Datos del trabajo


Título

REPERCUSSAO DA QUIMIOTERAPIA NO COMBATE AO CANCER: A EXPERIENCIA DE UM GRUPO AMAZONICO

Introdução

O câncer configura-se como resultado da desordem genética gerada a partir da transmutação de células sadias, que compromete de forma crônica os tecidos, órgãos e sistemas por completo, tendo a capacidade de se estender para outras localidades do corpo denominada metástase, epidemiologicamente cerca de 12,4 milhões de pessoas apresentam esta patologia todos os anos e 7,6 milhões morem anualmente de complicações relativas ao câncer (1). Para além dos números de incidência e prevalência, quando estudamos as repercussões sociais do câncer na vida dos adoecidos, percebemos a doença como uma das mais temidas, causadora de um conjunto de sentimentos atrelados a dor, medo e reação traumática, desordem, catástrofe, castigo e fatalidade, seja pela perda funcional da autonomia ou mesmo a morte (2). Porém temos como principais complicações derivadas desse tratamento o grande impacto da repercussão na identidade, não somente física, mas principalmente social, desencadeando modificações na dinâmica familiar e nas relações sociais, pois em muitos casos o tratamento representa o abandono de suas atividades diárias, o que dificulta o seu convívio em sociedade (3).

Objetivos

Objetivou-se relatar a experiência acadêmica adquirida sobre o cotidiano do paciente oncológico em quimioterapia.

Método

Trata-se de um relato de experiência construído junto à realização de um projeto extensionista em um hospital universitário, com pacientes adoecidos por câncer em tratamento quimioterápico. O projeto foi financiado pela Pró-reitora de Extensão da Universidade Federal do Pará. As atividades aconteceram em dois ambientes: no salão de espera aonde aguardavam a consulta médica e dentro da ala de quimioterapia da Unidades de Assistência de Alta Complexidade (UNACON) de um Hospital Universitário situado no estado do Pará-Brasil. O projeto foi realizado entre março de 2015 e fevereiro de 2016, aonde os participantes das atividades eram convidados de forma aleatória sem classificação de idade, gênero e tipo de câncer. O encontro semanal com os adoecidos nas rodas de conversa era como um laboratório informacional, com o tema da pesquisa Representação social do cuidador familiar sobre a comunicação empregada no atendimento ao paciente oncológico em fase terminal. Este relato foi avaliado pelo comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará - ICS/ UFPA com parecer número 1.442.346.

Resultados

Foram compartilhadas no grupo as angústias dos adoecidos ao saberem do seu diagnóstico e sua dificuldade e medos na aceitação da doença, sendo, alguns relatos sobre o câncer foram sintetizados como algo complexo de explicar, entretanto, uma grande parcela dos pacientes, quando descobriram o diagnóstico e a conhecer as reais chances sobrevida, passaram a aderir integramente ao tratamento, visando a melhoria de sua qualidade de vida (4). O encontro semanal com os adoecidos nas rodas de conversa era como um laboratório informacional. Neste ambiente eram compartilhadas mais que informações sobre conceitos relacionados com o câncer, foram realizadas discussões sobre temas relativos aos medos, impulsos, técnicas de cuidados, culturas e esperanças identificados entre os participantes durante o período de convivência, identificando tabus relacionados ao estigma de ter câncer e ser trado com quimioterapia. Aprendemos com os adoecidos que a quimioterapia fornece diversos momentos de desequilíbrio de sua saúde física e mental, e para enfrentar suas vidas e seguir em busca do estado que eles julgam ser sua normalidade, muitos buscam várias estratégias de enfrentamento como a busca da cura na fé cristã, e inserção em atividades paralelas ao seu tratamento como dança, artesanato, entre outros(4). Na busca por promover um olhar diferenciado ao cuidado do outro, o enfermeiro apresenta-se como um dos profissionais da saúde responsável por prestar uma assistência integral, ato este que perpassa pela detecção de indicadores de intervenção clínica e abrange uma filosofia de cuidado atrelada às necessidades individualizadas do ser assistido(5). Ao descrevemos os cuidados de enfermagem em quimioterapia, pensamos em cuidados durante os possíveis efeitos adversos que venham a ocorrer ao longo dos ciclos de quimioterapia, entretanto, acreditamos que há a necessidade de olhar de forma diferenciada as subjetividades dos pacientes, não atentando somente aos preceitos biológico (5). Ao observar as consequências do tratamento quimioterápico dentro do cotidiano do paciente, o processo humanizado de escutar, quando atrelado à terapia quimioterápica, tornou o tratamento menos traumático, diminuindo o sofrimento vivido pelos pacientes, sendo o ouvir responsável pela assimilação das dificuldades, atribuições e relatos vivenciados durante as reuniões e palestras do grupo (5). Quanto ao ato de ouvir, como descrevem alguns pesquisadores e como podemos evidenciar em nossa vivência, percebemos que o paciente com câncer tende a não falar sobre os seus medos e o cuidador a não questioná-lo, não associando os distúrbios do sono, a falta de apetite, queda de cabelo, perda da energia, fadiga, dor, como fatores que interferem no autocuidado, acarretando um déficit de adesão ao tratamento e agravando dessa forma o prognóstico da doença (6). Tanto na literatura quanto entre os participantes do projeto, foi observado que a quimioterapia por si própria estigmatiza o doente, causando sofrimento e muitas mudanças no seu cotidiano. Destacam-se as alterações biopsíquicas, com um grande impacto, resultando no aumento da ansiedade e da depressão, e relacionadas aos efeitos colaterais decorrentes do tratamento (7).

Considerações Finais

Destacamos neste cenário que o ato de ouvir se mostrou uma das melhores estratégias que eles referiram utilizar, pois as escutas das mazelas enfrentadas pelo outro ajudavam os pacientes a entender as mazelas que eles próprios enfrentavam. A aproximação prévia constitui-se em um instrumento que viabiliza os programas de aperfeiçoamento e especialização em serviço dos aspirantes em cuidados oncológicos em quimioterapia, bem como suas iniciações ao campo de trabalho, estágios e vivências, indo de encontro às necessidades de fortalecimento das diretrizes do SUS para a melhoria da assistência. Desta forma, o grupo de extensão contribuía de modo significativo para proporcionar a eles momentos de trocas, de escuta e reflexões, bem como suas iniciações ao campo de trabalho, estágios e vivências, indo de encontro às necessidades de fortalecimento das diretrizes do SUS para a melhoria da assistência.

Palavras Chave

Quimioterapia, Enfermagem oncológica, cuidado

Area

Ambiente e Saúde

Autores

Joel Lobato da Costa, Silvio Éder dias da Silva, Jeferson Santos Araújo, Natacha Mariana Farias da Cunha, Arielle Lima dos Santos, Yasmin Lima dos Santos, Adriana Alaide Alves Moura, Amanda Leticia dos Santos Ferreira, joyce Lobato da Costa, Rosineide dos Santos Tavares