Datos del trabajo


Título

EDUCAÇAO PERMANENTE E METODO CANGURU: CONTEXTO DE TRABALHO DE UMA EQUIPE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL

Introdução

o Método Canguru (MC) é indicado para melhorar o vínculo entre mãe/pai e filho, promovendo assim a participação dos pais nos cuidados prestados ao recém-nascido (RN) e fortalecendo o desempenho de seus papéis. O Ministério da Saúde instituiu essa prática como política pública em 2000 através da publicação da Norma de Atenção Humanizada ao Recém-nascido de baixo peso – Método Canguru. Diante da importância de realizar o MC embasado no conhecimento científico e na humanização, é necessário qualificar a equipe de saúde à luz dos pressupostos da Educação Permanente em Saúde.

Objetivos

conhecer o contexto em que o método canguru é desenvolvido a partir das ações de Educação Permanente em Saúde.

Método

trata-se de um estudo com abordagem qualitativa do tipo exploratório. O estudo foi realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal de um Hospital Universitário, localizado no interior do estado do Rio Grande do Sul/Brasil (BR). Os critérios de inclusão para participar da pesquisa foram: trabalhar na UTI Neonatal há mais de 24 meses, visto que esse era o tempo necessário para ter vivenciado o período que antecedeu a implantação do método e ter participado de capacitação sobre o método canguru. A coleta de dados ocorreu nos meses de outubro e novembro de 2016 por meio de entrevista semiestruturada. Participaram do estudo, 12 profissionais (seis técnicas em enfermagem, três enfermeiras, uma fonoaudióloga, uma fisioterapeuta e uma auxiliar em enfermagem). O número de participantes foi definido pela saturação dos dados. Os dados coletados foram submetidos à análise de conteúdo.

Resultados

emergiram três categorias de análise: método canguru – concepções e entendimentos; educação permanente – capacitação; e método canguru e o trabalho em equipe – limites e possibilidades. Os profissionais conceituaram o método canguru somente como vínculo, contato pele-a-pele e posição canguru em si. Foi possível perceber que as participantes não sabem ou até mesmo desconhecem as fases de aplicação do MC. Além disso, enfatizaram a relação do vínculo do recém-nascido com a mãe. As profissionais também trouxeram considerações em relação às estratégias de Educação Permanente em Saúde que foram utilizadas para capacitar a equipe, as quais foram mediadas por profissionais que realizaram o curso disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Foram utilizadas dinâmicas, palestras, práticas e leitura de materiais didáticos como metodologia de problematização nos encontros de capacitação. As participantes relataram que através dessa metodologia, puderam compreender os sentimentos do RN internado na UTI e suas sensações, quanto ao barulho, toque e luz alta, bem como os sentimentos das mães que vivenciam a experiência de ter o filho internado na UTI; refletiram sobre suas atitudes no ambiente de trabalho, problematizando suas condutas individuais e em equipe, perante aos familiares e RN; e valorizaram o trabalho em equipe. Em contrapartida, expuseram que o tempo de realização das capacitações foi distante da implementação do método canguru na UTI, visto que a instituição esperou capacitar toda a equipe antes da implementação do serviço. Também relataram que é necessário disponibilizar atualizações sobre o MC na forma de capacitações periódicas. No que se refere à participação dos profissionais na execução do MC, afirmam que ele está sendo representado quase que exclusivamente pela técnica de enfermagem que atua na sala canguru. As participantes entendem que o trabalho deve ser realizado por toda a equipe multidisciplinar da UTI neonatal e que cada um agrega na atividade do outro, mas poucas parecem compreender como realmente funciona essa interação entre a equipe. Outras dificuldades apontadas na aplicação do MC foi o excesso de trabalho, onde as profissionais alegaram falta de tempo para a realização de todas as atividades que a unidade demanda; a resistência da mãe diante da oportunidade oferecida para a realização do MC e a não aderência aos cuidados orientados; e confusão da equipe em relação à definição de qual RN está apto para se beneficiar do método a partir de critérios pré-estabelecidos.

Considerações Finais

Observou-se que a instituição em estudo se preocupou em oferecer ações educativas aos profissionais da UTI Neonatal antes de instituir a aplicação do MC. A partir das dinâmicas adotadas, os profissionais se sentiram partícipes do processo de trabalho e puderam refletir sobre a prática profissional no cotidiano do cuidado. Porém, mais do que capacitar a equipe no início da implantação do serviço, é importante que essa discussão ocorra permanentemente, entre todos os profissionais que atuam na unidade, para relembrar a compreensão do significado do MC e pensar em estratégias para solucionar os nós críticos encontrados diariamente: reconhecimento das indicações clínicas do RN para averiguar se ele pode se favorecer do MC; baixa adesão da equipe multiprofissional na execução do MC; sobrecarga de trabalho; resistência da mãe do RN na execução dessa prática; e inclusão da figura paterna ou outros familiares à esse cuidado. Dessa forma, é possível estimular o trabalho em equipe e a reflexão crítica do cotidiano do trabalho, valorizar os saberes dos profissionais envolvidos e consequentemente promover o cuidado seguro, científico e humanizado ao RN e familiares durante a execução do MC.

Palavras Chave

EDUCAÇÃO PERMANENTE, MÉTODO GANCURU, RECÉM-NASCIDO, ENFERMAGEM

Area

Outros

Autores

ELISABETA ALBERTINA NIETSCHE, SILVANA BASTOS COGO, Mariana ELISABETA Papa, Ariele Priebe Reisdorfer, Tierle kosloski Ramos, Andrei Pompeu Antunes, Larice Gonçalves Terra