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Título

AUTONOMIA DO ENFERMEIRO FRENTE A EQUIPE: IMPOSIÇAO OU CONQUISTA?

Introdução

A enfermagem é uma profissão dotada de bases científicas, técnicas, éticas e legais, indispensável para a sociedade. No Brasil, a enfermagem possui mais de 300 documentos legais que respaldam sua prática profissional e, um deles, consiste no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, que discute o exercício da profissão com liberdade e autonomia. O foco da presente investigação é a autonomia do profissional enfermeiro sob a ótica do profissional de nível médio de enfermagem, lotados em três instituições de saúde do Rio de Janeiro.

Objetivos

Analisar a autonomia do enfermeiro sob a ótica de técnicos e auxiliares de enfermagem.

Método

Trata-se de pesquisa do tipo qualitativa descritiva – analítica, aprovada pelo CEP HUAP UFF Nº 242.736. Os participantes/cenários foram técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem de três instituições de saúde, localizadas no estado do Rio de Janeiro. Os critérios de seleção e exclusão foram respectivamente: Ser técnico ou auxiliar de enfermagem, estar lotado em um dos cenários escolhidos como campo de coleta e aceite em participar do estudo, o profissional se negar a assinar o termo de consentimento ou solicitar desligamento da pesquisa em qualquer momento após a concessão da entrevista. Os dados foram coletados durante o ano de 2015 até o primeiro semestre de 2017, através de entrevista gravada em mídia eletrônica para posterior transcrição dos dados, e foram submetidas ao método de análise temática que consiste em descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação cuja presença ou frequência denotem algum significado para o objeto analítico visado.

Resultados

A amostra da pesquisa consistiu em um total de 230 técnicos e auxiliares de enfermagem, lotados em três diferentes serviços de saúde hospitalares. A maioria foi composta por técnicos de enfermagem, do sexo feminino, com idade entre 31 e 35 anos. O tempo de atuação na profissão foi entre 1- 5 anos (50 participantes), seguido de 36 participantes com 6-10 anos de profissão. Em relação à análise, emergiram três unidades temáticas. Unidade temática 1: Percebendo a autonomia do enfermeiro com foco na liderança. O papel de líder requer uma visão ampla e sistêmica das situações, devendo o enfermeiro preparar-se, inovar e buscar novas formas para o exercício da liderança, já que o modo como tal profissional conduz a equipe influencia diretamente em um sistema de cuidado comprometido, ou não, com as necessidades das pessoas. Outros pesquisadores verificaram em estudo realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, integrante da rede de hospitais do Ministério da Educação, dos quais 64 dos profissionais entrevistados esperam que o enfermeiro tenha habilidade para liderar uma equipe e proporcionar um ambiente de trabalho favorável. O enfermeiro com liderança deverá sempre posicionar-se quando do discernimento, tendências e mudanças na condição do seu ambiente de trabalho, entender a personalidade e pontos fortes tanto da sua equipe quanto do paciente. Unidade temática 2: Percebendo a autonomia do enfermeiro com foco na hierarquia. A expressão dos trabalhadores sobre as hierarquias é uma declaração coletiva de seus sentimentos e percepções, pois é sabido que os sujeitos constroem e partilham, social e historicamente, significados que indicam como percebem, sentem, raciocinam, julgam e agem em sua vida e, consequentemente, em seu trabalho. As linhas de autoridade embutidas nas estruturas hierárquicas hospitalares, sobretudo na organização do trabalho da enfermagem, são possíveis fontes de distanciamento e conflito entre os trabalhadores, o que pode ocasionar a subversão no trabalho nos hospitais. É notória a visão hierárquica vinda dos técnicos e auxiliares, em que muitas vezes demonstram receio dos enfermeiros de sua equipe percebendo a autonomia através dessa forma, o que pode dificultar a comunicação e a realização de tarefas posteriores. Unidade temática 3: Percebendo a autonomia do enfermeiro com foco no conhecimento. O conhecimento confere ao enfermeiro a certeza de que a forma como está agindo, é a correta e mais adequada. Ele embasa suas habilidades e confere-lhes domínio para agir de forma cientificamente consensual. O conhecimento científico é o único meio de se obter a verdade, e essa verdade científica, absoluta e irrefutável, ainda hoje, parece estar presente no pensamento de vários profissionais tanto nas instituições de ensino como de prática.

Considerações Finais

Entende-se que os profissionais técnicos e auxiliares de enfermagem percebem a autonomia do enfermeiro em seu cotidiano de trabalho através de suas competências, porém muitas vezes essa autonomia é imposta, em virtude da existência da hierarquia, o que pode acarretar prejuízos durante o decorrer da prática assistencial. Um feedback construtivo pode redirecionar os padrões de prática visando uma melhor e maior aproximação do enfermeiro junto a sua equipe, na qual está envolvido não limitando sua autonomia e contribuindo para o protagonismo da profissão e uma participação mais enfática dentro da sua área de trabalho. O enfermeiro aumenta sua autonomia quando se comunica e organiza o seu trabalho de forma transparente garantindo a liberdade de decisões. Dessa forma, uma gestão mais motivadora, transparente, baseada no apoio mútuo, na relação de troca contínua de experiências faz-se muito relevante para a visibilidade da autonomia do profissional enfermeiro.

Palavras Chave

Enfermagem, autonomia, enfermeiro.

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