Datos del trabajo


Título

PERCEPÇAO DOS ENFERMEIROS FRENTE AS INTERVENÇOES NAO FARMACOLOGICAS UTILIZADAS NO TRATAMENTO DO ALIVIO DA DOR NO RECEM-NASCIDO PREMATURO

Introdução

A dor pode ser definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável, descrita em termos de uma lesão tecidual real ou potencial. Por vários anos, acreditou-se que os recém-nascidos eram incapazes de perceber a dor, devido, presumir que seu sistema nervoso ainda não estava totalmente formado. Porém os recém-nascidos podem sentir dor com mais intensidade do que as crianças e os adultos, devido seus métodos de controle inibitório ser imaturos, reduzindo a capacidade de articular a experiência dolorosa. Em um ambiente de internação os prematuros podem ser submetidos a muitos procedimentos dolorosos, tais como: punções venosas e calcâneo, intubação/extubação, aspiração, sondagens, administração de medicamentos e realização de curativos. Sabe-se que a exposição constante a eventos dolorosos ou estressantes no período neonatal traz prejuízo ao recém-nascido prematuro em curto prazo, como alterações fisiológicas, oscilação de frequência cardíaca, de frequência respiratória, variação da pressão intracraniana, da saturação de oxigênio, e em longo prazo, como a mudança da resposta neuro comportamental diante da dor, distúrbios emocionais e de aprendizado. Porém há dificuldade em identificar ou distinguir os sinais de dor emitidos por pacientes neonatos, por isso, é necessário uma compreensão mais adequada e percepção a respeito da dor nesse faixa etária. Assim é de grande importância na atuação da equipe de enfermagem a identificação da dor e no uso de estratégias não-farmacológicas no alívio da dor. O uso dos métodos não farmacológicos no tratamento da dor reduzirá os períodos de choro e agitação do recém-nascido prematuro, diminuindo o tempo de internação e o estresse da família, além de proporcionar um cuidado humanizado e eficaz.

Objetivos

Identificar as intervenções não farmacológicas utilizadas pelo enfermeiro na assistência ao recém-nascido prematuro com dor; analisar a percepção do enfermeiro sobre as intervenções não farmacológicas utilizadas; e verificar como é realizada a avaliação da dor pelos enfermeiros que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

Método

Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, descritiva, de corte transversal. As colaboradoras foram quatro enfermeiras atuantes em uma Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal de um hospital referência do Sul de Minas Gerais. Os dados foram coletados no período de setembro de 2017 através de entrevista semiestruturado contendo questões norteadoras. Para a análise dos resultados foi utilizado à técnica de análise de conteúdo de Bardin que compreende três etapas básicas: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados, categorização e interpretação Os preceitos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos foram observados e o presente estudo foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário do Sul de Minas, via Plataforma Brasil, tendo parecer favorável número 2.252.54, com protocolo de número CAAE: 69969717.0.0000.5111.

Resultados

Os resultados encontrados foram expostos em categorias para um melhor entendimento do estudo, de maneira a apresentar a vivência das participantes. Após a análise emergiram as seguintes categorias: Intervenções não farmacológicas utilizadas na assistência de enfermagem ao recém-nascido prematuro com dor e seu conhecimento sobre a conduta referida; Parâmetros para identificação da dor no recém-nascido prematuro aplicado pelas enfermeiras; Percepção do enfermeiro frente à prática das intervenções não-farmacológicas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). As enfermeiras julgam importante o tratamento da dor no recém-nascido prematuro, por diminuir o sofrimento, proporcionar conforto, recuperar-se mais rapidamente e evitar problemas psicológicos futuros. Dentro os métodos não farmacológicos utilizados por elas os que surgiram nas falas foram: posicionamento organizado, sucção não nutritiva com ou sem glicose 25%, aleitamento materno, método canguru, contato pele a pele/ninar o RN, diminuição do barulho, diminuição da luz, contenção em ninho, oferecer colo próprio ou materno. Mas destacam a dificulta na conduta por não haver protocolo na instituição para utilização de tais métodos. No que se refere a avaliação da dor nos prematuros internados, a enfermagem não utiliza de escalas para avaliar, mas reconhece por parâmetros comportamentais e fisiológicos. Os sinais comportamentais apontados para percepção da dor foram: choro, expressão facial, flexão movimento dos braços e das pernas,região frontal franzida ou protuberância da sobrancelha, lábios abertos, boca esticada, insônia agitação, irritabilidade; e os referentes às alterações nos parâmetros fisiológicos foram: frequência respiratória, frequência cardíaca, temperatura corpórea, saturação de oxigênio. Ficou evidenciada a importância da utilização dos métodos não farmacológicos de alivio da dor como expressão de uma assistência humanizada e de qualidade ao prematuro. Também reconhecerem a efetividade dos métodos não farmacológicos no controle da dor dos recém-nascidos prematuros.

Considerações Finais

Os profissionais de enfermagem conseguem reconhecer a dor nos prematuros, entretanto não é efetuada de maneira padronizada, mas avaliada eventualmente pelo choro, expressão facial, corporal e alterações fisiológicas Os métodos não-farmacológicas de alívio de dor são reconhecidos como relevantes e eficazes e fazem parte das práticas assistências aplicadas em unidade neonatal. Contudo, a utilização de escalas e protocolos ainda é limitada. Faz-se necessário que aperfeiçoem a utilização destas ferramentas, uma vez que torna a assistência homogênea e eficiente o que irá contribuir para a terapêutica da dor no recém-nascido prematuro.

Palavras Chave

: Dor. Recém- Nascido Prematuro. Enfermagem Neonatal. Saúde da Criança.

Area

Saúde da Criança

Autores

Juliana de Jesus Souza, Adelia Megda Sales, Viviane Graciele da Silva, Clicia Valim Cortes Gradim, Maria Jose Clapis, Patrícia Mônica Ribeiro, Eliana Peres Rocha Carvalho Leite, Estefânia Santos Gonçalves Félix Garcia