Datos del trabajo


Título

O PAPEL DA ENFERMEIRA NA ASSISTENCIA PRE-NATAL NA ATENÇAO PRIMARIA A SAUDE

Introdução

A assistência durante o pré-natal tem como premissa garantir à mulher as condições para que tenha um desenvolvimento gestacional que possibilite o nascimento de um bebê saudável e sem comprometimentos à saúde materna (Brasil, 2013a). O reflexo dessa assistência pode ser avaliado pelas taxas de mortalidade materna e infantil de um país. No Brasil, nas últimas duas décadas observou-se uma expressiva curva decrescente nessas taxas, no entanto, ainda são necessários esforços para alcançar os objetivos firmados internacionalmente, inicialmente com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em que o país não logrou atingir uma taxa de mortes maternas de 35/100.000 nascidos vivos até o ano de 2015 (Brasil, 2013a), e atualmente tem-se os objetivos e metas a serem alcançados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS 2018), traz os recursos humanos como essenciais para o alcance dos ODS, destacando-se na equipe profissional o trabalho da enfermagem para esse logro. Nesse sentido, há uma crescente movimentação no âmbito internacional para a qualificação profissional e o apoio de políticas públicas para o fortalecimento e reconhecimento do profissional enfermeiro, com a publicação do relatório do Triplo Impacto na Saúde Global em 2016, o qual embasou a campanha mundial Nursing Now, lançada em 2017 (OPAS, 2018). Dentre os componentes das estratégias governamentais nacionais para ofertar uma assistência pré-natal de maior qualidade, bem como em outros âmbitos do cuidado à mulher durante esse período, destaca-se o lançamento, no ano 2000, do Programa de humanização no pré-natal e nascimento (PHPN), e no ano de 2011, da Rede Cegonha, que corresponde a uma rede de cuidados à mulher e a criança desde o planejamento reprodutivo até o desenvolvimento infantil nos primeiros dois anos de vida, e tem como uma de suas diretrizes a garantia do acolhimento com classificação de risco, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal (Brasil, 2013b;2014). Para garantir uma atenção pré-natal humanizada à gestante, o acolhimento é um elemento primordial para efetivação de um cuidado integral, que se reflete na prática mediante escuta qualificada, o desenvolvimento de vínculo com o profissional e o reconhecimento de situações de risco a partir do contexto social (Brasil, 2014b). Diante do exposto, suscitou-se o seguinte questionamento: qual o papel da enfermeira na assistência pré-natal na Atenção Primária à Saúde?

Objetivos

Refletir sobre o papel da enfermeira na assistência pré-natal na Atenção Primária à Saúde.

Desenvolvimento

Estudo com a finalidade de reflexionar sobre a assistência pré-natal na Atenção Primária à Saúde e o papel da enfermeira nesse processo. Para o embasamento reflexivo fundamentou-se em documentos internacionais e governamentais brasileiros na temática, bem como na literatura científica. A enfermeira tem como objeto de seu trabalho o cuidado, que na Atenção Primária à Saúde contempla a prevenção, promoção, reabilitação e tratamento à saúde da população adscrita ao território de abrangência da Unidade de Saúde (OPAS, 2018). Uma das áreas de atenção desse profissional concerne atividades direcionadas à mulher gestante e seus acompanhantes, com intuito de identificar agravos ou situações que possam comprometer uma experiência positiva de gestação e o desfecho desfavorável da gravidez (Brasil, 2013a). Para o desenvolvimento desse cuidado, a enfermeira tem o amparo das diretrizes dos programas de saúde pública e respaldo legal pela Lei do Exercício Profissional. A partir disso, têm definida como atribuição de sua prática atuar na atenção ao pré-natal desde o início da gestação, quando ocorrem as adaptações do organismo materno tanto no âmbito físico como psicológico, prestando uma assistência humanizada. Ademais, são atribuições da enfermeira a vinculação da gestante ao sistema nacional de pré-natal, a solicitação de exames complementares e realização dos testes rápidos, a prescrição dos medicamentos e suplementos conforme preconizado em programas governamentais e rotina da instituição (Brasil, 2013a). O desenvolvimento desses cuidados exigem da enfermeira, além da competência técnica, a sensibilidade da escuta qualificada, demonstrando interesse pelas informações apresentadas pela gestante concernente a possíveis dúvidas, queixas e anseios, bem como pelo seu modo de vida. Dessa forma, o acolhimento será efetivo e a perspectiva do estabelecimento do vínculo entre gestante e profissional se estreita, contribuindo para que as orientações e ações desenvolvidas sejam adequadas à realidade das necessidades da gestante, possibilitando sua assimilação para acarretar em mudanças concretas nas atitudes da gestante, de sua família e comunidade (Brasil, 2014b). Entretanto, o que fica evidente durante a prática é que os profissionais, apesar de terem conhecimento quanto a escuta qualificada, a importância de buscar a necessidade apresentada pela gestante para o atendimento em sua integralidade, o vínculo, entre outros aspectos do acolhimento; desenvolvem suas ações centradas em atendimentos pontuais, fragmentados e direcionados à queixa do usuário (Costa; Garcia; Toledo, 2016). Muitas vezes o acolhimento é concebido como mais uma atividade a ser desempenhada a partir de uma determinação vertical, não sendo considerada em sua potencialidade para efetivação humanização da atenção à saúde (Oliveira; Albuquerque; Brêda et al., 2015).

Considerações Finais

A enfermeira tem relevante papel na atenção pré-natal e destaca-se por um cuidado humanizado desde a sua formação. Nos últimos anos sua contribuição para proporcionar assistência de qualidade à população tem sido evidenciada e estimulada tanto no âmbito nacional como internacional. Entretanto, observa-se que as atribuições profissionais, conforme são preconizadas pelas políticas de atenção ao pré-natal, exigem uma maior articulação entre os atores sociais envolvidos tanto no processo de elaboração das políticas, bem como dos profissionais que atuam na prática, gestores, e dos setores responsáveis pela formação em saúde, para que sejam efetivadas em sua plenitude.

Palavras Chave

Assistência pré-natal; Enfermagem materno-infantil; Enfermagem de Atenção Primária.

Area

Saúde da Mulher

Instituciones

Universidade Federal do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Deisi Cristine Forlin Benedet, Marilene Loewen Wall