Datos del trabajo


Título

SIGNIFICADO DO HIV/AIDS RELATADO POR IDOSOS

Introdução

O aumento do número de idosos infectados pelo HIV/Aids na população mundial passou a ser expressivo nos anos de 2006 e 2007 quando se percebeu acréscimo considerável de pessoas com idade acima de 50 anos infectadas pelo HIV. No Brasil, a ampliação passou a ser expressiva a partir do ano de 2006 quando se percebeu aumento de 50% dos casos novos em relação ao ano de 1996 (SANTOS; ASSIS, 2011). Desse modo, são necessários estudos que abordem aspectos comportamentais, opiniões e conhecimentos do ponto de vista dos idosos principalmente, pela situação de vulnerabilidade ao HIV/Aids, para o planejamento de ações preventivas dessa infecção (BITTENCOURT, et al., 2015).

Objetivos

Analisar o significado do HIV/Aids por idosos.

Método

Pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, realizado em uma Unidade Básica de Saúde do município de Teresina, Piauí, com 42 pessoas com idade a partir de 60 anos, no período de maio a agosto de 2016. Como critérios de inclusão adotou-se: ter idade maior ou igual a 60 anos; ser de ambos os sexos; estar cadastro e acompanhado pela Unidade Básica de Saúde. Como exclusão: não estar com capacidade cognitiva ou mental verificada pelo Mini Mental Examination, para responder aos questionamentos durante a coleta de dados. A coleta de dados foi realizada através de entrevista aberta, tendo como questão norteadora: Fale-me o que o(a) senhor (a) conhece ou sabe sobre o HIV/Aids?. As entrevistas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo, seguindo-se o referencial de análise temática ou categorial definido por Bardin, (2010). Dessa forma, os conteúdos foram agrupados segundo a ocorrência no conjunto de falas dos entrevistados, bem como nas relações temática dos núcleos de sentido que emergiram das mesmas. Vale ressaltar que os nomes das participantes foram codificados de acordo com a sequência de entrevistas, a fim de garantir o sigilo e anonimato dos mesmos. A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Piauí sob parecer de nº 1.576.974. Foram resguardadas todas as questões éticas e os idosos entrevistados manifestaram formalmente sua concordância mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Resultados

Foi possível elencar 04 (quatro) categorias temáticas, a saber: A primeira, HIV/Aids: um problema de jovens, nesta categoria os idosos relatam que os jovens são o grupo mais vulnerável ao HIV/Aids pela facilidade de serem influenciados por amigos, como demonstram as falas a seguir: Mais fácil de pegar são os jovens, muito fácil, porque hoje a liberdade tá muito grande você ver raramente um idoso com adis ou uma mulher mais nova (Ent. 6). Eu acho que é só os jovens que podem pegar aids mais. Por que jovem não tem juízo, agora uma pessoa como eu na minha idade ai sim a gente pensa nas coisas, mas esses meninos de agora não pensam não (Ent. 21). Então eu só sei de aids isso, que é uma doença transmissível que deve, que as pessoas jovens tem que ter muito cuidado e que deve se precaver contra na hora do sexo. É uma coisa maligna que devasta a juventude (Ent.24”). Também requer muito cuidado principalmente por parte de jovem que não sabe e não conhece o aprofundamento, o perigo que tem e se deixam levar. Precisa de muita conscientização sobre aids quando já ta com o problema e antes para evitar para não correr esse risco (Ent. 28). Na segunda categoria, Mudança na representação da Aids, para os idosos houve uma mudança da concepção da Aids, visto que anteriormente ela estava associada diretamente à morte e, agora, passa a ser vista como uma doença crônica por influência da terapia antirretroviral, conforme se observa a seguir: É uma doença feia até que agora ela já tá mais assim, mas no começo quando ela foi descoberta o estado dela matava mais rápido, mas devido aos remédios aos coquetéis a pessoa dura até mais. (Ent. 7); “Eu sei que a doença não é uma coisa boa, tem pessoas que vivem muitos anos com a aids isso vai depender do tratamento que ele faz”. (Ent. 8); Hoje com a tecnologia, com os medicamentos mais potentes o aidético consegue conviver com a doença como diabetes, pressão alta, eu conheço gente assim eu mesmo tenho sessenta e três anos e tenho diabetes e pressão alta controlada e convivo normal. (Ent.13). Na terceira categoria, Vulnerabilidade ao HIV/Aids de mulheres heterossexuais em união estável, os idosos expressam que o maior risco de contágio está entre as mulheres em união estável, assim como apontam que os companheiros masculinos são os principias responsáveis pela contaminação, como apontam os relatos: Quem tem mais chance de pegar aids às vezes é até uma senhora casada que o marido é mulherengo da rua. Ele pega na rua e transmite para a esposa é a coisa mais comum que está acontecendo, ta muito comum. Eu conheço uma mulher que ela tinha o marido dela e ela pegou dele e hoje ela faz tratamento, mas ela tem porque pegou do marido (ent. 37). Por fim, na última categoria: Redes de Informação e Comunicação sobre HIV/Aids os idosos apontam o quanto a mídia televisiva e a interação pessoal que ocorre entre os idosos contribuem para o compartilhamento de informações sobre HIV/Aids no cotidiano, como demostram os discursos: Hoje as coisas estão mudadas eu vejo as pessoas conversando sobre o assunto eu vejo também passando nos programas de televisão porque eu assisto muito a esses programas que falam de saúde. (Ent. 4); Sempre tenho visto muita gente morrendo de aids que não teve cura, ainda não vi um se curar. Eu vejo nos bairros as pessoas conversando a gente já tem visto muitos sequinhos parecidos com o tuberculoso que é a mesma doença só faz mudar o nome. (Ent. 5).

Considerações Finais

O significado atribuído pelos idosos ao HIV/Aids perpassa pela crença de que os adolescentes e mulheres heterossexuais em união estável estão mais expostos a tal infecção e que a principal forma de obtenção de informações é através da mídia e dos grupos de idosos.

Palavras Chave

HIV. Aids. Idoso.

Area

Doenças Transmissíveis

Autores

VANESSA MOURA CARVALHO OLIVEIRA, LAELSON ROCHELLE MILANÊS SOUSA, ROSILANE LIMA BRITO MAGALHÃES, BRAULIO VEIRA SOUSA BORGES, DALILA CINARA PEREIRA SILVA, MARIA ELIETE BATISTA MOURA