Datos del trabajo


Título

A IMPORTANCIA DA EDUCAÇAO PERMANENTE PARA A REALIZAÇAO DAS BOAS PRATICAS DE CUIDADO NO CENTRO OBSTETRICO

Introdução

A Educação Permanente é aprendizagem no trabalho, em que o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho, baseado na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar as práticas profissionais1. A atuação dos profissionais de enfermagem é fundamental, pois são considerados como facilitadores do trabalho de parto e, com base nisto, é aconselhado que eles desempenhem esta atuação proporcionando à parturiente uma assistência humanizada em conjunto com a equipe multiprofissional2.

Objetivos

Identificar o significado que técnicas de enfermagem atuantes no Centro Obstétrico atribuem às boas práticas de cuidado baseadas em evidências científicas aplicadas às parturientes durante a fase de dilatação do trabalho de parto.

Método

Este estudo originou-se de um Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação de Enfermagem, que por sua vez, trata-se de um subprojeto que compõe o macroprojeto “Gestão do cuidado de enfermagem para a qualidade da atenção obstétrica e neonatal” financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Pesquisa de abordagem qualitativa que utilizou como referencial metodológico a Teoria Fundamentada em Dados, ou Grounded Theory, seguindo a versão de Strauss e Corbin3. A coleta dos dados foi realizada no período de agosto de 2016 à março de 2017, em duas maternidades públicas localizadas em Florianópolis/SC, a maternidade do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago (Maternidade A), e a Maternidade Carmela Dutra (Maternidade B). O centro obstétrico da maternidade A atende em torno de 250 partos mensais e contava com 22 técnicos de enfermagem e 13 auxiliares de enfermagem, dos quais sete encontravam-se afastados. O centro obstétrico da Maternidade B atende em média 365 partos mensais e contava com 25 técnicos de enfermagem e dois auxiliares de enfermagem, sendo que oito estavam afastados no momento da coleta de dados. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados a entrevista semi-estruturada, que foi gravada em áudio e transcrita para a realização da análise. Inicialmente, foram realizadas entrevistadas em profundidade com seis técnicas de enfermagem do centro obstétrico da maternidade A. Na sequência, foram entrevistadas mais seis técnicas de enfermagem do centro obstétrico da Maternidade B. A inclusão destas participantes ocorreu de forma aleatória e justifica-se pelo fato destas profissionais atuarem de forma ativa na assistência à parturiente na fase de dilatação do trabalho de parto. Também foi considerado o fato das profissionais se encontrarem nos locais de trabalho nos dias da coleta de dados, bem como a disponibilidade das mesmas e o fato de aceitarem participar da pesquisa de forma voluntária. A análise dos dados foi realizada concomitantemente com a coleta dos dados, sendo que a análise conduziu o processo de coleta, até a saturação dos dados. Realizou-se a codificação aberta e axial, em fases diferentes, porém integradas e complementares3. Na codificação aberta cada entrevista realizada foi examinada linha por linha, e frase por frase, para realizar a separação dos dados em partes distintas e compará-los constantemente em busca de similaridades e diferenças, a fim de identificar as categorias emergentes dos dados. Na codificação axial as categorias identificadas na codificação aberta foram analisadas e classificadas e os dados separados anteriormente foram reagrupados. As categorias foram associadas às suas respectivas subcategorias para gerar explicações mais precisas sobre elas. O presente estudo considerou as determinações da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisas envolvendo seres humanos4. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa das instituições onde foram realizadas as coletas dos dados, mediante o parecer Nº 1.148.080 e o parecer Nº 1.158.569. As entrevistas foram realizadas mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelas participantes. As participantes do estudo foram identificadas através de codinomes, tais como, TE1, TE2, TE3... (referindo-se às letras iniciais de Técnica e Enfermagem).

Resultados

O referido trabalho compreende duas categorias: Cuidando da parturiente no centro obstétrico e Educação permanente. Entretanto, este trabalho tem seu enfoque na segunda categoria, que é composta por duas subcategorias. Na primeira subcategoria, Percepção sobre as capacitações e treinamentos, as técnicas de enfermagem relataram que as capacitações proporcionam reciclagem, segurança, maior liberdade, conhecimento do que está bom e do que está ruim, busca por novos cuidados, tendo como objetivo principal, melhorar a assistência realizada. As técnicas de enfermagem consideraram a necessidade das capacitações acontecerem de forma contínua, e com todos os membros da equipe e que abordem também outros temas, igualmente importantes. A segunda subcategoria, Capacitações e treinamentos realizados, revelou a baixa frequência das capacitações e treinamentos e períodos longos entre uma e outra, além de evidenciar a disposição e anseio dos profissionais em realizá-las.

Considerações Finais

O estudo confirma um dos pressupostos traçados no início do estudo de que alguns técnicos de enfermagem possuem pouco conhecimento e/ou necessitam de atualização sobre as boas práticas de cuidado à parturiente durante o trabalho de parto baseadas em evidências científicas, e/ou não possuem interesse em realizá-las. Revela a carência de educação permanente nesta área de atuação e indica a necessidade da realização de Educação Permanente contínua, incluindo todos os membros da equipe, para que o aprendizado no trabalho se incorpore ao cotidiano e possa transformar as práticas das técnicas de enfermagem e a própria organização do trabalho, aumentando a qualidade da assistência perinatal nos centros obstétricos.

Referências

1. Brasil. Portaria nº 1.996/2007. Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. 2007. Brasília, DF: ME, 2007.
2. Pieszak GM, Terra MG, Neves ET, Pimenta LF, Padoin SMM, Ressel LB. Percepção dos profissionais de enfermagem acerca do cuidar em centro obstétrico. Revista RENE. Santiago, v.14, n.3, p.568-578, 2013.
3. Strauss A, Corbin J. Pesquisa qualitativa: técnicas e procedimentos para o desenvolvimento de teoria fundamentada. (Tradução Luciane de oliveira da Rocha). 2. ed., Porto Alegre: Artmed; 2008.
4. Ministério da Saúde (BR). Conselho Nacional de Saúde. Resolução no. 466 de 12 de dezembro de 2012. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília. 2012.

Palavras Chave

Enfermagem obstétrica; Parto humanizado; Trabalho de parto

Area

Saúde da Mulher

Instituciones

Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) - Santa Catarina - Brasil, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - Santa Catarina - Brasil, Universidade Franciscana (UFN) - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Bianca da Costa Vieira, Marli Terezinha Stein Backes, Vanessa Martinhago Borges Fernandes, Débora Batista Rodrigues, Heloísa Helena Zimmer Ribas Dias, Dirce Stein Backes