Datos del trabajo


Título

SEGURANÇA DO PACIENTE E COMPREENSAO DO ERRO HUMANO NA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA

Introdução

A Segurança do Paciente é um princípio fundamental para o cuidado em saúde. Nos últimos anos houve um aumento substancial nas discussões sobre os danos associados à assistência. Os episódios de erro podem causar sérios danos à clientela, afetando quanti-qualitativamente às instituições e os profissionais. Na assistência de enfermagem em terapia intensiva, a equipe deve contribuir para a prevenção de erros, e para a qualidade e segurança assistencial. Compreender a ocorrência do erro poderá estimular o profissional a realizar a notificação de forma adequada, mudando o panorama atual de subnotificações. É fundamental o investimento na cultura de segurança organizacional, disseminando-se o conceito de segurança do paciente e discussões não punitivas sobre o erro humano. Este estudo utilizou como referencial teórico a Teoria do Erro Humano de James Reason, que busca a compreensão e o tratamento adequado das ocorrências, sem culpabilizar somente o profissional, destacando a necessidade da análise do sistema organizacional.

Objetivos

Objetivos: analisar as falhas ativas e as condições latentes relacionadas aos erros na assistência de enfermagem em terapia intensiva; discutir as medidas reativas e proativas referidas pela equipe de enfermagem.

Método

Método: Estudo qualitativo, descritivo, exploratório. Considerando a Teoria do Erro Humano, foi utilizado o método de “estudo de questionário”. O cenário foi o Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital geral, universitário, público e federal. Os participantes do estudo foram 36 componentes da equipe de enfermagem, sendo caracterizados de acordo com as variáveis sexo, idade, tipo e tempo de formação profissional, e tempo de atuação no CTI. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas, questionando-se sobre a compreensão e o posicionamento profissional sobre o erro na assistência, além dos fatores causais e preventivos acerca do erro, e observação participante com auxílio de um roteiro que direcionou a atividade através de tópicos sobre adequação do cenário à segurança, a inter-relação dos participantes e a identificação de possíveis situações de erro. A análise dos dados foi do tipo lexical, sendo utilizado o software ALCESTE®. Os dados provenientes da observação foram submetidos à análise etnográfica e os resultados foram apresentados de forma complementar aos que foram gerados pelo ALCESTE®. Para essa análise, foi preparado um corpus que originou as três classes lexicais descritas nos resultados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa conforme pareceres 229.926 de 26/03/2013 e 292.974 de 10/06/2013.

Resultados

Resultados: Caracterização dos participantes: 64% dos participantes eram auxiliares de enfermagem e 36% enfermeiros. Predominou o sexo feminino (81%), a faixa etária variou de 30 a 59 anos. Quanto à formação profissional, 40% possuía menos de 10 anos de formação e 73% possuía de 04 a 10 anos de atuação no CTI. O corpus analisado obteve 74% de aproveitamento e originou 3 classes lexicais, divididas em dois blocos temáticos. O primeiro bloco temático originou apenas a classe 3, com representatividade de 34% do total do corpus. O segundo bloco temático originou as classes 1 e 2, no qual a classe obteve representatividade de 37% do corpus e a classe 2 apresentou representatividade de 29%. As classes foram as seguintes: 1. O erro na assistência de enfermagem em terapia intensiva: foram identificados erros de medicamento e prescrição; uso inadequado das bombas infusoras; não elevação das grades do leito, relacionada pelos profissionais à baixa qualidade do mobiliário; extubações acidentais. 2. Falhas ativas e condições latentes relacionadas ao erro da equipe de enfermagem na terapia intensiva: as falhas ativas são cometidas pelas pessoas que atuam na ponta final do sistema, sendo: identificação errada dos pacientes, falta de checagem das prescrições médicas e de enfermagem, uso inadequado dos alarmes e das técnicas assépticas, administração de medicações suspensas e identificação errada de medicamentos. As condições latentes têm origem na tomada de decisão organizacional, podendo permanecer dormentes por anos antes de se combinarem as falhas ativas e causarem os acidentes, destacando-se a falta de programas de capacitação profissional. 3. Medidas reativas e proativas adotadas pela equipe de enfermagem frente ao erro na terapia intensiva: destacaram-se como medidas reativas o reconhecimento pelos entrevistados de que os episódios de erro ocorrem no cotidiano assistencial; negligenciamento do erro devido a cultura punitiva, medo de críticas e sentimentos de vergonha, culpa e frustração; e tentativas empreendidas pelos profissionais para sanar os possíveis danos. As medidas proativas referidas foram necessidade de fortalecimento da liderança na equipe de enfermagem; necessidade de investimento e de respeito à hierarquia profissional; importância de investimento em uma comunicação eficaz entre a equipe multiprofissional.

Considerações Finais

Conclusão: Este estudo permitiu compreender a ocorrência dos erros na assistência identificando as falhas ativas e condições latentes, além da necessidade de investimento em medidas reativas e proativas. Dentre as medidas reativas, destacou-se a importância do reconhecimento do erro pelos profissionais, o que pode ser considerado a base para compreendê-lo e preveni-lo, associado a medidas proativas como o investimento em capacitação profissional e comunicação eficaz. A adoção de tais medidas está diretamente relacionada à cultura de segurança organizacional, permitindo que os profissionais se sintam confortáveis para discutir o erro humano, e adotem medidas eficazes para a promoção de uma assistência segura e de qualidade.

Palavras Chave

Descritores: Segurança do paciente. Erros médicos. Enfermagem de cuidados críticos.

Area

Gestão de Serviços de Saúde

Autores

Sabrina da Costa Machado Duarte, Marluci Andrade Conceição Stipp, Maria Manuela Vila Nova Cardoso, Andreas Büscher