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Título

RETRATOS DE GENERO PELAS LENTES DE ESCOLARES EM UMA EXPOSIÇAO FOTOGRAFICA: UMA PRODUÇAO PARTICIPATIVA

Introdução

Segundo uma concepção reduzida, gênero tem sido relacionado a sexo e ou orientação sexual. Entretanto, precisa ser compreendida como socioculturalmente construída, como um conjunto estruturado em quatro categorias: identidade, papel, estereótipo e relações. Por identidade de gênero compreende-se os processos simbólicos da cultura que dá forma ao “feminino” ou “masculino”, iniciando-se desde idades precoces e consolidando-se no transcurso de vida conforme as normas sociais, tradicionais e costumes. Já papel de gênero envolve normas e valores dispostos pela sociedade e cultura que ditam atitudes, ações e comportamentos masculino e feminino. O que se espera de um menino ou menina, “o que são e o que devem fazer” como algo “natural”. Estereótipo de gênero significa construção social que forma parte do mundo simbólico; ideias enraizadas que formam uma consciência social. Relação de gênero implica relação de poder e autoridade, entre homens e mulheres, que subordina o feminino ao masculino. Desse modo, é preciso intervir nessa construção desde a infância, para que no futuro essas características não sejam fontes de conflitos entre pares, porque não sabem dissociar gênero de identidade de gênero. Portanto, definiu-se como questão de estudo: Que representações culturais de gênero podem ser capturadas por crianças e adolescentes, em imagens fotográficas?

Objetivos

Determinar e analisar as representações culturais sobre gêneros entre crianças e adolescentes em uma escola de ensino fundamental, capturadas por imagens fotográficas.
Construir uma exposição fotográfica sobre gênero na escola, a partir das lentes de escolares do ensino fundamental de uma Escola filantrópica na cidade do Rio de Janeiro.

Método

Pesquisa-ação-extensionista realizada em uma escola de ensino fundamental do Rio de Janeiro, com dois grupos de alunos, entre 6 e 10 anos, em duas etapas: expressão e criação. Na oficina de expressão implementou-se a dinâmica de criatividade e sensibilidade Foto Voz e na oficina de criação organizou-se a exposição fotográfica. Na primeira oficina o grupo de criança aprendeu regras básicas de fotografia com um fotógrafo profissional que atuou como consultou na pesquisa-ação. Nessa oportunidade houve compartilhamento de saberes sobre ajuste de foco, luz, distância, técnicas que oportunizem materiais adequados para posterior análise e exposição. Em seguida, os grupos foram divididos para capturar as imagens fotográficas na escola, que refletissem as categorias de gênero anteriormente compartilhadas, com cinco câmeras digitais, por um período de 20 minutos. Na Oficina de criação, adotou-se a estratégia da “assembleia comunitária” (em dois encontros) para a votação nas fotografias tratadas pelo fotógrafo (critérios artísticos e expressivos), para eliminar imagens repetidas, legendar as imagens e escolher o nome da exposição.

Resultados

Os dois grupos categorizaram as fotografias conforme as quatro categorias de gênero; as selecionaram pela estética e produção artístico-teórica; organizaram a sequência de imagens no formato de uma exposição fotográfica para demonstrar o movimento de gênero na escola. As imagens capturadas refletem relações de poder, em que as mulheres trabalham na limpeza e os homens na prestação de serviços de portaria da escola e como segurança. No recreio, meninos e meninas agrupam-se por sexo e há poucos movimentos de ruptura com meninas jogando futebol e menino. Discretamente, vê-se meninos compartilhando o brincar de boneca, que quando debatido no espaço coletivo foi problematizado como preparo para a paternidade, do mesmo modo que a menina para a maternidade. Na exposição, as crianças elegeram imagens que descontroem essas concepções de dois mundos antagônicos criados para o masculino/feminino. A exposição foi coletivamente produzida, sendo que as representações de gênero foram categorizadas em quatro grupos de fotografias: livres para brincar; brincar sem preconceito; tudo junto e misturado; ser livre para correr.

Considerações Finais

Conclusão: Da reflexão sobre a temática gênero na escola surge a possibilidade de agir e escolher discursos imagéticos que estão presentes nesse cotidiano validando “papéis” e estereótipos que fortalecem mais a exclusão do que a inclusão. Contribuições/implicações para a Enfermagem: Analisar a situação desigual na socialização de meninos, que crescem e se tornam homens acreditando ter mais poder sobre as mulheres, além de oportunizar a promoção da saúde e abordar gênero na infância para promover a igualdade e desde cedo promover a valorização e respeito ao próximo. Com isso, afirmar que as diferenças biológicas entre meninos e meninas não têm interferência em suas capacidades intelectuais, de aprender, decidir, liderar e prosperar. Falar em igualdade de gênero é falar em direitos de todos.

Palavras Chave

Identidade de Gênero, Saúde Escolar, Criança.

Area

Gênero, Sexualidade e Saúde

Autores

Ivone Evangelista Cabral, Rosilente Rodrigues Souza, Flora Viana Leal Silva, Julia Maricela Torres Esperón, Elisa Conceição Rodrigues, Roberto José Leal