Datos del trabajo


Título

ASSISTENCIA PAUTADA NO SUJEITO: UM RELATO DE CASO QUE EMERGE COMO RESULTADO DA EMPATIA E DA SENSIBILIDADE DURANTE AS VISITAS DOMICILIARES.

Introdução

Como docente da disciplina de interação comunitária, no curso de medicina da Universidade Regional de Blumenau, essa possui como objetivo a inserção do estudante de medicina acompanhado por um enfermeiro(a) na sociedade desde o seu primeiro semestre do curso favorecendo uma discussão transdisciplinar de saúde, mas além disso, possui a intenção de mensurar a diferença entre uma assistência pautada na doença e uma prática pautada no sujeito, no acolhimento e na ampatia, relacionar a teoria do Sistema Único de Saúde com o atendimento que realmente ocorre na prática, demonstrar a influência do SUS nas populações afastadas dos grandes hospitais, e acima de tudo, demonstrar a importância da criação de vínculos profissional da saúde-paciente.
Essa inserção precoce favorece para os estudantes, conhecer os princípios que permeiam o SUS é fundamental: Universalidade, equidade e integralidade são três palavras de devem fazer parte do vocabulário cotidiano de tais estudantes, assim como conhecer a história e origem desse sistema e garantir o direito a saúde para toda a população conforme assegurado na constituição de 1986.

Objetivos

Pesquisa qualitativa no formato de relato de caso, que tem como objetivo fortalecer as práticas de educação em saúde como tecnologia leve na formação dos alunos de medicina.Desenvolvida nos meses de março a julho de 2017, durante a disciplina de interação comunitária com alunos do 1 semestre do curso de medicina da FURB no município de Blumenau, em uma das partes de vulnerabilidade para a cidade.

Desenvolvimento

A problemática da saúde é muito mais abrangente e complexa que a leitura tradicionalmente realizada. O caso abaixo apresentado, na contra-mão do tradicional, se trata de Sr. J., 82 anos, idoso, aposentado, mora sozinho. Na primeira visita em sua residência, o entusiasmo inicial de quem pela primeira vez é tratado como futuros médicos e o entusiasmo de quem há algum tempo não recebia visitas se chocaram, Sr. J. parecia feliz com a visita, os alunos pareciam felizes com a visita, e o primeiro encontro terminou com meras apresentações. Nenhuma doença previamente diagnosticada, apenas algumas quedas relatadas, um remédio para tontura já pré-medicado e nada mais, a saúde de seu João parecia mais forte do que a de qualquer estudante que ali se apresentava.
Devido a empatia que surgiu desse encontro, quinzenalmente foi combinado que os alunos passariam a visitar a casa de seu João, ele parecia sozinho, então criamos a hipótese de que a visita quinzenal seria benéfica para seu bem-estar. Na segunda visita, Sr. J. estava sentado do lado de fora da sua casa, era 16 horas e após o boa tarde cordial, foi descoberto que o idoso ainda não havia se quer almoçado, foi o início de uma pequena preocupação com o senhor que ali estava sentado. Na conversa amiga sobre a alimentação diária dele, o próprio Sr. nos convidou para entrar em sua casa e avaliar a sua geladeira para descobrirmos do que ele se alimentava. Uma panela de coração de galinha deixado sobre o fogão, dois pratos de comida estragadas na geladeira e um no congelador, vários pães espalhados sobre a mesa e um leite vencido. Esse foi o cardápio que nos foi apresentado. Como recente estudantes, esse foi o primeiro choque a qual passamos no curso, o idoso apresentava ótima condição de conversa e auto-análise apesar de sua idade avançada, apesar de alguns casos de queda relatados, não se via mais nenhuma incapacidade física, e quanto a sua saúde, biologicamente Sr. J. não apresentava problemas algum, então qual era o motivo de tanto descuido?
A terceira visita talvez tenha sido a mais marcante, levantamos a hipótese de que talvez o idoso se sentisse sozinho e então talvez não se preocupasse mais com sua saúde. Foi decidido então que tomaríamos um café da tarde com ele, dessa forma melhoraríamos brevemente a sua alimentação precária e tentaríamos criar um ambiente onde favorecesse a discussão e entendimento do motivo de nossa preocupação com o senhor. Ao chegarmos na casa, ninguém nos atendeu, e de acordo com a liberdade já tomada no segundo encontro, decidimos entrar e ver se ele estava dormindo, e assim o encontramos, 15 horas e ele dormindo. O café da tarde foi um sucesso, e aos poucos a relação “médico”-paciente que procurávamos ter com Sr. J. foi se instaurando. Em um dia de chuva fina, Sr. J. contou que ja havia caído em situações parecidas, contou que há semanas sua família não o visitava, que há dois anos estava viúvo e que estar sozinho lhe era muito difícil, contou que todos os dias seu alimento era apenas pão, e nos contou que bebia, nos contou que estava tão feliz com nossa visita que segundo suas próprias palavras “ele queria ser o nosso cachorro”. Essas palavras ecoaram profundamente em nós, nos possibilitando captar o motivo da felicidade estar entre os fatores para a promoção da saúde.
Na quarta visita, batemos na porta e novamente ele não abriu, quando entramos, foi perceptivel o cheiro de álcool na casa, com o vínculo criado, o senhor foi se abrindo, o cheiro de álcool em seu hálito era notável “bebia para não se sentir deprimido”, já não tomava mais nenhum remédio, não ligava a televisão, seu dia se resumia a acordar, beber, comer e dormir novamente
“Um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afeções e enfermidades”. Percebemos que seu João não era uma pessoa tão saudável quanto tínhamos

Considerações Finais

Esse relato resgata a urgente necessidade de concepção ampliada de saúde e de cuidado, favorece o fortalecimento de uma formação regada a inserção precoce dos alunos nos ambientes de vulnerabilidade e apresenta a discussão multiprofissional como uma ferramenta para o fortalecimento e concretização de um sistema único de saúde que respeite as diferenças mas acima de tudo, compreenda os limites que são impostos pela vidas aos sujeitos assistidos nesse sistema e que muitas vezes não serão físicas os males acometidos, porém resignificaram tais situações apresentando de diferentes modos o viver e adoecer da

Palavras Chave

Concepção ampliada de Saúde; Vínculo; Saúde do Idoso.

Area

Saúde do Idoso

Autores

DANIELA PRISCILA OLIVEIRA DO VALE DANIELA TAFNER, Tassiana Potrich, Rosane Goncalves Nitschke , Adriana Dutra Tholl, Ezequiel Rodrigues Dias, Diego Cezar Mendes, Selma Maria da Fonseca Viegas, Lucas Spinello