Datos del trabajo


Título

EMPREENDEDORISMO NA GESTAO UNIVERSITARIA PUBLICA DE ENFERMAGEM

Introdução

Existem diversos significados sobre os termos empreender, empreendedor e empreendedorismo. Isso ocorre devido à disseminação multidisciplinar da temática1 e ao estímulo global à cultura empreendedora. Foi esta heterogeneidade que propiciou a transposição de um conceito pautado na tarefa, no lucro ou na oportunidade2 para um conceito generalista e aplicável a diversas áreas de conhecimento. No âmbito das universidades, o empreendedorismo pode ser abordado de duas maneiras: (1) ensino empreendedor e, (2) universidade – organização – empreendedora. O ensino acadêmico de empreendedorismo nos cursos de graduação das universidades tem se tornado cada vez mais frequente.3 Nas faculdades de enfermagem, conhecimentos gerenciais, em especial de gestão de pessoas e de materiais foram incorporados ao currículo e em conjunto com esses o conteúdo de empreendedorismo. Entretanto, há fragilidades no domínio dos conceitos e da metodologia para a produção de atividades empreendedoras por parte dos professores e estudantes. Esse processo contribui para que os profissionais de enfermagem não atribuam real importância ao empreendedorismo, o que repercute em não domínio do tema e consequentemente, escassez de produção cientifica na área.4 Ademais, a compreensão do empreendedorismo na gestão universitária pública é, na contemporaneidade, uma necessidade para ampliação de práticas empreendedoras na enfermagem enquanto ciência, disciplina e profissão.

Objetivos

Este estudo teve como objetivo compreender os significados do empreendedorismo na gestão universitária pública para enfermeiros docentes de um departamento de enfermagem.

Método

Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, orientada pelos preceitos metodológicos construtivistas da Teoria Fundamentada nos Dados5 ou Grounded Theory. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Santa Catarina com parecer número 915.341 e CAAE 38390814.9.0000.0118. O cenário de investigação foi o Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas intensivas nos meses de janeiro a julho de 2015, com 27 sujeitos. Os participantes da pesquisa foram definidos por meio da composição de grupos amostrais. O primeiro grupo amostral foi delimitado de forma intencional, pois acreditava-se que estes eram os indivíduos chave para o desvelar do fenômeno. Porém os demais grupos amostrais surgiram a partir da análise dos dados do primeiro grupo amostral e também por meio da estratégia de bola de neve. Para a amostragem teórica, foram constituídos quatro grupos amostrais – (1) nove enfermeiros gestores universitários, (2) seis enfermeiros ex-gestores universitários, (3) seis docentes de enfermagem e (4) seis discentes de enfermagem. A análise dos dados foi realizada concomitante a coleta de dados. Os dados foram transcritos e organizados no software NVIVO®. Para a análise dos dados foram adotadas duas etapas principais de codificação, a inicial e a focalizada5. Na codificação inicial, codificou-se incidente por incidente das transcrições obtidas a fim de gerar códigos provisórios, comparativos e fundamentados nos dados. Na fase focalizada, os códigos mais significativos e/ou frequentes foram agrupados por similaridades e diferenças conceituais, formando categorias com nomes mais abstratos que sintetizaram e explicaram um segmento maior de dados (incidente/incidente). Do processo de análise dos dados, surgiram oito categorias, 29 subcategorias e o fenômeno “(Intra)empreendendo coletivamente na gestão universitária pública de enfermagem”.

Resultados

As categorias e subcategorias encontradas foram: Realizando uma gestão universitária, colegiada e pública de enfermagem: (1) Gerenciando uma universidade pública, (2) Compartilhando a tomada de decisão e (3) Participando da gestão colegiada; Exercendo o cargo de gestor universitário público de enfermagem: (1) Assumindo o cargo de gestor universitário, (2) Mantendo-se no cargo de gestor universitário, (3) Atuando como gestor universitário público de enfermagem, (4) Estabelecendo a carga horária de gestor universitário e (5) Definindo o que é necessário para ser um gestor universitário empreendedor; Desenvolvendo um perfil empreendedor para a gestão universitária: (1) Aperfeiçoando habilidades pessoais e (2) Aprimorando atitudes técnicas e gerenciais; Buscando motivação para o empreendedorismo na gestão universitária pública de enfermagem: (1) Construindo um ambiente de trabalho mais saudável, (2) Contribuindo com o ensino de enfermagem, (3) Colaborando com a universidade e o departamento de enfermagem, (4) Motivando-se pela contribuição social, (5) Promovendo a visibilidade da profissão e do departamento de enfermagem e (6) Alcançando resultados de sucesso a partir do exercício gerencial; Esbarrando nos entraves para o empreendedorismo na gestão universitária pública de enfermagem: (1) Enfrentando as dificuldades do modelo burocrático de gestão universitária, (2) Carecendo de recursos e estrutura, (3) Encarando o acúmulo de responsabilidades docentes, (4) Deparando-se com a carência de ensino e conhecimento empreendedor e (5) Tendo dificuldade em gerenciar pessoas; Sinalizando estratégias para ampliação do empreendedorismo na gestão universitária pública de enfermagem: (1) Divulgando a temática do empreendedorismo, (2) Buscando conhecimento teórico sobre empreendedorismo e gestão universitária e (3) Incentivando o empreendedorismo em enfermagem na comunidade universitária; Estabelecendo os benefícios e as vantagens de uma gestão universitária empreendedora: (1) Obtendo satisfação pessoal com o cargo de gestor universitário e (2) Buscando satisfação profissional e; Promovendo ações empreendedoras na gestão universitária de enfermagem: (1) Ofertando cursos e capacitações sobre ensino empreendedor, (2) Consolidando um modelo de gestão universitária dialógico e (3) Ampliando as dependências físicas do departamento de enfermagem.

Considerações Finais

Os significados atribuídos pelos participantes ao empreendedorismo na gestão universitária, apresentaram-se incipientes. No entanto, o empreendedorismo está presente no contexto investigado como uma prática empírica caracterizada pela busca de inovar e ousar no exercício profissional. Nesse sentido, destaca-se o empenho coletivo dos docentes ao empreendedorismo no cenário interno do Departamento de Enfermagem e da instituição.

Palavras Chave

Empreendedorismo. Enfermagem. Pesquisa em Administração de Enfermagem. Educação em Enfermagem. Teoria Fundamentada.

Area

Políticas e processos de formação de profissionais e pesquisadores

Autores

Fernanda Hannah da Silva Copelli, José Luís Guedes dos Santos, Alacoque Lorenzini Erdmann