Datos del trabajo


Título

CONTEXTO SOBRE O HIV EM IDOSOS QUE VIVEM EM SITUAÇAO DE RUA

Introdução

No Brasil a descoberta do HIV em 1980 causou grande impacto social, por ser construída como doença contraída somente por homens homossexuais, causando estigmas e preconceitos. Com o passar dos anos, e aumento de estudos na área observou que a incidência de HIV/Aids na população brasileira acima de 50 anos cresceu de 3,6 para 7,1 em 100.000 habitantes entre 1996 a 2006, representando um aumento de 50% de casos novos. Devendo ressaltar que o número de infecções pode ser maior, considerando a subnotificação ou não conhecimento do seu status sorológico, o que dificulta determinar o número de indivíduos pertencentes a esse grupo etário que vivem com HIV no Brasil. Nesse contexto, os desafios de envelhecer na rua mostram que a atenção para essa população deve ser contínua, uma vez que está exposta a duas vulnerabilidades: ser idoso e viver em situação de rua. Desse modo, pessoas com instabilidade habitacional que também têm doenças a longo prazo, tais como o HIV, têm maior risco de resultados negativos de saúde em comparação com pessoas alojadas de forma estável com as condições mesma saúde. Falta de utilização de cuidados e aumento da prevalência de condições crônicas de saúde foi mostrado para resultar em estados de doenças avançadas, devido à apresentação tardia para os cuidados (PARKER; DYKEMA, 2014).

Objetivos

Refletir sobre a situação do HIV em idosos que vivem em situação de rua.

Desenvolvimento

Viver em situação de rua e fazer parte da terceira idade exigem habilidades extras, uma vez que o aumento da vulnerabilidade da pessoa idosa em situação de rua fica evidente diante das condições de saúde alteradas pelo envelhecimento, como a diminuição da capacidade funcional para buscar o sustento e a exposição social das suas fragilidades perante outros grupos (MATTOS, 2016). Grande parte da sociedade, ainda não avalia a sexualidade como elemento saudável e natural em idosos, o preconceito e a falta de informação reforçam a ideia da velhice assexuada, o que aumenta a vulnerabilidade do idoso para as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Diante dos mitos e tabus expostos acerca da sexualidade, ignora-se que idosos ainda possuem interesses sexuais, um exemplo disso é que campanhas de prevenção ISTs são precárias para esse público, assim como educação e promoção em saúde. Consequências dessa negligência são demonstradas a partir do aumento de IST nessa população, como a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), mostrando a fragilidade da compreensão da multidimensionalidade da sexualidade humana (SOUZA et al., 2015; MASCHIO et al., 2011; WHO, 2014). A maioria dos idosos, infectados pelo HIV são do gênero masculino e refere que adquiriu a doença por meio do contato sexual. Novas possibilidades para a vivência da sexualidade têm tornado as pessoas com mais idade vulneráveis IST’s e, concomitantemente, aumentou a incidência da Aids entre pessoas com idade igual ou superior a 50 anos. As pessoas mais velhas costumam adiar a realização do teste Anti-HIV, pois se consideram um grupo com menor risco de contrair a doença (SOUZA, et al, 2012). Estudos mostram que existem lacunas no conhecimento dos idosos em relação ao conceito de HIV/Aids, de formas de transmissão, de vulnerabilidade e de outros fatores que contribuem para a ascensão da doença nessa faixa etária. Por conseguinte, o número de casos de infecção por HIV vem aumentando de maneira progressiva na terceira idade. No Brasil, mais de 11% dos idosos são portadores do HIV e esse percentual pode ser bastante superior, em função da subnotificação de casos. Diante disso é importante intervir nas diversas formas de prevenção dessas doenças e a sexualidade nos idosos podem ser trabalhadas por meio de educação em saúde, visto que esta constitui um recurso para prevenção de doenças e promoção da saúde, em que o conhecimento científico, por intermédio dos profissionais da saúde, atinge a vida cotidiana das pessoas levando-as a compreender os condicionantes do processo saúde-doença, oferecendo, dessa forma, subsídios para adoção de novos hábitos e condutas de saúde.

Considerações Finais

O crescente fenômeno do envelhecimento nas ruas desafia a política e a ciência. A necessária ampliação dos estudos desse tema poderá proporcionar meios de conhecimento das necessidades das pessoas idosas nessa situação e subsídios para as políticas públicas voltadas para essa população, visando a uma maior resolutividade de suas demandas. Além disso, o (re)conhecimento da população em geral sobre a existência da pessoa idosa em situação de rua poderá estimular a mudança do olhar estigmatizado e preconceituoso da sociedade, permitindo um tratamento digno e respeitoso, com a consequente inserção dos indivíduos nas estratégias governamentais e políticas públicas. Essa realidade leva-nos à necessidade de uma nova forma de cuidar que reoriente a prática de toda a equipe de saúde, permitindo, além dos aspectos socioepidemiológicos, levar em conta o significado e as representações do processo de cuidar para os idosos imunodeprimidos. A enfermagem, no cenário da gerência contemporânea, organiza o seu processo de trabalho, suas estratégias, com intuito de buscar novas alternativas de compreensão diante das demandas atuais expressas nas necessidades da clientela. Demandas essas cada vez maiores e com necessidades diversificadas e complexas, na área da assistência à saúde – nesse pensar, o cuidado aos idosos com HIV/AIDS apontam grandes desafios.

Palavras Chave

HIV; Idosos; Populações Vulneráveis; Vulnerabilidade em Saúde.

Area

Saúde e populações vulneráveis

Autores

EMANOELLE FERNANDES SILVA, VANESSA MOURA CARVALHO OLIVEIRA, GISELLE MARY IBIAPINA BRITO, DALILA CINARA PEREIRA SILVA, MARIA LIVRAMENTO FIGUEIREDO FORTES, ROSILANE LIMA BRITO MAGALHÃES