Datos del trabajo


Título

EDUCAÇAO PERMANENTE EM SAUDE COMO EIXO TRANSVERSAL DOS PROCESSOS DE TRABALHO DO NUCLEO DE APOIO A SAUDE DA FAMILIA

Introdução

O Sistema Único de Saúde (SUS) traz em sua concepção um novo olhar para a saúde, a partir desta proposta, o processo de trabalho, no âmbito da Atenção Básica (AB) tem o desafio de constituir um processo de trabalho que vá além das demandas clínicas. Para o fortalecimento da Estratégia Saúde da Família (ESF) o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) é incorporado à AB no intuito de ampliar as ações, portanto, alguns desafios são postos no cotidiano do processo de trabalho destas equipes. Assim, enfatizamos a Educação Permanente em Saúde (EPS) como eixo balizador das práticas de educação “no” e “para o”trabalho. Destarte, o trabalhador em saúde, (re)significa e recicla o seu olhar para a reflexão dos entraves, então, inferimos que ele modifica e é modificado ao mesmo tempo em que trabalha.

Objetivos

Trazer a reflexão da Educação Permanente em Saúde como eixo transversal do processo de trabalho do Núcleo de Apoio à Saúde da Família como dispositivo-pedagógico, ou seja, no âmbito relacional.

Desenvolvimento

No universo do trabalho, a produção do trabalho é entendida como o modo pelo o qual desenvolvemos nossas atividades profissionais. O trabalho também pode ser denominado como conjunto de procedimentos sobre algum objeto transformando-o, para obtenção de algum fim. O mundo do trabalho pode ser revelado como lugar permanentemente tenso entre o previsto e imprevisto, vivo e morto, técnico e político, pedagógico e organizacional, como nos diz Merhy e Franco. Diante de tal complexidade, concordamos que a categoria trabalho nos remete a uma multiplicidade de problemas, em especial no setor saúde no mundo contemporâneo que com a ampliação do conceito de saúde traz em suas demandas aspectos múltiplos e complexos. Então, ressaltamos o desafio das relações setoriais e ainda, as relações que se faz no cotidiano do processo de trabalho. Assim, incitamos a objeção do processo de trabalho do NASF no âmbito da AB cujo designo é o fortalecimento do escopo das ações no contexto da ESF, a partir da proposta metodológica do Apoio Matricial (AM), que compreende as dimensões: assistencial e tecno-pedagógica. Para o entrelaçamento das ações, trazemos a EPS como parte intrínseca das práticas cotidianas destes profissionais, que denominaremos gestores do processo de trabalho e do cuidado no âmbito da AB. Destarte, o grande desafio é inserir estes profissionais em outras possibilidades de práticas, dimensões que ultrapassem o paradigma cartesiano, visto que a própria concepção da saúde incita dilatações acerca do processo de trabalho. Assim, a importância de refletir os caminhos e o lugar que o NASF ocupa ou tem ocupado faz-se fundamental para sua sustentação, partimos do pressuposto de que a EPS, como dimensão política metodológica suscita novas propostas de trabalho no contexto dos serviços de saúde e como dispositivo pedagógico, traz à tona um mundo de trabalho imbricando em relações, ou seja, requer outras maneiras de agir e produzir cuidado em saúde, portanto podemos compreender a EPS como eixo transversal do processo de trabalho. Ao ser inserida neste lugar, colocamos a EPS nos microprocessos do NASF, então, como podemos pensar as possibilidades de operar processos de trabalho voltados às modificações de si e do outro? Propomos pensar em trabalhador-ator que escuta os ruídos do trabalho e opera sobre os seus incômodos permitindo a agregação de outras cartografias. Pelas proposições de Merhy e Franco o processo de trabalho em saúde, sob certa hegemonia do trabalho vivo em ato, é marcado pelo caráter intersubjetivo, interativo, dinâmico e com possibilidades detornar-se inventivo. Ao discutirem o trabalho vivo em ato, como um dispositivo de formação de cartografias no interior do processo de trabalho, o convite é nos fazer pensar este trabalho a partir da ideia de rizoma de Guilles Deleuze e Felix Guattari, que significa movimento em fluxo horizontal e circular sendo múltiplo e heterogêneo capaz de operar em autos graus de criatividade e liberdade. Para discorrermos sobre essa criatividade e liberdade do trabalhador no âmbito do SUS, a EPS se mostra um lugar rico de conexões, justamente por educar na realidade onde os profissionais operam o trabalho. Assim, o que pode os trabalhadores do NASF? Qual a liberdade e criatividade destes profissionais no cotidiano dos serviços? De antemão, estamos sob a emergência de um paradigma, ou refazimento de pensamento do que é ser trabalhador em saúde, sobretudo de uma equipe alicerçada no AM. Destacamos aqui a dimensão tecno-pedagógica do AM e voltamos ao questionamento do poder-fazer do NASF e aludimos que, sobre a égide da potência do trabalho vivo, pode-se tudo, inclusive romper com os padrões hegemônicos e buscar novos olhares para a resolutividade das ações em saúde. O intuito do trabalho vivo é radicalizar e dar ouvidos aos ruídos do cotidiano e olhar além daquele mundo do trabalho onde a captura da subjetividade e da novidade domina as práticas relacionais.

Considerações Finais

Assim, para fortalecer novas práticas no SUS,elencamos que o grande desafio que se faz no processo de trabalho do NASF é a compreensão da potência das relações, para isso reforçamos a EPS como eixo balizador do trabalho destas equipes para fortalecê-lase coloca-las em espaços de construção da gestão do processo de trabalho que possibilite práticas permanentemente vivas, articuladas, que potencialize vazões para o novo.

Palavras Chave

Equipe de Assistência ao Paciente; Trabalho; Atenção Primária à Saúde.

Area

Processo de trabalho e profissionalização

Instituciones

Universidade Estadual de Londrina - Paraná - Brasil, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Bahia - Brasil

Autores

Josiane Moreira Germano, Emilly Pennas Marciano Marques, Alba Benemérita Alves Vilela