Datos del trabajo


Título

TECNOLOGIAS DE CUIDADO A PESSOA IDOSA COM DEFICIENCIA NAS INSTITUIÇOES DE ENSINO SUPERIOR

Introdução

A notável mudança na transição demográfica somado à incidência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis nos últimos anos traz uma nova realidade ao status populacional. Gradativamente as pessoas precisam de cuidados específicos diante de suas necessidades advindas de doenças e/ou devido ao envelhecimento.

Objetivos

Investigar as tecnologias de cuidado à pessoa idosa com deficiência nas Instituições de Ensino Superior na Grande Florianópolis/SC.

Método

Pesquisa qualitativa exploratório-descritiva realizada com 22 coordenadores dos cursos da saúde de Instituições de Ensino Superior da Grande Florianópolis/SC. Não foram atribuídos critérios de inclusão e exclusão, sendo os participantes excluídos por falta de tempo hábil para participação, o que totalizou quatro. A coleta de dados ocorreu por entrevistas semiestruturadas entre julho de 2016 a abril de 2017, guiada por dois questionários estruturados. O primeiro foi analisado descritivamente e o segundo conforme Análise Temática de Minayo. Os resultados foram discutidos à luz da literatura pertinente. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, sob parecer número 745.438 e CAAE 24410513.5.0000.0121. Está vinculado ao macro projeto de pesquisa financiado pela FAPESC/SC intitulado: “A Rede de Atenção à Saúde e de suporte social à pessoa idosa com deficiência na Grande Florianópolis e as tecnologias de cuidado”.

Resultados

Caracterizando os participantes 41% dos coordenadores são procedentes de IES pública federal, 4,5% de IES pública estadual e 54,5% de IES privadas. O perfil predominante de 12 mulheres (55%) com faixa etária prevalente entre 50 a 59 anos (32%). No quesito formação, todos são titulados em pós-graduação: 59% doutorado, 31% mestrado, 5% com pós-doutorado e 5% com especialização. Dos atendimentos oferecidos à comunidade 86% dos cursos o desenvolvem somente para idosos e 59% para idosos com deficiência. Os principais atendimentos realizados ao idoso (86%) são educação em saúde, avaliação clínica individual, grupos de saúde, grupos de idosos, sendo que o fluxo e o acesso ocorrem, em sua maioria, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), Centro de Atenção a Terceira Idade (CATI), em consulta ambulatorial/hospitalar ou em Clínica Escola. Três instituições desenvolvem ações educativas por meio de disciplinas optativas do curso, as quais estudam a fisiologia do envelhecimento e alterações orgânicas, envelhecimento saudável e principais doenças do idoso. Uma instituição descreve que o curso oferece atendimento para idosos com disfunções ortofuncionais, neurofuncionais e respiratórias, bem como fisioterapia aquática para idosos da Clínica de Fisioterapia da IES. Este atendimento se dá por demanda espontânea, mediante contato telefônico e lista de espera. Em uma outra IES é realizado avaliação neuropsicológica e psicoterapia mediante inscrição na clínica escola da instituição. Em se tratando de idoso com deficiência 59% dos cursos da área de saúde desenvolvem atividades onde, 76,9% atendem idosos com deficiência múltiplas, na faixa etária prevalente de 60 a 65 anos (54%). Um dos cursos oferece musculação para mulheres idosas com incontinência urinária, tendo acesso a este serviço por meio da rede de saúde municipal de Florianópolis/SC ou da Rede Feminina de Combate ao Câncer da região. Além disso, várias atividades físicas e educativas são desenvolvidas ao público com doenças crônicas, sendo na maioria idosos com deficiência visual e auditiva. Um dos coordenadores destaca a importância do atendimento prestado ao idoso com deficiência dentro da rede municipal assistencial, descreve que por intermédio de ações diretas ou indiretas em instituições como Hospitais, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Equipe NASF e outras equipes e entidades aliadas, os alunos de graduação têm a oportunidade de acompanhar e desenvolver atendimentos ao idoso com deficiência, contribuindo para a formação profissional. Quanto aos projetos de pesquisa e extensão 72,7% dos cursos o realizam para pessoas idosas e 50% especificamente para idosos com deficiência. Dentre os projetos de extensão destaca-se: um Grupo de Estudos da Terceira Idade onde são desenvolvidas caminhada, dança, ginástica, hidroginástica, musculação, natação e pilates; Universidade Aberta; Canto; Prevenção e tratamento das disfunções do assoalho pélvico. Ainda há projetos com objetivo de avaliar a audição, cognição, memória e de prevenção e promoção da saúde (auditiva, vocal e alimentar). Destaca-se também Fisioterapia aquática para idosos com osteoartrose de coluna e joelho; Inclusão digital; e o projeto Coração saudável desenvolvendo atividade física para promoção da saúde, além de outro que avalia o perfil lipídico e o risco de desenvolver doença coronariana. Um IES destaca o projeto de saúde bucal para idosos em ILPI, um de atendimento em clínica odontológica e um de Atenção Farmacêutica. Outra instituição aponta: Programa de preparação para a aposentadoria e projetos pontuais que envolvem o tema da velhice, tal como oficina de memória. Por fim são oferecidas: educação continuada à clientes diabéticos, através do ambulatório de um hospital universitário e atendimento sistematizado em ambulatório de nutrição; Projeto de extensão em implante coclear e outras alterações auditivas; Atendimento especializado para portadores de Parkinson e um Programa Grupo de Apoio aos Portadores da Doença de Parkinson e seus Familiares; Projeto Grupo de Apoio aos Familiares de Portadores da Doença de Alzheimer que oferece espaço para a partilha de experiências dos portadores e seus cuidadores, com informação sobre a doença, suas reivindicações e lutas. Já em relação aos projetos de pesquisa destaca-se: os desenvolvidos através do Laboratório de Gerontologia, tais como: nível de atividade física, rede de suporte social e funcionalidade familiar de idosos centenários da Grande Florianópolis; Programa Academia da Saúde em Santa Catarina; Avaliação do equilíbrio e medo de cair em idosos; Cinesioterapia em pessoas com artrose de joelho; Inclusão digital para demenciados; Programa de preparação para a aposentadoria; Projetos pontuais de pesquisa que envolve o tema da velhice; Laboratório de Pesquisas e Tecnologias em Enfermagem, Cuidado em Saúde a Pessoas Idosas; Núcleo de Estudos da Terceira Idade.

Considerações Finais

A maioria dos cursos de graduação na área da saúde desenvolve tecnologias de cuidado relacionadas ao envelhecimento e deficiências, mas relacioná-los ao currículo, pesquisa e extensão ainda são incipientes, considerando a problemática populacional emergente no Brasil.

Palavras Chave

Pessoas com deficiência. Envelhecimento. Idoso. Acesso aos serviços de saúde. Tecnologia em saúde.

Area

Saúde do Idoso

Autores

Juliana Balbinot Reis Girondi, Hundra Prestes Godoi, Jordelina Schier, Darla Lusia Ropelato Fernandez, Karina Silveira de Almeida Hammerschmidt, Francisco Reis Tristão, Amanda de Souza Vieira, Karina Martins Filomeno