Datos del trabajo


Título

Itinerário de pesquisa – potencialidade e limites

Introdução

Os adolescentes e os jovens representam grupos vulneráveis para sofrer ou cometer violências. A violência está presente no ambiente escolar e atinge professores, funcionários e alunos, em diferentes faixas etárias. Pergunta-se: Quais as potencialidades e limites do itinerário de pesquisa na educação e saúde?

Objetivos

Identificar limites e potencialidades do uso o itinerário de pesquisa na educação em saúde sobre violência direcionado a adolescentes.

Método

Este é um estudo descritivo, de abordagem qualitativa que utilizou o itinerário de pesquisa como referencial teórico metodológico. O estudo foi realizado em duas escolas de ensino médio e fundamental de Minas Gerais, que tinham como situação limite a violência presente no âmbito escolar. O itinerário de pesquisa perpassa por três momentos dialéticos interligados: Investigação temática e levantamento dos temas geradores; Codificação e descodificação; Desvelamento crítico ou Problematização. Na investigação temática, busca-se a identificação de situações limite vivenciada pelos participantes. Ela dará origem aos temas geradores, que serão codificados e descodificados por meio da problematização e contextualização existentes no diálogo grupal.1 A coleta de dados se deu por meio dos círculos de cultura e observação participante. O círculo da cultura é um espaço dinâmico de troca de conhecimentos direcionado ao aprendizado derivado de processos reflexivos acerca do tema em foco. Tal tema, pertencente ao cotidiano dos participantes e resulta de situações reais vivenciadas como problema e por isso suscitam a necessidade de reflexão, codificação e reconhecimento. Em cada uma das escolas foram realizados quatro círculos da cultura, que foram gravados, transcritos e analisados posteriormente à luz da literatura pertinente e conforme os pressupostos teóricos1.

Resultados

Na primeira escola estiveram presentes 12 participantes que frequentavam o nono ano do ensino fundamental, com idades entre 14 e 17anos, sendo nove meninas e três meninos. Na segunda escola participaram do estudo 55 adolescentes, sendo 15 meninos e 39 meninas com idades entre 14 e 16 anos que estudavam no 9° ano do ensino fundamental e no primeiro e segundo anos do ensino médio. Em ambos os grupos, os alunos tinham dificuldades para conceituar violência e não tinham solução para enfrentamento deste problema. Eles citaram várias situações de violência que ocorriam no âmbito da escola, sendo que eles desenvolviam o papel de agressores, vítimas e expectadores. Durante os encontros foram realizadas as vivencias grupais: filme curta metragem “pedra, papel e tesoura”, mitos e verdades sobre violência, escolha uma figura e comente sobre situação de violência que tenha vivenciado. Elas auxiliaram na codificação e descodificação dos temas geradores. Além disso, permitiram que os adolescentes se aproximassem afetivamente e construíssem um conhecimento de forma compartilhada e conjunta, no qual todos puderam colaborar. Na primeira escola, as discussões foram conduzidas com maior enfoque no bullying, enquanto que na segunda, os alunos preferiram refletir sobre as diferentes formas de violência que sofriam em seu cotidiano escolar. Esta foi uma das potencialidades do itinerário de pesquisa que permite que os participantes escolham a temática que tem maior significado. Ao final do processo de codificação/descodificação, os estudantes conseguiram descobrir formas de enfrentamento possíveis para a violência. Tal descoberta foi tão significativa que, a partir das reflexões, os estudantes decidiram partilhar com as pessoas que não puderam participar dos círculos de cultura, os conhecimentos que haviam construído. Desta forma, os estudantes da primeira escola escolheram a dramatização e, no intervalo das aulas apresentaram um teatro enfocando o tema. Os participantes da segunda escola fizeram vários cartazes e montaram um mural. No intervalo das aulas, eles conversavam com estudantes, professores e funcionários sobre a violência escolar e construção da cultura de paz. Durante a aplicação do itinerário de pesquisa encontramos como limitações a necessidade de dedicar um período maior para aplicação da metodologia pois ela exige a ocorrência de mais de um encontro grupal e persistência nas ações para se obter um resultado, o moderador precisa ter preparo para a condução das discussões grupais.

Considerações Finais

O itinerário de pesquisa teve várias potencialidades na educação em saúde sobre violência direcionado a adolescentes. Ele permite aproximação entre adolescentes e moderador, a exposição de problemas cotidianos relacionados à temática e a partir disto a busca por soluções contextualizas e possíveis de serem implementadas. Isto é, essa metodologia voltada para o conhecimento prático estimula o protagonismo de adolescentes no enfrentamento da situação limite encontrada. O itinerário de pesquisa não apresentou nenhuma recomendação que contrarie o seu uso junto a população de adolescentes, mas tem alguns limites uma vez que exige que o moderador tenha prática na condução da dinâmica grupal e que sejam realizados mais de um encontro grupal para que os resultados da intervenção possam ser percebidos. A aprendizagem compartilhada e contextualizada, possibilita ao adolescente momentos de reflexão sobre a temática e envolvimento para desvelar formas de enfrentamento do problema. Ele ensina e aprende, é protagonista, é um agente de mudanças em seu meio. Os resultados do presente estudo podem auxiliar coordenadores de grupo a escolherem a melhor estratégia para realizar educação em saúde.

Palavras Chave

Violencia, adolescente, pesquisa qualitativa, educação problematizadora

Area

Educação popular e saúde

Instituciones

universidade federal de são joão del rei - Minas Gerais - Brasil

Autores

EDILENE APARECIDA ARAUJO EDILENE, LIDIANI VANESSA SILVA, LOZIANI ELCI ALVES, ERICA PAULA FERNANDES NASCIMENTO