Datos del trabajo


Título

PRESENÇA DA FAMILIA NA TERAPIA INTENSIVA ADULTO

Introdução

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) se caracteriza pela alta complexidade assistencial e uso contínuo de tecnologias para acompanhamento dos pacientes pela equipe multiprofissional, o que pode gerar sobrecarga de trabalho, estresse e com isso, falta de humanização (1) . Frente à esse cenário, a presença e a visita familiar tende à ser restrita neste ambiente, o que resulta em situações de estresse dos pacientes e seus familiares. Com o intuito de minimizar tais agravos, o Ministério da Saúde, criou em 2004 a Política Nacional de Humanização (PNH) (2) , que visa a criação da boa relação entre gestores, funcionários, clientes e seus familiares, através da efetivação dos princípios do Sistema Único de Saúde. No contexto da UTI, um dos principais eixos de discussão acerca da humanização é a presença da família na terapia intensiva, visando o bem-estar do paciente e dos familiares e o prognóstico positivo do enfermo.

Objetivos

Descrever a percepção de pacientes e familiares acerca da presença da família durante a internação na terapia intensiva adulto.

Método

Estudo descritivo, qualitativo, realizado em um hospital do noroeste do Paraná. Participaram pacientes que estiveram mais de três dias internados na UTI Adulto e seus familiares, tendo como critério que fossem maiores de dezoito anos, que não possuíssem alteração de nível de consciência ou barreiras na comunicação. Realizou-se busca ativa nos setores de internação clínica e cirúrgica da instituição através da análise de prontuários dos pacientes recém-admitidos pós-alta da UTI durante o mês de março de 2018. Doze pacientes foram analisados, em que, cinco foram excluídos por permanecerem menos de três dias internados no setor, quatro apresentavam déficit cognitivo ou barreira de comunicação e um estava desacompanhado no momento da abordagem, possibilitando nove entrevistas: três foram feitas com pacientes e seis com familiares. As entrevistas foram realizadas no leito após aceite verbal e preenchimento do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Foram usadas as seguintes questões norteadoras: "O sr (a) se lembra de seu familiar no período em que estava internado na UTI?" ; "Como o sr (a) percebe a visita de familiares na UTI?". A família foi abordada de forma semelhante, tendo como questão norteadora: "Como o sr(a) percebe a visita na UTI?". As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra, sendo analisadas pelo método de análise de conteúdo. Todos os preceitos éticos foram respeitados, com aprovação do projeto sob parecer 2.609.763.

Resultados

O tempo médio de internação foi de 15 dias (mínimo 04; máximo 45). Os três pacientes entrevistados eram do sexo masculino com idade média de 62,6 anos; os seis familiares investigados perfizeram a idade média de 37,5 anos. Surgiram três categorias temáticas. A primeira categoria, Percepções prévias à visita na UTI-A, destaca o preconceito e a falta de informação por parte da população em relação ao ambiente e o prognóstico dos pacientes que necessitam de cuidados na terapia intensiva. Muitas vezes, a internação trás o sentimento de impossibilidade de reabilitação, e pode ser relacionada pelos pacientes e familiares à um período pré-óbito. Ademais, ressalta a sensação de impotência por parte da família devida à alta complexidade dos procedimentos executados, que exigem um conhecimento prático-teórico e dificulta a atuação da família na participação do planejamento do cuidado. A segunda categoria, Sentimentos positivos frente a visita a UTI-A, ressalva a sensação de segurança, diminuição do estresse e da ansiedade após a visita no setor. Ainda, assinala o encontro como marcador importante para o fortalecimento da religiosidade, apontado como fator fundamental para a restauração da saúde e da autonomia do paciente, dando subsidio para a segurança e fé na possibilidade de recuperação. A terceira categoria, Organização da visita e acesso como facilitador de experiência demonstra a importância que os familiares atribuíram ao preparo para a visita, que consistia em orientação acerca do quadro e dispositivos em uso, bem como o auxílio na paramentação e higiene das mãos. Desta forma, destacaram que ao serem esclarecidos do que encontrariam na unidade ficaram menos desconfortáveis com a realidade. Ademais, foi relatada a insatisfação com os horários de visitação, que por serem muito restritos dificultam o acesso da família na UTI-A, tendo como efeito a insegurança da família e do paciente.

Considerações Finais

A UTI ainda se caracteriza como um local temido devido a condição debilitada que os indivíduos se encontram e pela dificuldade de acesso por parte da família, o que gera inseguranças e sensação de impotência. Verifica-se que a visitação acarreta a sentimentos reconfortantes tanto para pacientes quanto para familiares, auxiliando no processo saúde-doença.

Palavras Chave

Saúde do Adulto; Unidades de Terapia Intensiva; Humanização.

Area

Organização da Atenção em Saúde

Autores

Ritiely Fernanda dos Santos Queiroz, Verusca Soares de Souza, Maria Antonia Ramos Costa, Elen Ferraz Teston, Jaqueline Dias, Dandara Novakowski Spigolon, Willian Augusto de Melo, João Pedro Rodrigues Soares