Datos del trabajo


Título

DIFICULDADES VIVENCIADAS PELOS PAIS DURANTE A AMAMENTAÇÃO

Introdução

O aleitamento materno é cientificamente reconhecido como opção nutricional exclusiva e suficiente para o bebê até os seis meses de vida. Além de possuir propriedades que fortalecem o sistema imunológico, o leite materno, favorece o desenvolvimento mental e físico do bebê e estimula o vínculo entre a mãe e o recém-nascido, trazendo-lhes estímulos de amor e conforto. Embora o aleitamento materno seja comprovado como a forma mais eficaz de suprir as necessidades iniciais do recém-nascido, verifica-se a existência de inúmeros fatores que implicam no desmame precoce. Nesse contexto o pai, em especial, pode realizar ações simples que favoreçam o estabelecimento de um ambiente tranquilo e acolhedor para que a mulher consiga amamentar, oferecer suporte físico e emocional a puérpera, auxiliar no posicionamento do bebê de modo confortável à mãe e dialogar sobre possíveis situações/motivos que levam a ansiedade e insegurança durante esse processo.

Objetivos

Conhecer as dificuldades para o aleitamento materno na percepção dos pais.

Método

Pesquisa descritiva, de natureza qualitativa, realizada em uma maternidade da região noroeste do Paraná com 14 pais. Os participantes foram selecionados adotando-se os seguintes critérios de inclusão: pais com idade igual ou superior a 18 anos e que tenham contato diário com a companheira e o RN. Os pais foram convidados a responder a seguinte questão norteadora: Fale sobre seu papel no processo do aleitamento materno. A coleta de dados ocorreu na maternidade referida no mês de julho de 2017, por meio de entrevista, a qual foi gravada e posteriormente transcrita na íntegra. A busca por informações ocorreu até o momento em que o objetivo do estudo foi atingido e não surgiram novas informações nas entrevistas, caracterizando a saturação dos dados. Os depoimentos foram submetidos à análise de conteúdo, modalidade temática. O estudo foi desenvolvido em consonância com as diretrizes disciplinadas pela Resolução n°466, de 12 de Dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), após autorização da instituição hospitalar e aprovação pelo Comitê Permanente de ética em Pesquisa com seres humanos da Universidade Estadual de Maringá, (CAAE 67083517.1.0000.0104). Todos os participantes assinaram o termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias e foram identificados com a letra P, indicativo de pai, seguida do número da entrevista e o número de filhos, Ex: (P1, 1° filho).

Resultados

Dentre os 14 pais participantes, sete acompanharam o parto atual. Mais da metade (oito) deles eram do município de localização da instituição em estudo e a média de idade foi de 30 anos. As dificuldades para o aleitamento materno referida pelos pais foram a demora para descida do leite, as dores durante a recuperação pós parto e a dificuldade na pega, conforme observa-se nos depoimentos: Se esse leite descesse mais rápido iria facilitar porque ela dá o peito, a neném fica chorando ela fica irritada e tem que dar NAN para ela (P9, 2° filho); Ela está reclamando de dor na barriga, nenhuma posição para ela está bom daí fica ruim para ela amamentar (P12, 2° filho); Ela fica nervosa porque ela o põe no peito aí ele está com a boca parada dormindo ela diz que ele está mamando, mas com a boca sem mexer? Daí eu falo: Eu acho que não está! Aí ela me mandou sair de perto. Eu quero ter certeza que ele não está passando fome, né? Porque ele não sabe falar ainda (P1, 1° filho). Os participantes também destacaram reconhecer a importância do seu papel para apoiar suas companheiras no incentivo e manutenção do aleitamento materno: Cuidar do neném, trocar a fralda, arrumar a casa, essas coisas (P11, 1° filho). Ajudar ela a cuidar do bebê, a deixar dormir, descansar um pouco por que ela também fica cansada (P7, 1° filho). [....] a gente precisa ficar mais perto da mulher e do bebê nesses primeiros dias (P6, 2° filho).Eu entendo que eu sou muito importante pra ajudar ela porque somos só nós dois [...] (P5, 1° filho). Eu tenho que incentivar ela porque no começo é difícil o leite parece que não é suficiente e as vezes ela fica irritada com isso (P6, 2° filho).Falei pra ela que dói mesmo porque também é o primeiro dia, falei que ela tem que ser forte e eu estou cuidando dele para ela descansar (P12, 2° filho).

Considerações Finais

Torna-se premente a necessidade de estímulo aos pais para vivenciarem e reconhecerem o quão importante e significativa é a sua presença e participação no apoio a amamentação e na vida da mãe e do bebê, como fonte de carinho e cuidado. Esse estímulo é oportunizado desde as consultas de pré-natal, as quais devem envolver o casal, de modo que os profissionais realizem orientações sobre o aleitamento e favoreçam o conhecimento sobre os benefícios da amamentação e tornem-na um desejo compartilhado pela família. Além disso, os profissionais de saúde necessitam tornar-se referência de cuidado e apoio para a família a fim de auxiliá-los nas possíveis dificuldades encontradas ao longo do processo. Destaca-se também a importância de identificação dessas dificuldades ainda na maternidade a fim de elaborar estratégias que favoreçam a manutenção do aleitamento materno. Estas ações devem incluir os pais que constituem suporte para a mulher e o bebê nessa fase. Além disso, a equipe da Atenção Primária tem como função revisar e demonstrar as orientações oferecidas durante o pré-natal, com vistas a identificar possíveis dificuldades e contorná-las não permitindo que estas sejam causa para interrupção do aleitamento. Salienta-se ainda, a necessidade de incentivo à amamentação ser uma prioridade entre os profissionais para melhorar a saúde das mães e dos bebês e, as orientações relacionadas ao enfrentamento das dificuldades para a amamentação, necessitam ser oferecidas à família com foco no estímulo à satisfação pessoal em amamentar, a persistência e nas vantagens proporcionadas pelo aleitamento.

Palavras Chave

aleitamento materno, comportamento materno, recém nascido, relação familiar, saúde da família.

Area

Saúde da Família

Instituciones

Universidade Estadual do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Nitza Ferreira Muniz, Dandara Novakowski Spigolon, Elen Ferraz Teston, Gabriella Michel dos Santos Benedetti, Maria Antonia Ramos Costa, Kely Paviani Stevanato, Lislei Maia de Góis, Muriel Fernanda Lima, Tamara Siqueira dos Reis