Datos del trabajo


Título

ADVOCACIA NA INTERNAÇAO HOSPITALAR PEDIATRICA: IMPLICAÇOES PARA A PRATICA ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM

Introdução

O conceito de advocacia em saúde enfoca que todo indivíduo deve ser compreendido como sujeito incluído em contextos sócio, econômico, físico, político e cultural e não somente como objeto de intervenção e prática eminentemente clínica, no que se refere a área de conhecimento da saúde. Assim considerando, cabe ao enfermeiro a garantia dos direitos de todo cidadão, atuando na promoção e proteção da saúde e do ser humano como um todo (Andrade, Mello, Silva, Ventura, 2011). A Declaração dos Direitos Humanos, de 1949, deu início a luta pelos direitos dos indivíduos, onde foram reconhecimentos os direitos fundamentais de todos, marco histórico na busca e defesa dos direitos dos seres humanos. No que tange as crianças, fez-se necessário a criação e implementação de leis específicas, por se tratar de um público altamente específico nas suas demandas, que garantissem seu adequado crescimento e desenvolvimento, resultando na criação da Declaração Universal dos Direitos das Crianças, constituindo-se um marco para promoção e proteção dos direitos na infância (Neutzling, 2017). Apesar dos direitos das crianças e dos adolescentes estar fundamentada na Constituição Brasileira, apenas com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) houve a consolidação desses direitos. Em relação à criança hospitalizada, o ECA confere direito de atendimento integral à saúde da criança, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantindo acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde. (BRASIL, 1990). Ainda, no Brasil, destaca-se a Resolução nº 41 de 1995, que dispõe sobre os Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados com 20 itens, dentre eles: “o direito a ser hospitalizado quando for necessário ao seu tratamento, sem que haja distinção de classe social, condição econômica, raça ou crença religiosa; o direito de ter conhecimento adequado de sua enfermidade, dos cuidados terapêuticos e diagnósticos, respeitando sua fase cognitiva, além de receber amparo psicológico quando se fizer necessário; o direito a que seus pais ou responsáveis participem ativamente do diagnóstico, tratamento e prognóstico, recebendo informações sobre os procedimentos a que será submetida” ( BRASIL, 1995). Este estudo faz parte do Projeto de Mestrado intitulado: Advocacia em Saúde: atuação da enfermagem frente à criança hospitalizada.

Objetivos

Analisar a produção científica nacional e internacional de enfermagem acerca da advocacia exercida pelos enfermeiros na internação hospitalar pediátrica.

Método

O estudo é uma revisão de literatura realizada no período de fevereiro a maio de 2018. Os descritores utilizados foram: advocacia em saúde, enfermagem pediátrica, criança hospitalizada, defesa da criança e direito a saúde. Os descritores foram conjugados em pares, formando as seguintes frases com utilização do operador booleano ‘’and’’: Advocacia em saúde and enfermagem pediátrica, Advocacia em saúde and equipe de enfermagem, Advocacia em saúde and direito a saúde , Advocacia em saúde and defesa da criança Advocacia em saúde and criança hospitalizada, Enfermagem pediátrica and defesa da criança, Enfermagem pediátrica and direito a saúde, Equipe de enfermagem and defesa da criança, Equipe de enfermagem and direito a saúde, Equipe de enfermagem and direito a saúde, Criança hospitalizada and defesa da criança, Criança hospitalizada and direito a saúde. Foram utilizadas as seguintes bases de dados: LILACS, SciELO, CINAHL, PUBMED e CAPES com o recorte temporal de 2000 a 2017. Os critérios de inclusão foram estudos disponíveis na íntegra, revisões, reflexão teórica, estudos os quais possuíam ao menos um autor enfermeiro. Foi aplicado filtro nos idiomas inglês, português e espanhol. Os critérios de exclusão foram relatos de experiência, ensinos clínicos, e estudos que estivessem em repetição nas bases de dados. Também foram excluídos estudos que se referissem a crianças no domicílio. Aspectos éticos: dispensáveis por ser revisão.

Resultados

Foram encontrados 8.304 estudos. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, restaram 16 estudos, sendo 11 nacionais e 5 internacionais. Os estudos nacionais abordam as temáticas: ações que garantem a defesa dos direitos das crianças hospitalizadas pelos enfermeiros, os conhecimentos dos profissionais de saúde sobre os direitos da criança hospitalizada, orientação e promoção da autonomia, organização dos processos de trabalho, compreensão da necessidade de educação permanente para melhor preparo para as situações de morte. Os estudos internacionais apontam: percepção dos enfermeiros sobre o respeito aos direitos da criança hospitalizada, a capacidade dos enfermeiros em desenvolver a escuta qualificada as crianças, a criação de uma relação terapêutica entre a criança e a enfermeira durante procedimentos dolorosos, a importância de conhecer as vozes das crianças quanto as rotinas e procedimentos.

Considerações Finais

A leitura dos estudos permitiu identificar as lacunas no conhecimento existentes na temática. Os enfermeiros encontram dificuldades para interpretar o conceito de advocacia do paciente na enfermagem, bem como não existem estudos que qualifiquem o conhecimento dos enfermeiros acerca da advocacia da criança no contexto pediátrico.

Palavras Chave

Enfermagem pediátrica, advocacia em saúde, equipe de enfermagem.

Area

Saúde da Criança

Autores

JULIA GONÇALVES BOUSQUET, ISABEL CRISTINA DOS SANTOS OLIVEIRA