Datos del trabajo


Título

AS REPRESENTAÇOES SOCIAIS DIFUNDIDAS PELA MIDIA SOBRE O HPV

Introdução

o papilomavírus humano (HPV) é o agente etiológico da infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo. Estudo de meta-análise encontrou o HPV em 87% dos casos em toda a população mundial.1 A infecção pelo vírus é transmitida principalmente por via sexual, podendo acometer homens e mulheres afetando tanto a região genital quanto áreas extragenitais. O câncer de colo uterino é o terceiro tumor mais frequente na população feminina (7,9%) e a terceira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil.2,3 A eficácia da prevenção do HPV está diretamente relacionada com o grau de conhecimento da população sobre a doença. Um estudo realizado com 538 usuários de unidades básicas de saúde no estado de São Paulo revelou que pouco menos de 2/5 dos entrevistados referiram ter ouvido falar sobre o HPV. Dentre as fontes de informações citadas, destaca-se a mídia com 42%.4

Objetivos

investigar as representações sociais sobre o HPV na mídia digital do Jornal o Povo, Diário do Nordeste, Revista Veja e Revista Isto É.

Método

estudo documental de caráter descritivo, tendo como base a teoria das representações sociais (TRS). Essa teoria pode ser definida como o conhecimento socialmente elaborado e partilhado com um objetivo prático e que contribui para a construção de uma realidade, comum a um grupo social. Pode ser designada como saber do senso comum ou saber natural.5 Os dados foram coletados no acervo dos jornais O Povo e Diário do Nordeste, e nas revistas Veja e Isto É, disponibilizado por via de acesso em website, utilizando-se o qualificador HPV, no período de 2012 a 2016. Como critério de inclusão foram selecionadas reportagens que abordassem o HPV como agente causador de neoplasias. O corpus foi constituído por 41 reportagens e submetido a uma Classificação Hierárquica Descendente (CHD) simples por meio do software IRAMUTEQ versão 0.7. A CHD permite uma análise lexical do texto analisado e oferece contextos (classes lexicais) caracterizados por um vocabulário específico e pelos seus segmentos que compartilham desse vocabulário. Os segmentos de texto são classificados em função dos seus respectivos vocabulários e o conjunto deles é repartido em função da frequência das formas reduzidas. As diferentes classes geradas a partir da CHD representam o contexto de sentido das palavras e podem apontar representações sociais ou elementos sobre o objeto social estudado pela mídia digital.6

Resultados

a CHD reteve 34 textos, 82,87% do total, e dividiu o corpus em 05 classes: classe 1 – infectividade (23,5%), classe 2 – prevenção (26,8%), classe 3 – detecção precoce (15,9%), classe 4 – letalidade (21,8%) e classe 5- Variação genética (12%). A classe 2 alerta para a importância da prevenção por meio da vacina e do exame Papanicolau, o que se reveste de importância como medida de grande alcance e impacto por se tratar de uma informação que contribui sensivelmente para a prevenção de casos novos. A classe 1 chama atenção para a importância das medidas educativas quanto a prática do sexo seguro. Uma característica destacada nas reportagens em relação ao HPV é o potencial de infectividade, e transitoriedade, visto a sua dependência pela resposta imunológica do hospedeiro, podendo até apresentar uma taxa de regressão de 80% em 16 meses, inclusive nos casos de infecção por seus tipos oncogênicos. No entanto, o seu caráter permanente além de se relacionar à imunossupressão, deve-se também ao tipo e a carga viral. A classe 4 demonstra a preocupação quanto a morbimortalidade do câncer de colo uterino. A classe 3 ressalta a importância da disponibilidade dos serviços de saúde para a realização do diagnóstico precoce. Foi possível perceber com os depoimentos da classe 3, a relevância da detecção precoce e como o desempenho dos profissionais de saúde no desenvolvimento de estratégias são fundamentais identificar as usuárias. Em contraponto, a classe 5 associa a alterações de genes do sistema imune e de resposta inflamatória nos homens com câncer de pênis.

Considerações Finais

observa-se, a partir das reportagens, uma ênfase na atenção à prevenção e ao diagnóstico precoce da infecção pelo HPV, tendo em vista a associação com as neoplasias, em particular, a do colo uterino. É fundamental a publicação de informações de programas e prevenções na mídia, o que facilita o acesso da população em geral ao conhecimento sobre as formas de prevenção para o HPV enfatizando alguns cuidados básicos como hábitos de higiene e uso do preservativo em todas as relações sexuais.

Palavras Chave

HPV, Mídias digitais, Representações Sociais

Area

Doenças Transmissíveis

Autores

Maria lucia duarte pereira, maria ceci vale martins, Edmundo josé morais rocha, luana ibiapina cordeiro, Carla Suellen Pires Sousa, Dafne Paiva Rodrigues, maria célia freitas