Datos del trabajo


Título

GESTAO DO CUIDADO A SAUDE: UM OLHAR SOBRE O ATLETA DE VOLEIBOL DE ALTO RENDIMENTO

Introdução

O ambiente esportivo emerge de forma importante no contexto da gestão do cuidado de enfermagem, visto que, o atleta, no exercício da atividade física, está numa linha tênue entre a condição de saúde e um possível processo patológico, pois os fatores de risco para traumas e lesões estão diretamente relacionados.1 Se faz necessário superar o modelo assistencialista tradicional na atenção à saúde, desenvolvendo a gestão do cuidado permeado pela integralidade e intersetorialidade nos diferentes espaços da saúde. Com o foco na saúde do atleta do voleibol, considera-se que as ações para o cuidado organizem-se de forma integrada, promovendo, preservando e reabilitando a saúde. Porém, verifica-se que o cuidado está imerso no modelo curativista, buscando rápida reabilitação do sujeito, dessa maneira, o cuidado não cuida, apenas prepara o corpo para nova sequência de descuidados.1 O estudo se justifica pela incipiente produção científica em periódicos nacionais e internacionais que relacionam voleibol de alto rendimento e enfermagem.

Objetivos

Identificar como os atletas de voleibol de alto rendimento exercem/praticam o cuidado a saúde a partir das lesões, traumas e processos patológicos que os acometem.

Método

Abordagem qualitativa, sendo alicerçado pela utilização do referencial metodológico da Teoria Fundamentada nos Dados, que apresenta como característica principal fundamentar conceitos em dados extraídos das realidades empíricas, envolvendo sujeitos em processos de interações constantes.1 Os sujeitos estudo foram 34 jogadores, ex-jogadores, técnicos e dirigentes do voleibol de alto rendimento divididos em grupos amostrais como demanda o método. Os dados foram coletados e analisados concomitante, realizados por meio dos processos de codificação aberta, axial e seletiva.

Resultados

A partir da análise dos dados emergiram duas categorias principais: “Convivendo com a dor física e mental: O cotidiano do atleta de alto rendimento no voleibol”. Nessa primeira categoria identificou-se que para obter sucesso na carreira, o atleta percorre um longo caminho com vários desafios. O êxito no esporte é alcançado a partir da associação entre condicionamento físico e condicionamento mental, aliado à habilidade técnica. Para obtê-lo, o atleta enfrenta rotineiramente o limiar da dor, definida conforme a Associação Internacional para os Estudos da Dor como experiência sensitiva e emocional desagradável, associada a dano real ou potencial dos tecidos em torno da lesão. Dessa forma, o atleta aprende a conviver com a dor, com a finalidade de não retroceder ou perder seu condicionamento físico, superando nocivamente seus limites físicos. Somado a isso, o atleta está exposto a lesões de repetição, limitações e diminuição na vida útil na sua trajetória profissional.2 Adoecer no esporte acarreta o afastamento momentâneo ou definitivo do atleta da atividade, podendo causar perda da identidade profissional, dificuldade financeira, medo e ansiedade em relação ao futuro. Todos esses fatores poderiam ser minimizados a partir da organização de um modelo de gestão do cuidado a saúde dos atletas.3’4 A segunda categoria evidenciada foi nominada como: “As relações da saúde do atleta no contexto da gestão esportiva”. Nessa categoria pode-se identificar que a ausência de qualificação na gestão, acarreta fragilidades e riscos desnecessários ao atleta. Entendendo que no cenário atual, o esporte é um produto comercial, fonte de faturamento, e o responsável do insumo final é o atleta5, nessa perspectiva, há uma carência quando o assunto é investimento na gestão do cuidado para os atletas se manterem distantes de possíveis riscos a saúde. Visto isso, identifica-se a necessidade de implementação de uma equipe multidisciplinar que organize a gestão do cuidado, preocupada com a proteção e reabilitação a saúde nos diferentes contextos que os jogadores se inserem.6 Enquanto os gestores não lançarem um olhar refinado para as condições de saúde do atleta, maior será o risco em relação a sobrevida das instituições esportivas, pois o número de atletas afastados por lesões ou processos patológicos, interfere diretamente nos resultados das equipes, podendo com isso, comprometer o futuro profissional do jogador e das instituições esportivas.

Considerações Finais

No contexto da saúde, é inquestionável a estruturação e articulação de uma equipe composta por profissionais das diversas áreas da saúde. Essa necessidade, se dá em relação ao risco que a prática esportiva de alto rendimento é permeada, tornando-se necessário o acompanhamento contínuo aos atletas, visto a exposição constante a lesões e processos patológicos ao longo dos treinamentos e competições. Pode-se ainda, constatar que o bem-estar físico e mental é determinante na carreira e no potencial do atleta, sendo que o perfil da gestão esportiva exerce influência direta na condição de saúde do profissional. Nesta perspectiva, tem-se a inevitabilidade das instituições esportivas programarem-se para além da organização esportiva, fomentando espaços de gestão do cuidado à saúde dos atletas, sustentados pelas ações de promoção e recuperação da saúde. A gestão esportiva pode ser conduzida de maneira profissional e responsável, independentemente das circunstâncias da organização que as equipes se configuram, respeitando o atleta como ser social, ofertando não somente condições adequadas de treinamento esportivo, mas também organizando estruturas de promoção e recuperação da saúde, sustentadas pela gestão do cuidado.

Palavras Chave

REFERÊNCIAS
1. Soder RM. Promovendo à saúde ao atleta de voleibol: A perspectiva da gestão do cuidado de saúde e enfermagem [tese]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC; 2013.
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3. Sakamoto M, Parcesepe R, Bojikian JCM. A contribuição da intervenção psicológica da recuperação do atleta de voleibol lesionado. Rev Mackenzie de Ed Física e Esporte. [internet]. 2009 [acesso em 2018 maio 8]; 7(3). Disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/view/1497
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6. Neto HPS. A gestão de pessoas, atletas, nos clubes de futebol de campo de Recife. EFDesportes.com, Rev Dig Buenos Aires [internet]. 2015 [acesso em 2018 mai 21]; (154). Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd154/a-gestao-nos-clubes-de-futebol-de-recife.htm

Area

Outros

Instituciones

Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Carolina Carvalho de Medeiros, Rafael Marcelo Soder, Ivania Mundstock, Eliziane Deves Olbermann, Luiz Anildo Anacleto da Silva, Caroline Meinicke Grabski, Isabel Cristine Oliveira, Luana Parcianello