Datos del trabajo


Título

EDUCAÇAO PERMANENTE EM SALA DE VACINA SOB A OTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

Introdução

A Educação Permanente em Saúde visa incorporar a aprendizagem ao cotidiano de trabalho do profissional, tendo potencial para a transformação do cotidiano de trabalho e das práticas profissionais. Utiliza as situações diárias como ferramenta para a aprendizagem e se baseia na aprendizagem significativa. As salas de vacinas são ambientes em que os profissionais demandam aprendizado permanente, porém verifica-se ausência de capacitação dos recursos humanos que atuam em sala de vacina e quando estas ocorrem são assistemáticas.

Objetivos

Compreender, a Educação Permanente em sala de vacina sob a ótica do profissional de Enfermagem.

Método

Estudo de Casos Múltiplos Holístico-qualitativo, fundamentado na Sociologia Compreensiva do Cotidiano,originado de uma dissertação de Mestrado. O cenário deste estudo constitui-se por quatro microrregiões da Região Ampliada de Saúde Oeste de Minas Gerais, Brasil, incluindo sete municípios e 26 unidades de Atenção Primária à Saúde. Totalizaram 56 participantes: 17 técnicos de Enfermagem, 23 enfermeiros e sete referências técnicas em vacinação. Como fonte de evidências foram utilizadas a entrevista aberta com roteiro semiestruturado, a visita técnica a sala de vacina e notas de campo. Para análise dos dados, adotou-se a Análise de Conteúdo Temática, obedecendo à técnica analítica da síntese cruzada dos casos, em consonância ao referencial metodológico adotado.Esta pesquisa foi aprovada sob o Parecer 1.193.584, CAAE: 47997115.2.0000.5545. Faz parte do Projeto Integrado, aprovado pelo Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS), Prevenir: Avaliação da Qualidade do Programa Nacional de Imunizações na Região Ampliada de Saúde Oeste de Minas Gerais, que se articula e foi desdobrado nesta pesquisa.

Resultados

Da análise dos dados emergiram três categorias temáticas, sendo elas: Educação Permanente em sala de vacina: qual a realidade?; A vacinação no cotidiano: alterações frequentes, dificuldades e responsabilização apontam a Educação Permanente; Realidade em sala de vacina: estrutura, organização, responsabilidade técnica e Educação Permanente. A primeira categoria apresenta a realidade da Educação Permanente frente ao cotidiano de trabalho em sala de vacina com suas potencialidades e desafios. Revela que a Educação Permanente aos profissionais da imunização é pouco frequente e insuficiente, sendo a experiência prático-teórica com vacina a aliada do aprendizado. A formação profissional também é apresentada como falha para atuação em sala de vacina. A segunda categoria destaca os diversos motivos para efetivação da Educação Permanente no cotidiano de trabalho dos profissionais que atuam em sala de vacina. Dentre eles destaca-se as frequentes alterações em imunização, os eventos adversos, a responsabilização profissional e as dificuldades cotidianas do trabalho em sala de vacina. Verifica-se ainda a necessidade de um saber multiprofissional sobre vacinação, assim como os profissionais de Enfermagem ser previamente treinados ao iniciarem o trabalho em sala de vacina. Evidenciam a importância da Educação Permanente para o trabalho seguro e a segurança do paciente em vacinação.A terceira categoria revela os aspectos que implicam no cotidiano de trabalho em sala de vacina, o papel do enfermeiro como referência técnica, o suporte das instâncias superiores aos profissionais da imunização, bem como a implicação desses fatores para a Educação Permanente em sala de vacina. A estrutura e a organização do cotidiano em sala de vacina implicam como fazer e atuar em equipe mediante as dificuldades e falta de suporte. A falta de vacina, a informatização, a comunicação e o horário de funcionamento da sala de vacina interferem no cotidiano e na assistência prestada ao usuário. O como fazer em sala de vacina implica diretamente na confiança que os usuários têm no profissional. Surge a integralidade da atenção na sala de vacina e esse espaço como um lugar para construção do vínculo.

Considerações Finais

Os resultados deste estudo apontam que a Educação Permanente em sala de vacina apresenta-se insuficiente e revelam a necessidade de maior investimento na qualificação dos profissionais das salas de vacina. As alterações frequentes nos imunobiológicos, os Eventos Adversos Pós Vacinação, as diversas particularidades e dificuldades enfrentadas no cotidiano de trabalho em sala de vacina apontam a necessidade de incorporar a Educação Permanente para uma prática segura e evitar as oportunidades perdidas de vacinação. Contudo,a sobrecarga de trabalho, os recursos humanos insuficientes, o distanciamento do enfermeiro da sala de vacina e a falta de apoio das instâncias superiores se configuram em impasses para a realização da Educação Permanente aos profissionais da imunização. A realidade organizacional e estrutural das salas de vacina são heterogêneas e implicam nas atividades de imunização. Destaca-se ainda, o papel do enfermeiro enquanto responsável técnico pelas salas de vacina, uma vez que o distanciamento destes profissionais pode comprometer a qualidade da assistência prestada nas salas de vacina. Verifica-se assim, a necessidade de uma atuação ativa do enfermeiro frente à vacinação e, principalmente, no seu papel de responsável técnico. Considera-se que ainda é um desafio necessário a incorporação da Educação Permanente aos profissionais da vacinação. Faz-se cogente avançar para a efetiva implantação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, principalmente nas salas de vacina, pois diversas são as potencialidades da Educação Permanente.

Palavras Chave

Educação Permanente; Vacinação; Imunização; Equipe de Enfermagem; Enfermagem; Enfermeiros.

Area

Saúde Coletiva

Autores

Jéssica Rauane Teixeira Martins, Bruna Gabrielly Pereira Alexandre, Valéria Conceição Oliveira, Selma Maria Fonseca Viegas