Datos del trabajo


Título

Política(s) da Saúde em Tuberculose: discurso, práticas da significação e acontecimento (s)

Introdução

Pesquisa sobre o movimento do político e dos sentidos na(s) Política(s) da Saúde em Tuberculose (PTS) em uma das Áreas de Planejamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no território da cidade do Rio de Janeiro. Este estudo é sobre o encontro com outras narrativas que circulam no cotidiano das pessoas que convivem com a tuberculose nos lugares onde a vida acontece. É a busca por tensões, deslocamentos, movimentos dos sentidos que coloquem pontos de deriva nas PST. Assim surgiram os questionamentos: Como as narrativas da estrutura piramidal da PTS afetam a vida das pessoas adoecidas com tuberculose? Como as narrativas das pessoas adoecidas com tuberculose tensionam as PTS?

Objetivos

Objetivo do estudo é reconhecer o processo de formulação e materialização da política pública de tuberculose hegemônica, discutindo as narrativas que circulam em permanente disputa para permitir a concepção de políticas de saúde no plural.

Método

Estudo realizado com base em entrevistas semi-estruturadas, aplicando os procedimentos de agrupar por formações discursivas para organização das narrativas, dialogando com os conceitos de interdiscurso, condições de produção, memória, ideologia e processos parafrásticos e polisssêmicos que movimentam continuamente a significação entre a repetição e a diferença. Tornar presente a historicidade na língua que é o acontecimento do texto como discurso. Com esse processo foi construído o dispositivo de interpretação com os seguintes enunciados: Imperativo Categórico: Controle? Responsabilização e Resistência: O adoecimento produz tensão nas atividades da vida activa (labor e trabalho) e silencia a ação política? Fala uma voz sem nome? Deslocamento de regras: irrompem sentidos diferentes? Para dizer é preciso Não-dizer: Silêncio. Os recortes selecionados fazem parte de um processo discursivo mais amplo das análises para mostrar como as narrativas das PST funcionam produzindo efeitos de sentido.

Resultados

Os discursos da(s) política(s) de saúde em tuberculose tem uma estrutura cristalizada. A política de tuberculose institucionalizada é enunciada por normas de controle da pessoa adoecida que se expressam por práticas que se repetem como se fossem “leis universais”. No entanto, a relação dessa política com as experiencias de vida das pessoas promove falhas e deslizes na estrutura que subverte as regras e torna possível outras práticas nos acontecimentos. Nesse contexto de rigidez, essas práticas não exercem correlação de forças em direção à formulação de políticas de saúde em tuberculose, no plural, porque a cristalização da “lei universal” da tuberculose segue hegemônica nos discursos autorizados. Há mais de trinta anos as instituições de saúde e os profissionais que tratam a pessoa adoecida com tuberculose tem sua prática intervencionista estruturada no controle desse agravo. Ao longo desse tempo, a política de saúde no Brasil passou por mudanças, mas o confronto entre a centralização pré-SUS e a descentralização pós-SUS não desorganizou o imperativo categórico do controle da doença por meio de normas e modelagens padrão. As narrativas do sujeito adoecido com tuberculose movimentam e deslocam sentidos do controle como imperativo categórico em favor da flexibilidade/mutabilidade da vida que se manifestam a partir da resistência as normatividades do tratamento e a escolha de viver mesmo sem saber quando a doença lhe mostrará a face da morte. Já nas narrativas dos gestores encontramos imperativos categóricos que movimentam os sentidos do controle produzindo apagamento do sujeito adoecido em relação à normatividade estruturante das normas e manuais com práticas em saúde intervencionistas. Encontramos também que a memória discursiva da PST movimenta sentidos que invadem a tomada de decisão dos profissionais que tratam das pessoas adoecidas como se as normatividades cristalizadas do controle da doença se estendessem necessariamente ao controle das pessoas. No entanto, a resistência dos adoecidos a essas leis universais que tentam enrijecer a vida provocam a dimensão da técnica com contradições, conflitos, questionamentos, reflexões e formulaçoes. Contudo essa abordagem dos profissionais movimentam os sentidos e (re) enquadram a estabilidade das narrativas estruturante da PST (re) produzida em algoritmo recursivo ou recursividade fractal, dito de outra forma, (re) produzindo o mais do mesmo.

Considerações Finais

As formações discursivas analisadas e interpretadas nos permitem compreender, a partir do recorte escolhido, quais discursos sobre a tuberculose circulam dentro e fora dos espaços institucionalizados da saúde. Considera-se que os discursos das políticas(s) de saúde em tuberculose são autoritários com o controle da tuberculose normatizado por práticas cristalizadas que se repetem como se fossem “leis universais”. No entanto a disputa de narrativas promove falhas e deslizes que subvertem as regras, o que torna possíveis práticas de acontecimento nos espaços públicos. Porém, essas práticas não exercem correlação de forças com a cristalização da “lei universal” da tuberculose. A interpretação dos discursos permitiu a estabelecer diálogos entre os efeitos de sentido que a materialização do controle da tuberculose vem produzindo ao longo de mais de tres décadas no cotidiano das práticas instituicionais, nos imaginários de gestores, profissionais, pesquisadores e as afetações nas vidas dos usuários. Nesse sentido, essa pesquisa tem o desafio de dar visibilidade às disputas de narrativas e de poder que potencialize a pluralidade de práticas com relações novas de saberes e encontros nos espaços públicos da atenção primária em saúde.

Palavras Chave

Política Pública - Tuberculose - Narrativas

Area

Políticas e processos de formação de profissionais e pesquisadores

Autores

EDNA FERREIRA SANTOS, Fátima Teresinha Scarparo Cunha, Afrânio Lineu Kritski