Datos del trabajo


Título

Atresia de esôfago na unidade de terapia intensiva pediátrica: diagnósticos de enfermagem no pós-operatório mediato de cirurgia de transposição gástrica.

Introdução

Atresia esofágica com ou sem fístula traqueoesofágica (FTE) é um complexo de anomalias congênitas caracterizadas pela formação incompleta do esôfago com ou sem comunicação anormal entre este e a traqueia. Ocorre com uma incidência de um caso entre 3.000 nascidos vivos, e é mais comum em brancos e no sexo masculino. Os sintomas estão relacionados ao tipo de atresia, que pode estar ou não associado a fístulas. Geralmente é suspeitada quando há poliidrâmnio, dificuldade em deglutir saliva e leite, aspiração durante as primeiras alimentações e falha na tentativa de passar a sonda gástrica. Classicamente, o neonato com atresia esofagiana apresenta copiosa quantidade de bolhas de muco, esbranquiçadas e regulares na boca e às vezes nas narinas. O defeito pode ser diagnosticado antes, ou logo após o nascimento, e o tratamento definitivo é cirúrgico, porém, sua eficácia dependerá do tipo do defeito, e dos cuidados prestados a criança antes e após a cirurgia. Foi observado em minha prática que essa criança necessitava de um tratamento intensivo no período pós-operatório, utilizando de dispositivos invasivos e não invasivos, além de apresentar necessidades de cuidados específicos para essa cirurgia, que exigia conhecimento, organização e planejamento para um cuidado de qualidade. Sendo assim, diante de relatos de profissionais do setor, identifiquei que essa cirurgia é pouco frequente e não é realizada em qualquer instituição de saúde, pois são complexas e ocorrem poucos procedimentos ao ano, porém, o conhecimento do cuidado com esse tipo de paciente é de extrema importância, e então, a partir do desconhecimento e do que foi apresentado, despertou-me o interesse por aprofundar o conhecimento sobre o tema.

Objetivos

identificar as necessidades de cuidados de crianças com atresia de esôfago, no pós-operatório mediato de cirurgia de transposição gástrica na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) e descrever os diagnósticos de enfermagem a partir dessas necessidades de cuidados.

Método

Metodologia: foi realizada uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, de análise documental e retrospectiva, fundamentado nos princípios da padronização internacional dos diagnósticos de enfermagem da Taxonomia II da NANDA – I. A técnica de coleta de dados consistiu em pesquisa no prontuário, utilizando de um Instrumento de coleta de dados elaborado pela autora. A análise se deu pela identificação dos termos e expressões presentes nas anotações realizadas pela equipe de saúde no prontuário, no período de pós-operatório mediato, em que o paciente ficou hospitalizado na UTIP restringindo-se as primeiras 96h, que indicavam disfunções, condição de saúde, processos de vida, motivação para aumentar o bem-estar e condições de vulnerabilidade apresentada pelo paciente que necessitavam de intervenções de enfermagem. Os dados foram cruzados com as características definidoras, fatores relacionados, fatores de risco e títulos de diagnósticos de enfermagem aprovados pela classificação de NANDA 2015-2017 e foi descrito os diagnósticos de enfermagem nos domínios e classes da NANDA-I.

Resultados

Resultados: Em relação as características das crianças, não houve predomínio de sexo e as idades compreendidas na fase pré-escolar foram as que prevaleceram no momento escolhido para a cirurgia de transposição gástrica. A maioria das crianças apresentaram pelo menos uma comorbidade associada com a AE, entre elas estavam: a atresia duodenal, anomalia anorretal, obstrução intestinal, dilatação da pelve renal, estenose subglótica leve não obstrutiva, craniocinostose, uma medula ancorada, CIA, CIV. Dextrocardia, trissomia do cromossomo 21 e asma. A cirurgia de transposição gástrica apresenta cuidados específicos em seu momento de pós-operatório, sendo identificados na presente pesquisa, manter a cabeceira do leito elevada a 30°, cabeça centralizada, proteção lateral da cabeça, pescoço fletido e cuidado ao manusear a SNG e nunca repassa-la em caso de retirada acidental. No que se refere aos diagnósticos de enfermagem foram eleitos 42 títulos, sendo 19 deles destinados aos diagnósticos reais e 23 voltados para os diagnósticos de risco. Os diagnósticos mais relevantes de acordo com os critérios estabelecidos foram: Proteção ineficaz; Volume de líquido excessivo; Risco de desequilíbrio eletrolítico; Motilidade gastrointestinal disfuncional; risco de motilidade gastrointestinal disfuncional; Débito cardíaco diminuído; Comunicação verbal prejudicada; Integridade da pele prejudicada; Risco de integridade da pele prejudicada; Risco de infecção; Risco de recuperação cirúrgica retardada; Risco de crescimento e desenvolvimento atrasado.

Considerações Finais

A presente pesquisa ultrapassou os objetivos iniciais de identificar os diagnósticos de enfermagem, em pós-operatório de transposição gástrica, e se consolidou com a oportunidade de conhecer as características das crianças com atresia de esôfago e os principais cuidados específicos que a equipe deve conhecer para prestar assistência à essas crianças. A identificação dos diagnósticos e dos cuidados específicos será de suma importância para a prática assistencial na UTIP, pois servirá de base para o planejamento das ações de enfermagem, facilitando o estabelecimento da sistematização da assistência para as crianças em pós-operatório de transposição gástrica.

Palavras Chave

atresia de esôfago, transposição gástrica, enfermagem pediátrica, diagnóstico de enfermagem

Area

Saúde da Criança

Autores

soraya bactuli cardoso, elena araujo martinez, Juliana Cunha Fernandes barbosa, heloisa arruda magalhaes