Datos del trabajo


Título

VIOLENCIA LABORAL NA ENFERMAGEM: ESTRATEGIAS DE ENFRENTAMENTO

Introdução

Situações de violência laboral no cotidiano da enfermagem podem acarretar sérios prejuízos para os usuários dos serviços de saúde por comprometer a segurança da assistência, além de danos para os próprios profissionais. A presente pesquisa tem por objeto de investigação a percepção do profissional de enfermagem frente à violência laboral e suas estratégias de enfrentamento.

Objetivos

Analisar a percepção dos profissionais de enfermagem frente à violência laboral e propor estratégias de enfrentamento.

Método

Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa descritiva – analítica, submetida e aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Antônio Pedro, conforme parecer Nº 242.736. Os participantes/cenários foram enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem de três instituições de saúde, localizadas no estado do Rio de Janeiro. Critérios de seleção: aceite em participar do estudo e pertencer à equipe de enfermagem. Os dados foram coletados durante o ano de 2015 até o primeiro semestre de 2017, através de entrevista gravada as quais foram submetidas a sucessivas leituras para realizar o processo de categorização.

Resultados

Foram entrevistados 108 enfermeiros e 252 técnicos e auxiliares, a maioria dos participantes pertencente ao sexo feminino. A idade que prevaleceu foi entre 31 e 35 anos. Quanto ao tempo de atuação de trabalho na instituição a maioria relatou que possui um tempo entre 1 e 5 anos. No tocante ao processo de categorização, emergiram quatro categorias. Categoria 1: vivenciando a violência laboral. A maioria dos entrevistados afirmou que sofreu violência laboral. Quando questionado aos técnicos e auxiliares, 65% disseram que se sentem alvos desse tipo de situação, seja dentro da própria categoria ou de classes diferentes. Há estudos que demonstram que os auxiliares de enfermagem são os profissionais que mais sofrem com assédio por parte dos demais colegas de profissão ou diferentes classes. Observa-se de acordo com os resultados da pesquisa que as perseguições no ambiente de trabalho aos enfermeiros entrevistados se faz presente em seu cotidiano profissional, o que de fato torna-se um dado preocupante, haja vista consequências que esses atos trazem aos profissionais de enfermagem tornando-os mais suscetíveis e vulneráveis a desenvolverem distúrbios emocionais. Categoria 2: sinalizando a causa da violência laboral: os profissionais alegaram que essa não é uma situação nova, pois tem sua origem em bases históricas/culturais inerentes a profissão. Estudando a história da enfermagem é possível entender porque os próprios enfermeiros e mesmo as outras categorias que formam a enfermagem acreditam ser submissos a medicina. Esse resultado difere quando questionados aos técnicos e auxiliares de enfermagem aos quais 36,9% dos entrevistados disseram que as perseguições sofridas pela enfermagem são decorrentes das influências da mídia e, ao serem divulgados os erros da equipe de enfermagem, as pessoas generalizam, desqualificando os profissionais de enfermagem. Categoria 3: Enfrentando a violência laboral: dos enfermeiros entrevistados, 36 % relataram que as violências sofridas não são enfrentadas. Esse resultado repetiu-se com os técnicos e auxiliares de enfermagem, em que 45% dos entrevistados também disseram que não enfrentam ou não observam o enfrentamento por parte da equipe a essas situações de violência no trabalho. Estudos realizados por outros pesquisadores confirmam a presença do assédio moral no ambiente laboral da enfermagem, todavia, apontam que muitos destes profissionais têm aceitado e reproduzido este tipo de violência como parte da cultura organizacional, o que os têm conduzido ao adoecimento e consequente prejuízo de suas funções. Categoria 4: propondo estratégias: é importante destacar que o profissional não deve se eximir de buscar seus direitos e denunciar o ocorrido. Algumas das possíveis estratégias a serem utilizadas estariam relacionadas à instituição e a pessoa que sofre a violência no trabalho. Em relação à instituição, poderia criar espaços para discussão sobre o assunto e canais, como ouvidoria, para apuração das situações. Em relação à pessoa que sofre a violência, a mesma deve registrar/anotar tudo sobre a agressão. Realizando tais estratégias torna-se possível evitar as consequências do assédio como um “ambiente de trabalho doente” que afeta a saúde física e psíquica não apenas do agredido, mas das pessoas ao redor, interferindo na qualidade do trabalho prestado.

Considerações Finais

Entende-se que os profissionais da equipe de enfermagem sofrem inúmeras formas de violência em seu ambiente de trabalho, o que de fato interfere diretamente em sua saúde, no rendimento de suas tarefas laborativas e no lidar com o paciente. Portanto, torna-se necessário fazer um alerta aos trabalhadores e instituições empregatícias para a detecção precoce desses tipos de violências psíquica e emocional, para que visem a realização de estratégias cabíveis às mudanças do respectivo cenário lamentável, para que tenhamos condutas mais pautadas na ética, propiciando um profissional mais satisfeito e saudável tanto com a sua profissão quanto no ambiente de trabalho.

Palavras Chave

Enfermagem, saúde do trabalhador, esgotamento profissional.

Area

Violências e Saúde

Autores