão de pesquisa. Procedeu-se então à leitura integral e crítica de 589 artigos pré-selecionados. A amostra final resultou em 25 publicações: 09 na base de dados de PUBMED/MEDLINE, 08 na LILACS, 05 na SciELO e 03 na CINAHL. Seis estudos foram publicados entre os anos de 2007 e 2010 e, 19 nos anos de 2011 a 2017, o que indica que as publicações abordando o tema têm aumentado nos últimos anos, possivelmente devido ao fato de que na atualidade o tema está relacionado a um problema de saúde pública por causar vários agravos à saúde. Em relação aos países de origem, onze trabalhos são do Brasil, três do México, dois dos Estados Unidos, dois de Ghana e, Turkia, Pasquitão, Cuba, Venezuela, Peru, África do Sul e Costa Rica apresentaram, cada país, um artigo. Acredita-se que o fato do Brasil estar em primeiro lugar no número de publicações possa estar relacionado ao constante movimento da humanização do parto presente no país nos últimos 10 anos. Segundo o tipo de periódico, constatou-se que os 25 artigos foram publicados em 22 periódicos diferentes.

Considerações Finais

A violência no processo de parir demonstra que há necessidade de melhorar a qualidade do cuidado ofertado pelos profissionais. É necessário um relacionamento mais humano e integral no cuidado, reduzindo a prática rotineira de métodos invasivos e desnecessários. Busca-se assim, garantir a diminuição dos riscos para o binômio mãe/filho prevenindo a adoção de intervenções desnecessárias. Evidenciou-se como principais perpetradores da violência obstétrica, os profissionais médicos, seguido pela enfermagem. É necessário melhorar e qualificar o cuidado, adotando a educação permanente com os profissionais envolvidos nas instituições na atenção ao parto, como também fazer o monitoramento sistemático do cuidado junto às mulheres, visando coibir práticas violentas.

Referências
1. Organização Mundial da Saúde (OMS). Prevenção e eliminação de abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto em instituições de saúde. Genebra: OMS; 2014.

2. Ganong LH. Integrative reviews of nursing research. Res Nurs Health. 1997.

3. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem.Texto Contexto Enferm[Internet]. 2008 [citado 2014 Mar 20];17(4):758-64. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072008000400018

Palavras Chave

Centros de assistência à gravidez e ao parto. Dor do parto. Parto. Trabalho de parto. Violência contra a mulher.

Area

Saúde da Mulher

Autores

Maria de Jesus Hernández Rodriguez , Evangelia Kotzias Atherino dos Santos Santos, Andréia Isabel Giacomozzi, Alcira Escobar Marin, Marli Terezinha Stein Backes, Débora Batista Rodrigues