Datos del trabajo


Título

CONHECIMENTO DAS ADOLESCENTES SOBRE O USO CORRETO DO PRESERVATIVO MASCULINO

Introdução

A adolescência compreende a faixa etária de 10 a 19 anos, com diversas transformações iniciadas na puberdade, busca por experiências únicas, afloração da sexualidade, interação entre pares e afirmação da própria identidade. Pesquisas que tratam sobre comportamento sexual do adolescente tem revelado o seu protagonismo no desenvolvimento de atividades educativas sobre conhecimento de IST/HIV/Aids. Contudo, ainda há elevados índices de exposição dos adolescentes a comportamentos de risco e vulnerabilidade, como a frequência da relação sexual com e sem uso do preservativo aumentar com o avanço da idade do adolescente. A prática de sexo seguro não é um comportamento que se adota fácil e continuamente, principalmente em meninas, por expô-las a conotações negativas no quesito “moralidade”, sendo entendidas como “experientes” na prática sexual ou infiéis. Essa exposição de risco pode ter provocado o aumento de 13,9% nas taxas de detecção de casos de aids entre as adolescentes de 15 a 19 anos. Além disso, observa-se tendência do abandono do uso do preservativo nas relações sexuais em virtude da confiança com o parceiro, expondo-se ainda mais aos riscos, mesmo naqueles que se iniciam sexualmente utilizando camisinha. Daí a importância de pesquisar estratégias educativas que favoreçam tomadas de decisões que conduza as adolescentes a optar pelo uso constante do preservativo em todas as relações, desde o inicio da sua vida sexual.

Objetivos

Descrever o compartilhamento de conhecimentos das adolescentes sobre o uso correto do preservativo masculino.

Método

Estudo avaliativo de uma intervenção educativa, descritivo e de corte transversal, com abordagem qualitativa. A intervenção educativa grupal do estudo foi planejada e executada com o objetivo de compartilhar e revelar os sentidos e significados das experiências das adolescentes e discutir sobre as etapas do uso correto do preservativo masculino como medida protetora para a prevenção das IST/HIV/Aids. Realizou-se no segundo semestre de 2017 em escola de tempo integral com 75 adolescentes, sexo feminino, 8º e 9º anos, idade entre 12 e 17 anos. Os dados foram registrados em linguagem escrita em papel madeira pelas adolescentes divididas em 17 grupos, com 3 a 6 participantes, e em diário de campo. A intervenção foi realizada em dois encontros sempre precedidos de acolhimento e interação. As estratégias utilizadas foram adaptadas do manual Saúde Prevenção na Escola. No primeiro encontro, distribuiu-se crachás e realizou-se roda de conversa sobre o ciclo da vida, com discussão sobre as mudanças da adolescência. No segundo encontro, dividiu-se as adolescentes em grupos para discutir as etapas do uso correto do preservativo masculino, seguindo as orientações da Caderneta de Saúde do Adolescente, sendo solicitado ao grupo o registro em papel madeira. Posteriormente, a medida que cada grupo relatava as etapas, fez-se esclarecimento e simulação em prótese genital masculina. A análise dos dados deu-se por interpretação descritiva, que busca conhecer ideias centrais, homogeneidade, representatividade e pertinência a fim de classificar e definir temas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº 2.291.545.

Resultados

As adolescentes tinham idade entre 12 e 17 anos, com predominância entre 13 e 15 anos (88%). 69,3% eram solteiras e sem parceiro fixo. 53,3% consideraram-se pardas e 60% declararam-se católicas. 49,4% das adolescentes moram com os pais. Sobre a orientação sexual, 89,4% declararam-se heterossexuais e 14,7% já haviam tido relação sexual, com início aos 13 anos (55%). Das adolescentes com vida sexual ativa, 18,2% usaram preservativo na primeira relação sexual. No tocante ao uso correto do preservativo masculino, os resultados deste estudo indicam que não basta apenas saber que o uso da camisinha previne as IST/HIV/Aids, é necessário conhecer como as etapas de seu uso estão sendo executadas para que se torne realmente efetivo, como demonstra as falas dos participantes. Abertura (abrir com a mão e observar prazo de validade): “Olha se a camisinha não está vencida. Abri a embalagem com cuidado, para não furar a camisinha.” (2 grupos); “Ver a validade. Abrir com a mão.” (17 grupos). Colocação da camisinha (pênis ereto, apertar a ponta para retirar o ar e desenrolar até embaixo): “Tem de deixar o pênis ereto, colocar a camisinha no pênis, mas terá de deixar um pequeno espaço para não estourar.” (4 grupos); “Desenrolar a camisinha até o final do pênis, aperta a ponta pra retirar o ar.” (3 grupos); “Quando for botar, deixa a pontinha para o armazenamento de esperma.” (8 grupos). Retirada da camisinha (pênis ereto): “Após o sexo tira a camisinha com o pênis duro.” (1 grupo). Descarte correto do preservativo após o ato sexual (dar nó e jogar no lixo): “Após o uso, retirar, dar um nó e jogar no lixo.” (15 grupos); “Após o uso, retire-a pela ponta, amarre-a e coloque em um saco separado.” (2 grupos). Outras falas das participantes indicaram desconhecimento do uso do preservativo masculino, como esticar a camisinha antes da penetração e a necessidade de assoprar a camisinha para colocar no pênis: “Esticar o preservativo com cuidado para não rasgar.” (4 grupos); “Você assopra e coloca.” (1 grupo). Inicialmente, na simulação das etapas em prótese genital masculina, as adolescentes sentiram-se envergonhadas, depois mostraram-se atentas e curiosas: “Tem perigo da camisinha furar quando o líquido sair (gozar)?”. Sendo esclarecido que o preservativo colocado corretamente possui risco mínimo. Algumas adolescentes pediram para fazer a demonstração.

Considerações Finais

As falas das adolescentes demonstraram expressivamente o desconhecimento das etapas do uso do preservativo. A intervenção realizada de forma participativa favoreceu o protagonismo das adolescentes e a compreensão do tema discutido, estimulando não apenas o conhecimento sobre a importância da camisinha na prevenção de IST/HIV/Aids, mas agregando a isso as etapas corretas do uso do preservativo. Por isso, é necessário fortalecer a parceria saúde e educação nas escolas como parte integrante das políticas públicas de promoção da saúde do adolescente.

Palavras Chave

Saúde do Adolescente. Educação em Saúde. Doenças Sexualmente Transmissíveis. Enfermagem.

Area

Saúde do Adolescente

Autores

THÁBYTA SILVA ARAUJO, QUELIANE GOMES SILVA CARVALHO, LÍVIA DANTAS LOPES, MARCELA ARIADNE BRAGA GOMES TOMÉ, LIDIANE NOGUEIRA REBOUÇAS, FABIANE AMARAL GUBERT, NEIVA FRANCENELY CUNHA VIEIRA