Datos del trabajo


Título

Percepção da morte por estudantes de Medicina

Introdução

Introdução: A morte é carregada de significados simbólicos fazendo parte do processo de desenvolvimento humano 1. Representa o poder sobre o qual não temos controle, sendo desconhecida. O que leva ao temor pela indefinição do momento em que ocorrerá o encontro que está relacionado ao fato do desconhecimento de como acontecerá e em que momento do vida 2 . Desperta inúmeras fantasias inconscientes e defesas. Evento inerente as atividades do médico, há crença de que pode ser sempre evitada, sendo entendida como falha ou insucesso de tratamento gerando ansiedade e cobrança por parte da população e dos médicos 3. A graduação em medicina é regulamentada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e em 2014, inclui a morte em seus conteúdos curriculares 4. A concepção de morte faz parte da educação médica, apesar de ser pouco discutida o que leva ao despreparo discente e consequentemente de médicos em situações que envolvam lidar com a morte. A morte é ocorrência natural da vida humana, fenômeno que o médico se depara com frequência, todavia existe despreparo profissional para lidar com o tema 2

Objetivos

Objetivo: Conhecer a percepção dos estudantes de Medicina sobre a morte

Método

Estudo de caso, qualitativo, observacional, realizado com 30 alunos de três períodos do curso de Medicina, (segundo, quarto e oitavo) em 2016. Os dados forma coletados por escrito através de uma pergunta disparadora: Qual a sua percepção sobre a morte como acadêmico de medicina? Os dados foram analisados manualmente seguindo recomendações de Malheiros 5 . A primeira fase foi a organização dos dados, buscando as ideias que emergiram das respostas à questão norteadora, realizando uma pré-análise, com leitura exaustiva, partindo da premissa que não houve categorias prévias; esta fase corresponde a identificação da unidade de contexto. Para isto, todos os dados foram transcritos para uma planilha no programa Excel ®. A segunda fase buscou as ideias implícitas: foco/tema, com identificação dos sentidos, considerando três princípios. O primeiro princípio foi o de exclusão, ou seja quando um dado ou um conjunto de dados pertencer a uma categoria, automaticamente, ele foi excluído das outras categorias; o segundo princípio foi o de pertinência, no caso quando um dado não pode ser integrado a uma categoria por falta de escolha, é preciso que ele seja pertinente à categoria no qual foi enquadrado; e finalmente no de objetividade, que segue a norma de, ao ligar um dado a uma categoria é preciso que ele esteja claro para que não haja influência da subjetividade na organização dos resultados da pesquisa. A terceira fase procurou as unidades de registro, relacionando a fala com o foco, com a finalidade de identificar se sua inferência faz sentido; além de exemplificar no texto como se chegou ao resultado, que é a unidade de registro, e pode ser uma palavra ou uma frase. A quarta e última fase objetiva interpretar as escritas na busca da resposta à pergunta para o alcance do objetivo, através de uma síntese e criando as categorias. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e pesquisa da Universidade seguiu as normas da resolução 466/12 do Ministério o da Saúde.

Resultados

Resultados: Os dados resultaram em seis categorias relacionados a vivência de situações com morte e do preparo para lidar com o fenômeno: qualificação profissional, cuidados paliativos, limites de atuação profissional, humanização, relação medico paciente e aceitação da morte. Exemplificaremos as categorias a seguir: qualificação profissional: “Favoreceu uma maior capacidade de reflexão sobre a vida e me fez direcionar maior foco em minha formação”; cuidados paliativos: “Pude perceber como a morte as vezes é necessária, principalmente em pacientes que vivem em sofrimento”; limites de atuação profissional: “Fiquei com a capacidade de perceber que às vezes, por mais que você faça bem o seu trabalho, a natureza tem sua própria programação e pude ver a morte como uma passagem”; humanização: “Aumentou o respeito pela dor e sofrimento do outro”; relação medico paciente: “Refleti sobre as etapas da vida e hoje converso mais sobre isso com os pacientes”; aceitação da morte :“Pude para aceitar que o corrido não foi por imperícia, imprudência ou negligência minhas”. Desta forma, verifica-se que os estudantes valorizam o preparo profissional para enfrentar a morte durante o curso, com a apreensão e aplicação dos princípios dos cuidados paliativos, tendo a compreensão dos limites do conhecimento da medicina e da atuação do profissional médico frente a morte, despertando o sentimento de humanização no cuidado ele próprio, com o paciente e com a família

Considerações Finais

O estudo mostrou a importância do tema para a formação médica, a necessidade de maiores discussões sobre o mesmo durante o curso devendo considerar como eixo principal aspectos de humanização, tanto para o estudante, como para o paciente e a família.

Referencias
1- Caparroz A.D., Vieira DA., Popim R.C. A morte no cotidiano da graduação: um olhar do aluno de medicina. Interface. 2015; 19(55):1207-19.
2- Pinheiro T.R.SP. Avaliação do grau de conhecimento sobre cuidados paliativos e dor dos estudantes de medicina do quinto e sexto anos. O Mundo da Saúde. 2010;34(3):320-326.
3- Azeredo N.S.G., RochaI C.F., CarvalhoP.R.A.O Enfrentamento da Morte e do Morrer na Formação de Acadêmicos de Medicina. Revista Brasileira de Educação Médica . 2011;35 (1) : 37 – 43.
4- Brasil. MEC. RESOLUÇÃO Nº 3, DE 20 DE JUNHO DE 2014 .Acesso 20 de janeiro de 2018, Disponível em: http://www.fmb.unesp.br/Home/Graduacao/resolucao-dcn-2014.pdf
5- Malheiros B.T, Metodologia de Pesquisa em Educação. Rio de Janeiro: LTC. 2011.

Palavras Chave

morte, estudante, Medicina, cuidados paliativos, humanização

Area

Outros

Autores

Maria das Graças Monte Mello Taveira, Divanise Suruagy Correia, Sandra Lopes Cavalcanti, Izabel Maia Novaes, Raissa Ruperto Souza Chagas, Cecilia Frazão Castro