Datos del trabajo


Título

VIOLENCIA SEXUAL: EDUCAÇAO EM SAUDE PARA A PROTEÇAO DA INFANCIA

Introdução

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança instituída em 05 de agosto de 2015, visa atenção integral à criança (de 0 a 9 anos). Está estruturada em 7 (sete) eixos estratégicos, que visam orientação e qualificar ações de saúde, considerando os determinantes sociais e condicionantes da mesma. Dentro do eixo V (atenção integral à criança em situação de violências, prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz) tem como intenção prevenir violência, além de organizar metodologias de apoio aos serviços especializados e da cultura de paz cujas prioridades são capacitação e pesquisa em desenvolvimento sustentável, bem como a educação em direitos humanos, competências para as relações pacíficas e boa governança; e sabendo que a violência na infância prejudica o desenvolvimento pleno da criança, atingindo desde a evolução neuropsicomotora até as interações sociais. A inserção precoce dos estudantes de medicina no Sistema único de Saúde e seus cenários de práticas é preconizado pelas DCNs Parcerias com instituições que atendem crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, tendo por finalidade a educação, ensino, formas de desenvolvimento e defesa de direitos e assistência social, são estratégias de efetivação para a formação de um médico apto à compreender a integralidade dos cuidados em saúde. A linguagem lúdica, com jogos e brincadeiras, possibilita que crianças e adolescentes se envolvam de maneira ativa em atividades de aprendizagem.

Objetivos

Promoção da saúde a partir da educação em saúde à criança em situação de vulnerabilidade social, através do reconhecimento de como as crianças concebem suas autoimagens, aplicação de uma estratégia lúdica para a prevenção de violência sexual na infância; construção coletiva de conhecimentos relevantes para a proteção dos participantes, avaliação da repercussão das atividades e realização de feedback com a equipe da instituição.

Método

Constituiu em um trabalho de investigação qualitativo, cuja principal característica é a ênfase na realidade social, não sendo relevante a quantidade e o tamanho da amostra, mas sim a construção e promoção de conhecimentos a partir da coletividade . Foi realizado em uma instituição beneficente associada aos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) municipal para crianças em situação de vulnerabilidade social; foram incluídas as 20 crianças de 5 a 10 anos que frequentam a instituição no período da tarde, após autorização da instituição e dos responsáveis pelos menores. O grupo de pesquisadores foi composto por 6 (seis) estudantes matriculados no terceiro semestre de um curso de medicina orientados e acompanhados por uma docente. Foram realizados 3 (três) encontros a cada quinze dias de 3 (três) horas no período de abril à maio de 2018: no primeiro houve uma dinâmica inicial para o grupo interagir com as crianças, sendo que cada uma delas se apresentou numa roda de conversa (nome, idade, quantos irmãos possuí e com quem reside), após discutiu-se o conceito de violência e os que quiseram foram encorajados a contar algum episódio em que presenciaram algum tipo de violência; o livro “Pipo e Fifi”, em formato digital, foi lido e exibido pelo grupo de pesquisadores, sendo a participação das crianças estimulada conforme a leitura. No segundo encontro foi pedido no grupo para que as crianças contassem o que lembravam da história apresentada no encontro anterior; na sequencia foram feitos os contornos dos corpos de cada criança em uma folha de papel pardo, a partir do contorno cada participante coloriu e finalizou seu autorretrato e foram orientadas a fazer uma seta nas partes íntimas (conteúdo explicado pelo livro) e para escreverem do lado do desenho o nome de uma pessoa de sua confiança à qual ela recorreria caso sofresse algum tipo de violência sexual. No último encontro as crianças apresentaram seus desenhos para os demais colegas e responderam a um questionário de autoimagem, elaborado pelos pesquisadores contendo 4 (quatro) questões sobre autoimagem, 5 (cinco) questões sobre assédio sexual e pessoas de confiança e 1 (um) teste para assinalarem as partes íntimas em desenho gráfico.

Resultados

A partir do material registrado em diário de campo, fotografias dos encontros realizados, construção do autorretrato e questionário sobre autoimagem, os pesquisadores foram em busca de compreensão e categorização dos conteúdos produzidos pelo grupo de participantes e pesquisadores; dentre estes duas categorias se sobressaíram: a familiaridade com diversas formas de violência e o desamparo e necessidade de um ambiente promotor de saúde e proteção.

Considerações Finais

As estratégias utilizadas se mostraram efetivas à fim de alcançar os objetivos, ao final dos encontros, os participantes apresentaram um aprendizado que transcendeu o teórico, se mostraram aptos à refletir sobre o tema e a se engajarem na construção e fortalecimento de laços de confiança mútuo com os profissionais e participantes; os estudantes/pesquisadores obtiveram uma aprendizagem cognitiva e afetiva, podendo desenvolver habilidades no cuidado da infância e manejo de situações de violência.

Palavras Chave

infância, violência sexual, promoção de saúde

Area

Violências e Saúde

Autores

Maíra Ferro de Sousa Touso, Ana Clara de Souza Freitas, Lis Coimbra Pereira, Juliana Alvarenga Jordão, Bárbara Rohers Salvador, Hélder Júnio de Oliveira Almada, Rodrigo de Souza Mauro, Glória Lúcia Alves Figueiredo