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Título

CONHECIMENTOS, IMAGENS E ATITUDES FRENTE A VELHICE: UM ESTUDO DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

Introdução

Os entendimentos a despeito do envelhecimento humano podem ser tidos como um processo natural, um fenômeno representativo que faz parte do ciclo vital da humanidade desde sua concepção. Atrelado a essas questões é necessário estudar mecanismos que ajudem essa crescente população a ter dignidade e qualidade de vida. Nessa perspectiva, a formação de grupos de vida associativa, nos quais os idosos podem posicionar-se e desenvolver inúmeras atividades, constituem-se uma importante estratégia de inserção social e promoção do envelhecimento saudável.1,2 Sendo assim, nada mais justo do que possibilitar e estimular projetos de integração social e de convivência, nesses espaços onde os idosos buscam qualidade de vida. Neste estudo a Teoria das Representações Sociais (TRS) foi adotada como possibilidade teórica capaz de desvelar conhecimentos, imagens e atitudes frente à velhice entre idosos participantes da vida associativa.

Objetivos

Apreender as representações sociais sobre velhice entre idosos participantes de vida associativa no Serviço Social do Comércio da cidade de Manaus – AM; caracterizar o perfil sociodemográfico dos idosos participantes de vida associativa em uma instituição não governamental na cidade Manaus; analisar o núcleo Central das Representações Sociais da velhice entre os idosos.

Método

Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, fundamentada na Teoria das Representações Sociais e na mini teoria do núcleo central. Foram participantes, 98 idosos integrantes das atividades desenvolvidas no Serviço Social do Comercio de Manaus-AM. Os dados foram obtidos por meio de três instrumentos: coleta de evocações livres de palavras, caracterização sócio demográfica e perfil de saúde. A técnica de evocação livre de palavras foi aplicada utilizando o estimulo indutor velhice, organizada pelo software EVOC versão 2005 e analisada a luz do quadro de 4 casa de Pierre Vergé. Os demais instrumentos foram organizados em tabelas e gráficos e analisados por meio de estatística descritiva. O Estudo atendeu todos os preceitos éticos contidos na resolução 466/2012 para pesquisa envolvendo seres humanos do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados

O perfil dos sujeitos revelou amostra predominantemente feminina, com faixa etária entre 60-64 anos, prevalecendo à viuvez, majoritariamente possuem o ensino médio completo e a renda varia entre 1 a 2 salários mínimos. No referente à avaliação dos idosos quanto ao estado de saúde, metade deles percebia sua saúde como boa, destacando que tão importante quanto o bom estado de saúde é o estado de saúde autodeclarado. No que concerne a análise das representações sociais da velhice, as cognições localizadas na zona do provável núcleo central são por ordem crescente de frequência: limitação; cuidadoso; experiência e saudável. Esses elementos indicam que a velhice para os idosos está ancorada em duas categorias, uma relacionada aos aspectos negativos da velhice limitação e outra que engloba os ganhos que o ser idoso adquire com o passar dos anos: experiência, fazendo necessário o ser cuidadoso, estando inserido o saudável nesse processo. Conforme a teoria do núcleo central, os demais elementos que entram na composição das representações sociais fazem parte do sistema periférico e desempenham um papel essencial no seu funcionamento, estando mais associado às características individuais e ao contexto imediato e contingente.1 Na composição da primeira periferia localizado no quadrante superior direito, foram evidenciadas as cognições fase da vida; discriminação; frequentar grupos e felicidade, as quais evidenciam três elementos com características positivas para os sujeitos pesquisados e um elemento negativo. No quadrante inferior direito, referente à segunda periferia, foram constatados os termos, segundo sua ordem de frequência absoluta: lazer; liberdade e doenças. No que diz respeito à da zona de contraste, localizada no quadrante inferior direito, foi identificado o elemento: aceitação. Esses entendimentos da velhice abrem novos espaços para uma necessária compreensão sobre essa fase do desenvolvimento humano, nos quais seja possível uma pausa reflexiva sobre a etapa da vida que, apesar dos temores, todos, conscientemente ou não, anseiam chegar.

Considerações Finais

Assim, as representações sociais sobre velhice entre idosos participantes de vida associativa do SESC - Amazonas apontaram elementos constitutivos positivos e negativos, representando marcadores significativos aos sujeitos no processo de envelhecimento. Considera-se que a relação representacional em questão apresenta relevância na compreensão dos significados simbólicos evocados pelos sujeitos. Considera-se ainda a potencialidade da influência da participação em grupos sociais em gerar positividade na sinergia das relações humanas entre os membros da instituição grupal. A temática torna-se relevante quanto à luz da teoria das representações sociais, pois oportuniza uma reflexão livre de imagens preconceituosas sobre o envelhecimento, revelando a importância do conhecimento pessoal e subjetivo do próprio idoso no seu processo de envelhecer. Ressalta-se que os aspectos negativos da velhice nessa representação, vincula-se a natureza biológica, como consequência natural do ciclo vital, que requer processo adaptativo, sem comprometer a qualidade de vida. Os dados do perfil sociodemográfico, econômico e de saúde contribuem para a sistematização da assistência, subsidiando as ações dos profissionais que integram os cuidados da pessoa idosa abrangendo a integralidade de cada um. Finalmente, pensa-se que este estudo não esgota as possibilidades de exploração diversas, a construção e a difusão das representações sociais e de sua relação com os sujeitos. Entretanto, pode-se dizer que contribui para o aprimoramento científico na saúde do idoso e na identificação das necessidades da vida cotidiana. Poder-se-á, assim, subsidiar também outros estudos que contemplem outros cenários de investigação, no que tange a velhice, a saúde e o envelhecimento populacional.

Palavras Chave

Velhice. Saúde do Idoso. Representações Sociais.

Referências
1. ARAÚJO, L.F.; et al. Representações sociais da velhice entre idosos que participam de grupos de convivência. Psicol. cienc. prof. vol.25 no.1 Brasília Mar. 2005
2. SOUZA, S. R. P. Representações sociais da velhice: desafios no envelhecer contemporâneo. Revista Portal de Divulgação (São Paulo), 37, Ano IV, out. 2013.
3. LIMA, Andreza Maria; MACHADO, Laêda Bezerra. Ser interessado: núcleo central das representações sociais do “bom aluno” de professoras. Inter Meio: revistado Programa de Pós-Graduação em Educação, Campo Grande, MS, v.16, n.32, p.202-213, jul./ dez. 2010.

Area

Saúde da Mulher