Datos del trabajo


Título

ALEITAMENTO MATERNO EM PREMATUROS: PERCEPÇAO E DIFICULDADES ENCONTRADAS PELAS MAES EM UMA UTI NEONATAL

Introdução

O leite humano é um alimento completo capaz de suprir todas as necessidades da criança nos primeiros anos de vida. A Organização Mundial da Saúde recomenda aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e, a partir desta faixa etária, recomenda-se iniciar alimentação complementar e manter o leite materno até dois anos de idade. São inúmeras as vantagens do aleitamento materno tanto para bebê quanto para mãe. Dentre os benefícios para a criança, pode-se citar: imunidade prevenindo contra as diversas infecções e alergias, atuação no desenvolvimento infantil, diminuição de riscos de morbimortalidade, contribuição para níveis pressóricos e de colesterol total mais baixos, menor risco para diabetes tipo I e II e a prevenção do sobrepeso e obesidade. Para mãe, um dos benefícios oferecidos na amamentação é a redução do risco de patologias como câncer de mama, ovário e útero e de fraturas ósseas por osteoporose; a involução uterina mais rápida devido à liberação de ocitocina e consequente diminuição do sangramento puerperal e menor risco de anemia pós-parto. Em relação aos recém-nascidos prematuros o aleitamento materno exclusivo torna-se ainda mais indispensável, sendo este um fator primordial na redução da morbidade e mortalidade neonatal. Porém, um dos grandes desafios das mães em uma unidade de terapia intensiva neonatal é sem dúvidas amamentar, visto que os prematuros possuem imaturidade fisiológica e neurológica, além do controle inadequado da sucção/deglutição/respiração tão expressivos. O ato de lidar com um prematuro tão pequeno e frágil faz com que as mães concluam, erroneamente, que são incapazes de amamentá-los. Por isso, o processo de amamentação desses recém-nascidos prematuros internados merece atenção exclusiva dos profissionais de saúde que ali atuam, sendo estes os grandes precursores do sucesso deste ato.

Objetivos

Identificar as dificuldades e percepções maternas vivenciadas durante o processo de aleitamento materno de prematuros assistidos em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) em uma instituição referência no Sul de Minas.

Método

Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa de corte transversal, descritiva, exploratória com análise de conteúdo de Bardin. As entrevistas foram conduzidas por questões norteadoras relacionadas aos sentimentos da mãe frente à amamentação do seu recém-nascido prematuro e ainda às dificuldades encontradas durante esse processo. Colaboraram com o estudo 13 mães de recém-nascidos prematuros internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um hospital do Sul de Minas Gerais, que estiveram na instituição no período de Julho/2017 à Outubro/2017. Os preceitos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos foram observados e o presente estudo foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário do Sul de Minas, via Plataforma Brasil, tendo parecer favorável número 2.152.575, com protocolo de número CAAE: 69969217.0.0000.5111.

Resultados

Após análise dos dados emergiram categorias para expressar as vivências relatadas pelas colaboradoras. As categorias temáticas encontradas foram: A importância do aleitamento materno para o desenvolvimento do recém- nascido prematuro; A percepção e dificuldades de mães de prematuros frente ao processo de aleitamento. As mães reconhecem o leite materno como o alimento rico em nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento da criança, além de ser um fator protetor contra doenças. Afirmam que os benefícios do aleitamento são para a nutriz e o lactente, e em especial traz vantagem para os recém-nascidos prematuros pela proteção contra patologias. Porém, as mães vivenciam as dificuldades pela internação de seus filhos em uma unidade de terapia intensiva, como a falta de contato entre mãe e filho, os sentimentos de tristeza e frustração e a dificuldade de conciliar a rotina familiar com a hospitalização do filho, o que gerou medo e insegurança em relação ao processo de amamentar. Algumas temeram por dor e afecções nas mamas e por diminuição na produção do leite. As experiências anteriores não positivas com a amamentação causaram angustia por receio de se repetirem. Mas o ato de amamentar foi experienciado como prazeroso, sendo um momento único de afeto e carinho que fortalece o vinculo mãe-filho. E por fim a assistência dos profissionais de saúde, através de orientações, esclarecimento de dúvidas, apoio e incentivo, foi vista como essencial para o aleitamento materno.

Considerações Finais

As mães denotam uma gama de sentimentos e dificuldades frente ao processo do aleitamento materno, todavia reconhecem a importância do mesmo para saúde dos seus filhos. A prática da amamentação sofre influências decorrente dos fatores emocionais, biopsicossociais e experiências anteriores vivenciadas por cada mãe, tendo em vista que tais fatores interferem na produção láctea e em sua manutenção. Para que haja êxito na amamentação é necessário que as mães tenham apoio familiar e especialmente profissional durante todo o ciclo gravídico-puerperal, portanto a assistência prestada à mulher neste período de internação é decisiva para sua continuidade ou não. A efetividade das ações de enfermagem nesse processo foi apontada como fator fundamental para sanar as dúvidas e dificuldades inerentes dessa fase, sendo possível a amamentação se tornar um ato muito prazeroso e possível, conferido com autonomia e segurança.

Palavras Chave

Aleitamento Materno. Recém- Nascido Prematuro. Enfermagem Neonatal. Saúde da Criança.

Area

Saúde da Criança

Autores

Juliana de Jesus Souza, Crislayne Brito Pereira, Marcela Souza Silva, Clicia Valim Cortez Gradim, Maria José Clapis, Patrícia Mônica Ribeiro, Estefânia Santos Gonçalves Félix Garcia