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Título

PERSPECTIVA REFLEXIVA DO CUIDADO DE SI E DO ESTILO DE VIDA DOS ENFERMEIROS NA MODERNIDADE LIQUIDA

Introdução

Na atualidade é de extrema importância debruçar e refletir sobre o processo de conhecimento. Com o desenvolvimento, o progresso e a mudança das relações sociais, vários acontecimentos marcaram o século XXI, dentre eles podemos citar, a instabilidade econômica mundial, o surgimento de novas tecnologias, as guerras e a globalização¹. Tais fatos, contribuíram para a perda da ideia de controle sobre os processos do mundo, trazendo incertezas na adequação de padrões sociais, que se modificam constantemente, caracterizando-se numa nova visão paradigmática, de compreender o mundo, nós mesmos e o nosso conhecimento como parte do todo no que se refere ao cuidado de si e ao estilo de vida de uma maneira geral, que inclui os enfermeiros nas especialidades². Seguindo o pensamento do teórico Bauman, existe a necessidade de avançar em novas teorias que permitam a superação do silogismo. Por novas experiências, por agregação de saberes antes invisíveis e fragmentados, pela modificação das relações, hoje líquidas, em virtude da responsabilidade pela vida no corpo presente, não esquecendo o passado e pensando sempre no construto do futuro³. Assim, corroborando com o enunciado, tem-se como problemática de estudo: de que forma se dá o cuidado de si na relação com o estilo de vida dos enfermeiros na modernidade líquida?

Objetivos

Refletir sobre o cuidado de si na relação com o estilo de vidados enfermeiros considerando a modernidade líquida. Método: Trata-se de um estudo de cunho teórico-reflexivo, com abordagem qualitativa, a partir da leitura crítica das obras de Zygmunt Bauman e sua modernidade liquida, crítica a pós modernidade, a pluralidade e diversidade das informações, o encurtamento dos vínculos sociais e a desconstrução das coisas.

Desenvolvimento

O cuidado de si tem se tornado amuleto incontestável no sujeito que presta o cuidado ao outro. É de suma importância pensar nas peculiaridades do mesmo refletindo sobre a necessidade de abertura no sentido do diálogo entre as diferentes ideias presentes na contemporaneidade4. O cuidado passa a existir a partir do momento em que o outro é importante para mim e, dessa forma, me disponho a dedicar-me a ele, do qual refletirá simultaneamente no cuidado de si4. Hoje impulsionados pela pós-modernidade, pautados na subjetividade do ser, o cuidado busca a valorização do holístico e do integral, mas esbarra em dificuldades. Ainda que viva desafios contraditórios, preocupa-se com os significados e os sentidos da complexidade, a individualidade dos seres, bem como no tocante a ética em prol da autonomia, da beneficência e da não-maleficência do sujeito, protagonista e central. No campo da ciência, sua prática pode ser evidenciada por uma corrida, que por mais cansativa que seja, causa entusiasmo na pista para alcançar diferentes resultados; não existindo lugar mais agradável que a linha de chegada. E a essa situação, que se aplica o velho provérbio, segundo o qual “viajar com esperança é melhor do que chegar”. A chegada, o fim definitivo de toda escolha, parece muito mais tediosa e, consideravelmente, mais assustadora². As escolhas e os hábitos podem ser compreendidos como um conjunto de ações cotidianas que refletem nas atitudes e nos valores das pessoas. Estes hábitos e ações devem ser conscientes e estão associados à percepção do estilo de vida adotado. É importante salientar que cada indivíduo possui uma singularidade biológica, genética e mental; e o perfil traçado para um estilo de vida será baseado nas decisões que respeitem, inclusive as subjetividades. Não trata-se apenas de padronizações, ou seja, a realização de exercícios físicos, os hábitos alimentares, o não uso de bebidas alcoólicas, dentre outros. Trata-se de um conjunto complexo que opera de forma articulada distintos fatores determinantes biopsicossociais, culturais, comportamentais, dentre outros. No que tange as ações em saúde e na saúde, os enfermeiros, diante as atribulações cotidianas, são influenciados, modificados, encorajados ou inibidos pelo prolongado processo de socialização, dos métodos de trabalho e do ambiente inserido. Na sociedade líquida, essa influência é expressa na identidade do indivíduo envolto por incerteza² nos seus interesses e suas opiniões, devida as condições de um consumismo acelerado e extremamente desenfreado. Os mesmos interagem junto aos seus num tempo mais curto do que aquele necessário para a consolidação, sob a perspectiva fluida, tornando as relações cada vez mais voláteis.

Considerações Finais

O cuidado de si deve transcender e existir junto a qualquer prática. Há que se ter atenção a autoconsciência e ao autoconhecimento, fazendo nexo com a postura ética, diante do mundo em que o indivíduo agindo sobre si reflete diretamente sobre o outro. A atitude para consigo corresponde a um cuidado com a própria vida, tanto em seu sentido biológico, quanto subjetivo, ou seja, o homem, num embate com padrões da existência líquida, molda sua subjetividade através de suas escolhas. Essas escolhas devem ser conscientes, pois podem interferir negativamente ou positivamente na sua saúde integral.Vivendo em tempos líquidos, onde tudo é passageiro, a enfermagem vem se consolidando como ciência, em crescimento e em constante mudança, onde os saberes científicos, próprios do modelo biomédico, ainda estão em destaque. Contudo, em meio à crise epistemológica destes tempos faz-se necessário reassumir e reconhecer os compromissos éticos na revalorização do cuidado holístico e na responsabilidade pela vida, que inclui, a saúde de quem cuida do outro.

Palavras Chave

Cuidado de si; Estilo de vida; Cuidado de Enfermagem; Modernidade Líquida.

Area

Qualidade de vida

Instituciones

Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

KENIA Oliveira Barbosa Da HORA, Gabriela Oliveira Santana, Glaucia Valente Valadares