Datos del trabajo

Título

COMPROMETIMENTO DOS SINTOMAS DO CLIMATERIO NA VIDA COTIDIANA DE MULHERES

Introdução

O climatério consiste em um período natural do ciclo de vida da mulher, que delimita a fase reprodutiva para a fase não reprodutiva, sendo que a menopausa, caracterizada pela ausência de menstruação por 12 meses consecutivos, representa um dos sinais evidenciadores desse período. Essa fase ocorre entre os 40 a 65 anos de idade, causando mudanças na produção dos hormônios femininos, queda na produção de estrogênio e progesterona e aumento na produção do hormônico folículo estimulante, levando a cessação da atividade folicular e ausência de menstruação. A intensidade dos sintomas vivenciados pela mulher nesse período está associada ao ambiente sociocultural, condições de vida e o grau de privação estrogênica, podendo acarretar instabilidade vasomotora, distúrbios menstruais, sintomas psicológicos, atrofia geniturinária, bem como osteoporose e alterações cardiocirculatórias, que podem comprometer a qualidade de vida das mulheres.

Objetivos

Os objetivos do estudo foram identificar as alterações decorrentes do climatério no cotidiano de vida da mulher que comprometem a relação familiar e conjugal e reconhecer os sintomas e sentimentos vivenciados nesse período.

Método

Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, realizada em um município de médio porte localizado na região do Alto Paranaíba no Estado de Minas Gerais. Participaram do estudo 23 mulheres na faixa etária entre 40 a 65 anos, identificadas por meio do cadastro familiar com diagnóstico confirmado do climatério em uma das Unidades de Saúde da Família do município de estudo. Para a coleta de dados, utilizou-se um roteiro semi estruturado para entrevista individual. Os dados coletados foram submetidos a técnica de Análise de Conteúdo. O estudo seguiu as determinações da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, recebendo parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Cerrado de Patrocínio – UNICERP com protocolo número 20161450ENF006, assegurando o anonimato das participantes e confidencialidade dos dados.

Resultados

Em relação as características sociodemográficas e ginecológicas, os resultados evidenciaram que 39,13% das participantes estavam na faixa etária de 50 a 55 anos de idade, 39,13% com cinco anos de estudo, 82,61% eram casadas, 52,94% tiveram parto normal, com média de 2,30 filhos, e que 87,00% fizeram uso de método contraceptivo hormonal no período reprodutivo. Identificado que 69,56% não se lembravam da data da última menstruação. Quanto a análise dos relatos emergiram as categorias analíticas relativas ao comprometimento dos sintomas no cotidiano, estratégias para amenizar os sintomas e sentimentos apresentados durante o climatério. Em relação ao comprometimento dos sintomas no cotidiano, evidenciadas as interferências no dia a dia do trabalho, nas atividades do lar e nas relações familiares e conjugais, associadas aos sintomas físicos e emocionais, como os fogachos, cefaleia, cansaço, sudorese intensa, taquicardia, mal estar, diminuição da libido, irritação, insônia, estresse e ansiedade. Na categoria relacionada às estratégias para amenizar os sintomas, identificados os relatos do uso de medicação, manutenção dos membros inferiores elevados, utilização de banho relaxante, uso de roupas de tecido leve, adoção do diálogo com familiares e a prática de atividade física. Relativo aos sentimentos vivenciados no climatério identificado tristeza, medo do envelhecimento, sentimentos depressivos, sensação de inutilidade, solidão e perda da feminilidade.

Considerações Finais

O estudo possibilitou reconhecer os sentimentos vivenciados pelas participantes durante o climatério e o seu comprometimento significativo na qualidade de vida dessas mulheres. Identificado que os sentimentos experienciados afetaram negativamente a autoestima comprometendo as relações conjugais e familiares. Evidenciado que, apesar de inseridas na Estratégia Saúde da Família, o atendimento direcionado a essas mulheres nessa fase de vida está centrado numa abordagem medico centrada, sem uma perspectiva integral, individualizada e holística. Destaca-se ainda que a troca de experiências nessa fase de vida é extremamente válida para as mulheres assim como o atendimento multiprofissional. Ressalta-se, portanto a importância de uma escuta qualificada direcionada a essas mulheres de forma a reconhecer suas dúvidas, angústias e anseios, bem como contribuir para o enfrentamento desse período com melhor qualidade de vida. Espera-se que os resultados desse estudo possam estimular a elaboração de futuras pesquisas acadêmicas e contribuir para a ampliação de estratégias e ações assistenciais, com ênfase na promoção da saúde, levando em consideração os aspectos biológicos, psicológicos e sociais.

Palavras Chave

Climatério. Enfermagem. Qualidade de vida.

Area

Saúde da Mulher